Lic de Biologia no ISA

A licenciatura tem um perfil técnico-científico de banda larga, com três anos iniciais seguidos de posterior de formação com carácter aplicado. O ISA é uma das escolas com maior experiência no domínio da Biologia Aplicada e os licenciados terão uma sólida formação científica e oportunidades de emprego generalista em todos os domínios da Biologia, nomeadamente nas áreas do ambiente e ecologia aplicada, genética e biologia molecular, conservação da natureza e utilização e conservação dos recursos biológicos, podendo desempenhar funções na investigação científica, em laboratórios especializados, bem como em tarefas de consultadoria.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Células Estaminais:Conselho de Ética quer autorização expressa e escrita dos dadores

Dadores devem ser informados das utilizações - diz o CNECV
Dadores devem ser informados das utilizações - diz o CNECV

O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV)recomendou hoje que a lei sobre a investigação em células estaminais humanas preveja o consentimento expresso e escrito do dador.

O CNECV tornou público, em conferência de Imprensa, o seu parecer sobre o projectos de lei do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista para a investigação científica em células estaminais.

"Os presumíveis dadores são informados, previamente, de forma completa e compreensível da colheita que vai ser efectuada e as utilizações que vão ser dadas aos produtos colhidos, incluindo o seu uso em investigação. Este consentimento é dado livremente após a prestação da informação e deve ser expresso por escrito", sublinha o parecer do Conselho.

Cientistas descobrem nova bactéria que usa a luz para produzir energia

Donald Bryant: «É a descoberta de toda uma vida»
Donald Bryant: «É a descoberta de toda uma vida»
Os cientistas descobriram uma nova bactéria que utiliza a luz para produzir energia, a 'Candidatus Chloracidobacterium Thermophilum», de acordo com um artigo hoje publicado na revista científica Science. Com esta descoberta, são já seis as bactérias conhecidas que usam a luz como fonte de energia.

Donald Bryant e os seus colegas do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular na Universidade estatal da Pensilvânia identificaram a bactéria que digere luz entre os micróbios que vivem nas águas termais do Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos.

Tal como fazem as plantas no processo de fotossíntese, as bactérias fototrópicas, descobertas há três décadas, convertem a luz em energia química. Inicialmente acreditou-se que viviam só em certos ambientes ricos em nutrientes.

Mais tarde, para sua surpresa, os investigadores descobriram que este tipo de bactérias era comum nas águas oceânicas superficiais. Até esse estudo, conheciam-se cinco tipos bacterianos que incluíam fototropismos. 'Candidatus' pertence ao tipo Acidobactéria.

"Nestas bactérias há centros de reacção que convertem a energia da luz em energia química potencial que formam duas famílias de complexos de proteína pigmentada", segundo o artigo. "Os dois tipos provavelmente partilham uma origem de evolução comum porque os seus domínios de transferencia do electrão têm estruturas semelhantes", acrescentou. Numa declaração, Bryant disse que "a descoberta de um micróbio que produz clorofila, antes desconhecido, é a descoberta de toda uma vida".

terça-feira, 24 de julho de 2007

Pluridoc.com

Pluridoc.com – uma nova plataforma comunitária de alojamento, pesquisa e download de documentos técnicos

O portal Pluridoc.com é uma nova plataforma comunitária de documentos técnicos de qualquer área temática, onde poderá alojar, pesquisar e descarregar documentos dos mais diversos tipos e origens.

A Naturlink lançou o portal Pluridoc www.pluridoc.com, uma nova plataforma comunitária de alojamento, pesquisa e download de documentos técnicos de qualquer área temática, mas excluindo explicitamente os conteúdos de natureza violenta, pornográfica ou xenófoba.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Estágio Profissional

Câmara Municipal Coimbra

Contrato Individual de Trabalho (por tempo indeterminado)
Estado: Activa

Nível Orgânico: Câmaras Municipais
Organismo: Câmara Municipal - Coimbra


Função ou Equiparado a Categoria: Estagiario
Áreas Funcionais: Grupo Área Funcional
Áreas Funcionais Comuns (Qualquer)

Remuneração Mínima: 1048.87 EUR
Suplemento Mensal: 0.00 EUR
Conteúdo Funcional: O mencionado no Despacho n.º 22 511/2004, do Gabinete do Secretário de Estado da Administração Local, publicado na II Série do Diário da República n.º 259, de 4 de Novembro de 2004, designadamente, o exercício, com autonomia e responsabilidade, de funções de estudo, concepção e adaptação de métodos e processos científicos-técnicos, inerentes à respectiva licenciatura, inseridos, nomeadamente, nos seguintes domínios de actividade:
- Estudo e interligação técnica em projectos e acções de natureza pluridisciplinar que exijam uma intervenção no campo da biologia;
- Participação na planificação e implementação de programas de sensibilização, informação e educação ambiental, e adequação do conteúdo e desenvolvimento dos mesmos a diferentes grupos alvo;
- Controlo e manutenção da biodiversidade nos espaços verdes;
- Estudo e controlo do equilíbrio faunístico dos espaços verdes;
- Preparação e acompanhamento da introdução de espécies animais nos espaços verdes, na perspectiva da conservação e/ou recuperação das espécies nativas;
- Levantamento e catalogação de espécies vegetais com interesse científico, ecológico, urbanístico, histórico ou cultural.

Habilitação Literária: Licenciatura
Descrição da Habilitação: Licenciatura em Biologia
Requisitos Profissionais:

Local de Trabalho
--------------------------------------------------------------------------------

(local de trabalho mesmo do Organismo)

Número de Postos: 1
Quota para Portadores de Deficiências: 0
Prazo Duração Contrato (meses): 0
Jornal Oficial e Orgão de Com. Soc.: Diário de Coimbra e Jornal de Notícias de 14 de Julho de 2007.
Texto Publicado: AVISO
CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA

Em cumprimento do disposto no Regulamento de Recrutamento e Selecção de Pessoal do Município de Coimbra, publicado na II Série do Diário da República n.º 197, de 12 de Outubro de 2006 (Apêndice n.º 75), torna-se público que a Câmara Municipal de Coimbra procedeu à abertura das Ofertas Públicas de Trabalho, a seguir mencionados, tendo em vista a celebração de Contrato Individual de Trabalho por tempo indeterminado ao abrigo do disposto na Lei n.º 23/2004, de 22 de Junho, com as especificações constantes do Código do Trabalho.
N.º LUGARES CATEGORIA A CONTRATAR REQUISITOS ESPECIAIS DE CANDIDATURA REMUNERAÇÃO MENSAL
1 • Estagiário da Carreira Técnica Superior Licenciatura em Biologia € 1.048,87
1 • Estagiário da Carreira Técnica Superior Licenciatura em Engenharia Civil € 1.048,87
2 • Estagiário da Carreira Técnica Superior Licenciatura em Psicologia € 1.048,87
1 • Estagiário da Carreira Técnica Superior Licenciatura em Serviço Social € 1.048,87
11 • Assistente de Acção Educativa, Nível 1 12.º Ano de Escolaridade ou equivalente € 650.23
61 • Auxiliar de Acção Educativa, Nível 1 Escolaridade Obrigatória (a) € 463,99
O prazo para recepção de candidaturas é de 10 dias úteis a contar da publicação do respectivo anúncio na Bolsa de Emprego Público.
(a) Escolaridade Obrigatória:
• 4ª. classe para os nascidos até 31 de Dezembro de 1966;
• 6º. ano de escolaridade para os nascidos até 31 de Dezembro de 1980;
• 9º. ano de escolaridade para os nascidos a partir de 1 de Janeiro de 1981.

A informação sobre os requisitos de admissão aos referidos procedimentos, o conteúdo funcional, o prazo de validade e local de prestação de trabalho, a constituição da respectiva comissão de avaliação, os métodos e objectivos de selecção, o sistema de classificação final a utilizar, bem como as indicações necessárias à formalização das candidaturas, encontra-se identificada nos Avisos afixados no átrio dos Paços do Concelho, bem como no site oficial da Câmara Municipal de Coimbra (http://www.cm-coimbra.pt).
Paços do Município de Coimbra, 11 de Julho de 2007

O DIRECTOR MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS,
(Com competências Subdelegadas para os Recursos Humanos)
(Dr. Arménio Ferreira Bernardes)

Apresentação de Candidaturas
--------------------------------------------------------------------------------

Local: Câmara Municipal de Coimbra
Contacto: Divisão de Gestão e Formação de Recursos Humanos Telefone: 239 82 80 78
Observações Gerais: Em 28 de Março foi emitida Declaração de Inexistência de Pessoal em Situação de Mobilidade Especial pela DGAP.

C/f Aviso disponível no site: www.cm-coimbra.pt

Data de Publicação: 2007-07-14
Data Limite: 2007-07-27

Bolsa de Investigação

Referência: PTDC/AGR-AAM/65024/2006

Título do Projecto: Regulação da enzima glutamina sintetase, por fosforilação e interacção com outras proteínas, em Medicago truncatula

Código interno: PR 222801

Está aberto concurso para recrutamento de um(a) bolseiro(a) de Investigação para colaborar no projecto acima referido, co-financiado pela Fundação para Ciência e a Tecnologia e pelo programa PTDC.
A bolsa, em regime de exclusividade, terá a duração de 12 meses, eventualmente renovável, com início previsto a 1 de Outubro de 2007.
O valor mensal da bolsa será de € 745,00, pago por transferência bancária (preferencialmente).

Local de trabalho: Instituto de Biologia Molecular e Celular (Grupo Biologia Molecular da Assimilação de Azoto) , Porto.

Programa de trabalho: ver anexo.

Perfil pretendido: Os/as candidatos/as devem possuir à data de 1 de Outubro de 2007 Licenciatura em Biologia, Bioquímica ou áreas afins. Dá-se preferência a candidatos com experiência em biologia molecular e/ou familiarizados com técnicas de purificação de proteínas.

O prazo para recepção de candidaturas decorre de 25 de Julho até 14 de Setembro de 2007.
As propostas deverão incluir uma carta de motivação, CV com indicação das notas obtidas durante a licenciatura, e duas cartas de recomendação e ser enviadas para:

Paula Melo
pmmelo@ibmc.up.pt
IBMC
Rua do Campo Alegre, 823
4150-180 Porto
Tel: +351-22-226074900
Fax: +351-22-226099157

Após avaliação do CV, os/as candidatos/as pré-seleccionados poderão ser chamados para entrevista.

A contratação será regida pelo estipulado na legislação em vigor relativamente ao Estatuto de Bolseiro de Investigação Cientifica, nomeadamente a Lei 40/2004, de 18 Agosto, e o Regulamento de Bolsas de Investigação Científica do IBMC (www.ibmc.up.pt/fellowships.php).

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Floresta portuguesa viabilizada por 200 milhões de euros por ano

A exploração da floresta portuguesa está muito aquém do seu potencial. A culpa é da escassez de investimento. O resultado é o empobrecimento da mancha verde nacional. Nas últimas décadas, têm sido investidos, em média, 40 a 50 milhões de euros por ano.

Este valor distancia-se bastante dos 100 a 200 milhões de euros que é necessário aplicar anualmente na floresta nos próximos 20 anos para que se opere uma inversão na gestão actual dos espaços florestais, assegurando a sua sustentabilidade e uma rentabilidade interessante.

«Este investimento implicaria tratar devidamente cerca de 100 a 200 mil hectares de floresta por ano», segundo as contas de Rodrigo Sarmento de Beires, presidente da empresa de consultoria Bosque – Inovação e Desenvolvimento Florestal. «Um terço dessas áreas podem ser investimentos florestais interessantes, se geridos de forma activa a longo prazo, onde é possível encarar investimentos com taxas internas de rendibilidade da ordem dos quatro a nove por cento», afirma ao jornal Água&Ambiente.

Para Sarmento de Beires, o investimento e a gestão florestal em Portugal «têm de crescer para aproveitar um recurso económico seguro, renovável e com valor de mercado, a que as preocupações ambientais planetárias vieram trazer novos valores e procuras». Mas também como forma de suster a devastação por incêndios e a desertificação, evitando perdas patrimoniais significativas e riscos de pessoas e bens.

O objectivo é aumentar as zonas florestais em 5 milhões de euros, passando dos actuais de 3,2 milhões de hectares para 8,2 milhões de hectares, de modo a inverter a redução da floresta de longa duração. Entre 1975 e 1995, esta decresceu de 2,8 para 2,6 milhões de hectares.

Sport Zone apoia na prevenção de incêndios florestais

A maior cadeia de lojas para desporto Sport Zone, assinou dia 27 de Junho um protocolo com o Ministério da Administração Interna e Ministério da Agricultura, de Desenvolvimento Rural e das Pescas, no âmbito do Movimento ECO – Empresas Contra os Fogos – e que vai permitir equipar os vigilantes do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) para a prevenção e actuação contra os fogos florestais.

No âmbito da sua estratégia de promoção do desporto e apoio a causas sociais, a Sport Zone coloca à disposição do ICNB vários equipamentos por forma a facilitar a função dos vigilantes da natureza. Cinquenta bicicletas de montanha e equipamentos próprios para actividades outdoor vão permitir a deslocação mais rápida e a presença em locais de difícil acesso destes profissionais do ICNB.

O Movimento ECO (Empresas Contra os Fogos) constitui uma plataforma de apoio da sociedade civil e empresarial com vista à prevenção dos incêndios florestais. Esta iniciativa tem vindo a lançar o convite às empresas portuguesas no sentido de reunirem esforços concertados para evitar os incêndios florestais, bem como os seus efeitos devastadores para as populações.

As árvores na cidade

As árvores podem desempenhar inúmeros papéis na cidade: além de proporcionarem um ambiente agradável, melhoram a qualidade do ar, diminuem a erosão dos solos, reduzem o perigo de cheias e contribuem para melhorar o ambiente social.

Maria João Cruz

As "florestas urbanas" absorvem o dióxido de carbono e transformam-no em oxigénio, ajudando a diminuir as emissões de CO2 que contribuem para o aquecimento global. Além disso, filtram poluentes ambientais como o dióxido de azoto ou o dióxido de enxofre e fazem depositar as poeiras em suspensão no ar. Segundo um estudo realizado em parques de estacionamento por McPherson e Simpson (2000), as baixas temperaturas associadas à sombra das árvores podem reduzir a percentagem de hidrocarbonetos que evaporam do combustível dos automóveis. Neste sentido, o seu valor é incalculável já que o controlo da poluição atmosférica das cidades por outros meios é muito difícil.
Embora o ozono desempenhe um papel muito importante na estratosfera por absorver os raios ultra-violeta, é tóxico para o Homem, causando problemas respiratórios cujos principais sintomas são a tosse e dores no peito. As árvores, por fornecerem sombra, podem reduzir consideravelmente os níveis de ozono das cidades, trazendo benefícios para a saúde pública.


O sistema de raízes e a copa das árvores estabiliza o solo, limita a escorrência superficial, conserva a água subterrânea e diminui o risco das cheias que, nos últimos anos, têm atingido inúmeras áreas metropolitanas do nosso País. As plantas também atenuam as variações de temperatura a nível microclimático, fazendo com que no Inverno os edifícios circundantes não percam tanto calor e no Verão não aqueçam tanto, o que pode diminuir os gastos de energia.
Por outro lado, estas áreas podem ter variadas funções sociais. Além de encorajarem aactividades ao ar livre, mais saudáveis, tais como os desportos, os jogos ou os passeios, podem ser autênticos laboratórios vivos que garantem a presença de vida silvestre, onde se pode aprender acerca da natureza e observar os ritmos das estações. É ainda de referir que as sebes e arbustos densos atenuam os ruídos que, numa cidade moderna, podem facilmente exceder as intensidades aceitáveis.


Finalmente, estas "florestas urbanas" podem ser economicamente viáveis. O projecto inglês intitulado "The Black Country Urban Forest" tornou estas estruturas rentáveis ao explorar a sua madeira, carvão ou mesmo frutos e nozes. Uma outra vantagem seria a necessária criação de mais empregos para explorar comercialmente estas áreas.
As árvores são mais do que um adereço bonito num cenário, elas produzem uma infra-estrutura funcional que contribui de um modo significativo para a qualidade da vida nos centros urbanos, tanto a nível ambiental como a nível social e económico. Infelizmente, continuamos a assistir à destruição das escassas zonas verdes das nossas cidades para se construírem edifícios ou parques de estacionamento.
BIBLIOGRAFIA
Cabral, F. C. e G. Ribeiro Teles. (1999). A árvore em Portugal. Assírio & Alvim, Lisboa.
McPherson, E. G. (1998). Atmospheric carbon dioxide reduction by Sacramento's urban forest. Journal of Arboriculture 24(4): 215-223.
McPherson, E. G. e J. R. Simpson. (2000). Actualizing microclimate and air quality with parking lot tree shade ordinances. Wetter und Leben.
McPherson, E. G., K. I. Scott e J. R. Simpson. (1997). Estimating cost effectiveness of residential yard trees for improving air quality in Sacramento, California, Using Existing Models. Atmospheric Environment 32(1): 75-84.
Scott, K. I., E. G. McPherson e J. R. Simpson. (1998). Air pollutant uptake by Sacramento's urban forest. Journal of Arboriculture 24(4): 215-233.

PROPOSTA DE DOUTORAMENTO - SELECÇÃO DE CANDIDATOS A UMA BOLSA DA FCT

Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR)

Referência do anúncio: ECOTOX-2007/03

Aceitam-se candidaturas a uma proposta de doutoramento a submeter ao concurso de bolsas de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia subordinada ao tema "Molecular and sub-cellular effects induced by pollutants on sea bass: are these alterations ecologically relevant?".

O candidato(a) seleccionado será inscrito como aluno(a) de doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto e o trabalho de investigação será desenvolvido no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), no Laboratório de Ecotoxicologia, sob orientação do Doutor Carlos Gravato e da Prof. Doutora Lúcia Guilhermino.

Resumo do trabalho:
Standardized methods used in Ecotoxicology to assess the potential impact of chemical agents on aquatic ecosystems are based on whole-organism responses (mortality, growth, reproduction) of generally sensitive indicator species, and deriving ecotoxicological parameters such as the median lethal concentration (LC50), the lowest observed effect concentration. However, these methods provide only limited information regarding the mechanisms of chemical toxicity.
This project aims to investigate the effects induced by polynuclear aromatic hydrocarbons and metals on juveniles of sea bass, using parameters at different levels of biological organization. Furthermore, it will establish relationships between sub-individual responses (biomarkers) and ecological relevant parameters (growth, feeding inhibition and swimming velocity).
The biomarkers to be used will evaluate genotoxic effects, and alterations on parameters involved in detoxification processes, anti-oxidative stress responses, nervous function and energy production. Molecular genomics studies will be used to evaluate gene expression in sea bass, to identify valuable biomarkers or new biomarkers and to correlate the impact of pollutants on growth and fish behaviour with sub-individual effects.
The results of this project will clearly link the disturbances induced by pollutants at the molecular level to the effects at the population level, helping to define the significance of biomarker responses in terms of ecological relevant effects. Therefore, the project will determine a wide array of valuable, simple, environmentally relevant and cost-effective techniques that might be used as helpful tools for ecological risk assessment.

Os candidatos deverão possuir licenciatura em Biologia, Ciências do Meio aquático ou áreas afins, com média de licenciatura igual ou superior a 15 valores, caso possuam também o grau de Mestre, ou igual ou superior a 16 valores, caso o não possuam.

As candidaturas* deverão incluir:

- Curriculum vitae detalhado do(a) candidato(a);
- Cópia de certidão de licenciatura e/ou mestrado;
- 2 cartas de referência;
- cópia de artigos científicos ou outras publicações consideradas relevantes.

*Os candidatos poderão ser solicitados a participarem numa entrevista.

As candidaturas devem ser enviadas ATÉ 20 de Agosto de 2007, preferencialmente por e-mail e mencionando a referência do anúncio, para:

Doutor Carlos Gravato (gravatoc@ciimar.up.pt)
CIIMAR/CIMAR-LA
Laboratório de Ecotoxicologia
Rua dos Bragas, 177
4050-123 Porto

BOLSA DE INVESTIGAÇÃO (M/F)

IBMC - Instituto de Biologia Molecular e Celular

BOLSA DE INVESTIGAÇÃO (M/F)
Referência: PTDC/SAU-MMI/65407/2006

Título do Projecto: “Host-pathogen interactions: role of the Vip-Gp96 interaction in the virulence of Listeria monocytogenes”

Código interno: PR253202

Está aberto concurso para recrutamento de um(a) bolseiro(a) de Investigação para colaborar no projecto acima referido, co-financiado pela Fundação para Ciência e a Tecnologia e pelo programa PTDC.

A bolsa, em regime de exclusividade, terá a duração de 12 meses, eventualmente renovável, com início previsto a 1 de Outubro de 2007.
O valor mensal da bolsa será de € 745,00, pago por transferência bancária (preferencialmente).

Local de trabalho: Group of Molecular Microbiology, IBMC, Porto.

Perfil pretendido: Os candidatos devem possuir à data de 1 de Outubro de 2007 uma Licenciatura em Microbiologia, Biologia, Bioquímica ou àreas afins, e média final de licenciatura igual ou superior a 15 valores. É condição preferencial possuir experiência de investigação em Microbiologia e/ou Biologia Molecular. Os candidatos devem estar motivados para o trabalho de investigação e interessados em candidatar-se ao grau de Doutor.

O prazo para recepção de candidaturas decorre de 23 de Julho até 17 de Agosto de 2007
As propostas deverão incluir uma carta de motivação, CV (incluindo notas obtidas durante a licenciatura), e duas cartas de referência e ser enviadas, preferencialmente por e-mail, para:

Didier Cabanes
didier@ibmc.up.pt
IBMC
Group of Molecular Microbiology
Rua do Campo Alegre, 823
4150-180 Porto
Tel: +351-22-226074907
Fax: +351-22-226099157

Após avaliação do CV, os candidatos pré-seleccionados poderão ser chamados para entrevista.
A contratação será regida pelo estipulado na legislação em vigor relativamente ao Estatuto de Bolseiro de Investigação Cientifica, nomeadamente a Lei 40/2004, de 18 Agosto, e o Regulamento de Bolsas de Investigação Científica do IBMC (www.ibmc.up.pt/fellowships.php).

terça-feira, 17 de julho de 2007

Nova descoberta pode facilitar tratamento da asma

Investigadores de dois projectos financiados pela União Europeia (UE) conseguiram decompor a estrutura de uma enzima que pode desencadear alergias e crises de asma, informa a Comissão Europeia em comunicado.

Esta descoberta abre novas possibilidades de desenvolvimento de medicamentos para tratar estas e outras doenças que, sendo mais bem adaptadas aos pacientes, terão maiores probabilidades de êxito.

A enzima agora identificada, designada por síntese LTC4, faz parte do complexo processo que causa a produção de leucotrienos que provocam os sintomas alérgicos e activam a reacção inflamatória que causa as crises de asma.

«Alguns dos medicamentos actualmente existentes inibem os efeitos desta enzima, mas só após o processo ter sido desencadeado. Graças à nova descoberta, que foi hoje publicada na prestigiada revista científica Nature, os cientistas poderão a partir de agora desenvolver novas moléculas que bloqueiam a LTC4 antes de esta poder actuar», pode ler-se no comunicado.

Os dois projectos em causa - EICOSANOX e E-MeP – são dirigidos por professores do Karolinska Institutet de Estocolmo, contando o primeiro na sua equipa com um cientista já laureado com o prémio Nobel. Conjuntamente, os dois projectos receberam um financiamento de 20 milhões de euros do 6º Programa-Quadro de Investigação da UE.

Sónia Santos Dias

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Felizmente não se ficou indiferente ao sucedido aqui pelo ISA!...

Caros leitores,
Venho informar-vos que o assunto anunciado no post abaixo já está (felizmente) a ser resolvido, bem como já estão a tomar providências para que a situação não se repita. Felizmente os desumanos são poucos nesta intituição e que afinal sempre é uma Instituição de Renome!
No entanto apesar de parecer que tudo estar a ser feito para que isto não volte a acontecer acho que quem promoveu tal sofrimento num animal indefeso deve ser repreendido!!
Mais alguma informação sobre este caso bem como sobre as medidas tomadas informar-vos-ei.
Obrigada por fazerem algo!
Atenciosamente,
Catarina Gonçalves

INCRIVEL, INACEITAVEL...SEM COMENTÁRIOS...E MESMO AQUI NO ISA!!...



"Vimos por este meio comunicar o que achamos inadmissível numa instituição de prestígio como é o Instituto Superior de Agronomia.
Ao passar pelo Departamento de Engenharia Zootécnica (dia 12 Julho) reparámos que um dos carneiros estava morto, aproximámo-nos mais e verificámos que ainda respirava. O animal em questão encontrava-se deitado de lado, sobre uma "cama" de fezes e urina, sem se conseguir levantar. Todo o corpo apresentava feridas visíveis que pioravam à medida que a quantidade enorme de moscas pousava sobre elas, causando indiscutivelmente um grande sofrimento ao animal. Na "box" onde o carneiro se encontrava a temperatura era ainda superior à que se fazia sentir cá fora, promovendo a insolação do animal que nem água conseguia beber, já que não se aguentava em pé. O estado deste carneiro em particular sempre foi "delicado", encontrando-se visivelmente mais fraco, magro e, logo, débil, que os restantes carneiros. Depois de assistirmos a essa cena de terror pensámos imediatamente em informar os responáveis, de modo a poderem acabar com o sofrimento deste animal. Fomos realmente falar com a responsável pelos carneiros, que pensamos ser a investigadora Arminda Soares, que de uma forma muito arrogante nos disse e passo a citar: "Estamos à espera que ele morra porque não temos dinheiro para o abater! Vocês e as vossas pieguices...!". Como justificação adicional disseram-nos que o carneiro teria entre 15 a 20 anos, logo seria muito velho e estaria a morrer, naturalmente de velhice - o que é absolutamente inadmissível. Ora, perante esta resposta ainda nos sentimos mais indignadas e magoadas com a atitude que parece ser geral naquele departamento- visto que, infelizmente, mais ninguém se importou com a situação. Apesar de já não termos conseguido proporcionar uma morte digna ao animal, não podemos, como cidadãs conscientes e alunas desta instituição, deixar passar tal insulto à ética e à moral em branco.
Anabela Borges Joana Ribeiro"

Delta Cafés ajuda a travar perda da biodiversidade

A Delta Cafés junta-se hoje ao grupo de empresas portuguesas a aderir ao Business & Biodiversity, que visa estabelecer parcerias para integrar as preocupações com a conservação da fauna e da flora na gestão das empresas, contribuindo para o objectivo europeu de travar a perda de biodiversidade até 2010.

Neste sentido, a empresa assina, hoje, com o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) um acordo de compromisso relativo à biodiversidade e à realização de iniciativas de promoção e conservação da mesma.

A Delta Cafés pretende fomentar a biodiversidade no âmbito da sua actividade, isto é ao longo do ciclo de vida do café. Assim, competirá à empresa de Campo Maior promover iniciativas de médio prazo que permitam a recuperação de ecossistemas críticos, identificados ao longo do ciclo de vida do café e contribuir com apoio a projectos de conservação da Natureza a nível regional e nacional.

Secil, EDP e BES são as restantes empresas nacionais que já aderiram à iniciativa.

Produtos biológicos são melhores para o coração

Alguns trabalhos de investigação têm reunido dados que demonstram diferenças significativas entre os níveis de nutrientes presentes nos alimentos biológicos e nos alimentos produzidos convencionalmente.

Naturlink (11-07-2007)

Num estudo desenvolvido na Califórnia, EUA, concluiu-se que determinados alimentos vegetais desenvolvidos pelo modo de produção biológico apresentam níveis superiores de flavonóides do que os desenvolvidos pelo processo convencional.

Os flavonóides são um grupo de compostos químicos, na sua maioria antioxidantes, com um importante papel, já demonstrado, para a diminuição da pressão sanguínea e do risco de doenças cardíacas. Estes compostos estão também relacionados como reduzidas taxas de determinados tipos cancro e de demência.

A investigação foi desenvolvida ao longo de dez anos, comparando tomates biológicos com tomates provenientes de uma produção padrão e descobriu-se que os tomates biológicos apresentam quase o dobro dos níveis de flavonóides.

Os investigadores discutiram que esta diferença verificada poderá estar essencialmente ligada a distintas condições de azoto nos solos para os diferentes modos de produção, resultante das restrições em fertilizantes na agricultura biológica. A produção dos flavonóides em certas plantas é induzida como um mecanismo de defesa ao défice de nutrientes como o azoto no solo, uma situação evitada na agricultura convencional onde os nutrientes estão facilmente e excessivamente disponíveis.

Estes resultados são coerentes com um trabalho recente realizado na Europa, onde se determinaram níveis superiores de nutrientes em tomates, pêssegos e maçãs provenientes de agricultura biológica.

Nanotecnologias – Biosensores e Monitorização Ambiental

As principais vantagens de um biosensor vs técnicas convencionais de monitorização ambiental consistem na possibilidade de análise de múltiplos poluentes, miniaturização, e a importante possibilidade de utilização em campo num regime de tempo real.

Marta Santos

Resultante da crescente consciencialização dos efeitos do aquecimento global, da bioconcentração e da bioacumulação de poluentes, nos últimos anos têm sido adoptadas inúmeras acções e desenvolvidas novas leis que visam o controlo ambiental da poluição. De realçar a nível internacional os esforços da “The Stockholm Convention on Persistent Organic Pollutants”, que se propõe reduzir os níveis de poluentes orgânicos persistentes, e da “European Union Water Framework Directive” que irá revolucionar o modo de monitorização da qualidade da água. A nível nacional, destaca-se um dos objectivos do Plano Tecnológico que consiste na promoção da investigação na área da biotecnologia ambiental, visando o estudo de novas energias renováveis não poluentes, desenvolvimento de sistemas de monitorização, etc.. Todas estas iniciativas enfatizam o controlo de qualidade da água devido à importância deste recurso natural, bem como devido ao sobejamente conhecido fenómeno de dispersão de poluentes através do ciclo da água.

Actualmente, a monitorização da qualidade da água, do solo, do ar, dos efluentes industrias e domésticos, etc., baseia-se na recolha de amostras aleatórias seguida de extracções e análises laboratoriais instrumentais. No entanto, estes procedimentos são limitativos fornecendo somente informação relativa a uma amostragem específica e sendo desprovidos de informação de variações espacio-temporais. Desta forma torna-se fundamental o desenvolvimento de sistemas de monitorização ambiental inovadores, baseados em tecnologias de ponta que permitam análise em tempo real.
O processo de desenvolvimento de sistemas de monitorização ambiental contempla três níveis:

i) Caracterização de ferramentas de triagem de poluentes altamente sensíveis, específicas e rápidas, que possam ser facilmente adaptadas para uso em campo (biomarcadores e imunoensaios);

ii) Adaptação de tecnologias analíticas de ponta que permitam a identificação e/ou quantificação inequívocas e exactas de uma extensa gama de poluentes (cromatografia gasosa, cromatografia líquida de alta precisão, espectroscopia de massa, detecção por ultravioleta ou fluorescência, etc.);

iii) Desenvolvimento de aparelhos com tecnologia integrada, combinando sensibilidade, flexibilidade e precisão das técnicas acima mencionadas.

Curiosamente, os dois primeiros níveis do processo de desenvolvimento de sistemas de monitorização ambiental encontram-se avançados, tornando a integração da tecnologia actualmente disponível o principal objectivo de muitos centros de investigação.

A nanotecnologia, tecnologia que envolve um grupo de técnicas emergentes na área da física, química, biologia, engenharia e microelectrónica, é capaz de manipular matéria na escala de 0,000000001 unidades de medida (nano) e tem contribuído de uma forma significativa para o desenvolvimento de aparelhos integrados para uma monitorização ambiental efectiva. De entre as diversas ferramentas analíticas desenvolvidas nos últimos anos, os biosensores apresentam-se como uma das tecnologias integradas mais promissoras. Segundo a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), um biosensor define-se como um instrumento adequado à detecção de compostos químicos utilizando sinais eléctricos, térmicos ou ópticos gerados através de reacções bioquímicas específicas mediadas por enzimas, tecidos, ou células inteiras. Por outras palavras, um biosensor é capaz de efectuar análise quantitativa ou semi-quantitativa específica integrando um elemento de reconhecimento biológico com um elemento apropriado de transdução de sinal (Figura 1).
Figura 1: Componentes essenciais de um biosensor. O transdutor de sinal encontra-se em contacto com o elemento de reconhecimento biológico que interage especificamente com o poluente existente na amostra. Alterações físico-químicas ou bioquímicas resultantes dessa interacção são amplificadas e convertidas em sinais eléctricos processáveis e quantificáveis.[ampliar]
De acordo com a natureza do elemento de reconhecimento biológico podem-se dividir os biosensores em dois grandes grupos:

i) Biosensores de afinidade;

ii) Biosensores catalíticos.

Nos primeiros, o elemento de reconhecimento biológico interage com o elemento em análise de uma forma estequiométrica, ou seja, a ligação entre ambos segue uma cinética particular e previamente conhecida. Nestes biosensores, os elementos de reconhecimento biológico podem ser ácido desoxirribonucleico (ADN), anticorpos, receptores proteicos, células, tecidos, etc. (Figura 2). De salientar que a principal vantagem dos biosensores de afinidade é a possibilidade de análise múltipla. O número de moléculas analisadas por um biosensor de afinidade é superior devido à vasta gama de especificidades facilmente obtidas aquando do uso de ditas unidades de reconhecimento biológico (por exemplo, anticorpos usados para desenvolver imunosensores). Por outro lado, nos biosensores catalíticos a interacção entre o elemento de reconhecimento biológico com o elemento em análise resulta na conversão de um substrato, inicialmente não detectado, num produto mensurável por meios ópticos ou electroquímicos. Estes elementos de reconhecimento biológico são principalmente enzimas ou microorganismos (bactérias ou leveduras) alterados geneticamente (Figura 2). A natureza catalítica destes biosensores permite detectar substratos, produtos, inibidores ou modeladores da reacção. Quanto ao elemento de transdução de sinal, são vastas as propriedades físicas que podem ser exploradas, no entanto as propriedades electroquímicas, ópticas e acústicas têm sido mais usadas (Figura 2).
Figura 2: Exemplos de princípios explorados para o desenvolvimento de biosensores de aplicação ambiental.[ampliar]
De uma forma geral, os poluentes são classificados em compostos orgânicos ou inorgânicos de acordo com a sua estrutura química. No entanto, os poluentes podem ainda ser classificados de acordo com o seu modo de acção uma vez alojados no organismo:

i) Disrruptores endócrinos - induzem alterações hormonais;
ii) Citotóxicos - efeito nocivo na célula;
iii) Carcinogénicos - induzem cancro;
iv) Mutagénese - induzem mutações no ADN;
v) Genotóxicos - danificam o ADN.
Devido aos graves e variados efeitos biológicos a nível dos ecossistemas e da saúde pública que os poluentes presentes no meio ambiente acarretam, presencia-se actualmente um crescente investimento na área de desenvolvimento de monitorização ambiental. São várias as plataformas tecnológicas baseadas no princípio de biosensor que foram desenvolvidas e encontram-se disponíveis para a determinação e monitorização dos poluentes. Seguem-se alguns exemplos.

Devido à sua toxicidade, ubiquidade e persistência, os pesticidas são os poluentes orgânicos cujas concentrações permitidas no ambiente se encontram extensivamente legisladas. São vários os biosensores desenvolvidos para a detecção destes compostos, a grande parte baseada na inibição de enzimas específicas na presença do pesticida (por exemplo, acetilcolinesterases).

Apesar da sua produção ter sido banida em vários países, os poluentes orgânicos bifenil policlorados (PCBs) persistem no meio ambiente. No entanto encontram-se desenvolvidos imunosensores e sensores de ADN úteis para a sua monitorização.

As dioxinas, subprodutos policlorados libertados como resultado de inúmeros processos químicos que envolvam cloro, são considerados carcinogénicos e uma ameaça para a saúde pública. Biosensores que recorrem a células hepáticas como elemento de reconhecimento biológico permitem determinar a sua presença.

Entre outros poluentes orgânicos encontram-se os compostos fenólicos, cuja capacidade de bioacumulação no ambiente é extraordinária; os surfactantes usados nos detergentes, que permitem a permeabilização a outros poluentes em animais aquáticos; os compostos aromáticos derivados de produtos petrolíferos que comprometem a potabilidade da água; e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos derivados da combustão incompleta de combustíveis ricos em carbono (madeira, carvão, diesel, gordura ou tabaco). Para estes poluentes são vários os biosensores desenvolvidos (enzimáticos, imunosensores, recorrendo a bactérias alteradas geneticamente, etc) que permitem a sua monitorização;

Substâncias médicas libertadas para o meio ambiente têm merecido menor atenção por parte de investigadores e legisladores. No entanto, a presença de antibióticos no meio ambiente contribui para o aumento da tão preocupante multiresistência a antibióticos. Para esta questão estão a ser aplicados imunosensores ópticos.

Quanto a poluentes inorgânicos, o fosfato inorgânico e os nitratos (principais componentes de adubos) são responsáveis pelo fenómeno de eutrofização das águas, que por sua vez origina redução de biodiversidade de um ecossistema. Biosensores enzimáticos permitem a quantificação de fosfato inorgânico, e biosensores com bactérias alteradas geneticamente permitem determinar nitratos.

De realçar ainda os metais pesados (chumbo, mercúrio, etc). Estes compostos de ausente função nos organismos levam a bioacumulação e bioconcentração podendo originar doenças severas. Estes metais podem ser monitorizados recorrendo a biosensores que utilizam enzimas, células e bactérias alteradas geneticamente.

Em conclusão, como ferramentas de monitorização de qualidade ambiental os biosensores permitem quer a determinação de elementos de qualidade biológica/ecológica, quer a monitorização de compostos orgânicos e inorgânicos poluentes. As principais vantagens de um biosensor versus técnicas analíticas convencionais de monitorização ambiental consistem na possibilidade de análise de múltiplos poluentes em amostras complexas, miniaturização com consequente redução de custos de produção e de análise e a importante possibilidade de utilização em campo num regime de tempo real. Desta forma um biosensor pode ser usado para monitorização contínua de determinada área contaminada permitindo ainda analiticamente, não só a detecção específica de um químico, mas também a determinação do seu efeito biológico e biodisponibilidade. Desta forma, e apesar da lacuna em biosensores para um grupo significativo de poluentes, o desenvolvimento de biosensores para monitorização ambiental promete revolucionar os protocolos de controlo de qualidade vigentes.
BIBLIOGRAFIA:

Allan IJ, Vrana B, Greenwood R, Mills GA, Roig B e Gonzalez C. (2006). “A 'toolbox' for chemical and biological monitoring requirements for the European Union’s Water Framework Directive” Talanta 69:302-322.

Rasooly A. (2005). “Biosensor technologies”. Methods 37: 1-3.

Marco MP, Barceló D. (1996). “Environmental applications of analytical biosensors”. Meas.Sci.Technol. 7: 1547-1562.

Rodriguez-Mozaz S, Lopez de Alda MJ, Barcelo D. (2006). “Biosensors as useful tools for environmental analysis and monitoring.” Anal Bioanal Chem. 386:1025-1041.

Rogers KR, Gerlach CL. (1996). “Environmental Biosensors: A Status Report” in Environmental Science and Technology published by the American Chemical Society.

Site consultado:
www.pops.int

EPER – O registo Europeu das emissões poluentes

Na sequência do licenciamento ambiental, foi estabelecida a Decisão EPER (Registo Europeu das Emissões de Poluentes) pela UE, que define um universo de 50 poluentes a considerar, apresentando um valor limiar na atmosfera e/ou na água para cada um.

Rita Teixeira d’Azevedo

1. Enquadramento Legislativo e Âmbito

A Decisão da Comissão 2000/479/CE de 17 de Julho de 2000 (Decisão EPER), relativa à criação de um Registo Europeu de Emissões Poluentes (European Pollutant Emission Register

O artigo 15º da Directiva IPPC refere que a Comissão publicará de três em três anos um inventário das principais emissões de poluentes e fontes responsáveis, com base nos elementos transmitidos pelos Estados-Membros, competindo à Comissão fixar o formato e os dados característicos necessários ao envio dessas informações.

Surge assim a Decisão EPER, que obriga os Estados-Membros a enviar à Comissão um relatório das emissões para o ar e para a água de cada uma das instalações que exercem uma ou mais actividades do Anexo I da Directiva IPPC (Actividades IPPC).
- EPER) foi criada nos termos do disposto no artigo 15º da Directiva 96/61/CE do Conselho, de 24 de Setembro de 1996, relativa à Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (Directiva IPPC), no âmbito do licenciamento ambiental.
O Decreto-Lei nº 194/2000, de 21 de Agosto, que transpôs para o direito interno a Directiva IPPC, atribui ao Instituto do Ambiente a qualidade de Autoridade Competente para a licença ambiental, sendo esta entidade responsável pela elaboração e envio à Comissão de três em três anos do inventário anual das principais emissões de poluentes para o ar e para a água e fontes responsáveis, relativo a todas as instalações portuguesas, novas e existentes, abrangidas pelo regime jurídico relativo à Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (artigo 5º, ponto 1).

Para a elaboração deste inventário é fundamental a participação dos operadores que se encontram obrigados a enviar anualmente à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) a resposta ao formulário sobre emissões de poluentes que lhes for solicitado por esta (artigo 8º, ponto 5).

O formato para a comunicação dos dados de emissões pelos Estados-Membros encontra-se definido pelo Anexo A2 da Decisão EPER e está estruturado de forma a que a apresentação dos dados seja realizada por instalação. Serão incluídos dados relativos à identificação do estabelecimento e a listagem dos poluentes e respectivos valores de emissão, para os quais os valores limiar tenham sido excedidos. O Anexo A1 da Decisão define a listagem de poluentes EPER e respectivos limiares de emissão, a considerar pelos Estados-Membros.
A declaração dos poluentes EPER e respectivos valores de emissão será efectuada para cada uma das actividades do Anexo I exercidas na instalação e correspondente(s) código(s) NOSE-P (a correspondência entre actividades do Anexo I da Directiva IPPC e os códigos NOSE-P a cinco dígitos, encontra-se no Anexo A3 da Decisão).

Conforme estipulado pelo artigo 4º da Decisão EPER e em conformidade com o intercâmbio de informação previsto pelo artigo 16º da Directiva IPPC, a Comissão, assistida pela Agência Europeia do Ambiente, colocará os dados recebidos pelos Estados-Membros à disposição do público, tornando-os acessíveis na internet.
2. Lista de Poluentes a Declarar e Respectivos Limiares de Emissão

A Decisão EPER estabelece no seu Anexo A1 um universo de 50 poluentes (Poluentes EPER) a considerar pelos Estados-Membros para efeitos da apresentação do relatório à Comissão, apresentando, para cada poluente listado, um valor limiar na atmosfera e/ou na água em kg/ano.

O universo de 50 poluentes EPER inclui um conjunto de 37 poluentes atmosféricos a considerar para efeitos da declaração das emissões de fontes emissoras pontuais e difusas e um conjunto de 26 poluentes a declarar para a água, como resultado de descargas directas e indirectas para o meio hídrico.

Para efeitos da apresentação dos dados de emissões de poluentes à autoridade competente, os operadores deverão ter em consideração todos os poluentes EPER que estarão a ser emitidos pelas fontes emissoras associadas às actividades IPPC e não IPPC da sua instalação.

De acordo com o Documento Guia para a Implementação do EPER (elaborado pela Direcção Geral do Ambiente da Comissão Europeia em Novembro de 2000), as emissões das actividades não IPPC podem ser excluídas, desde que seja possível quantificar e separar os contributos das mesmas para as emissões da instalação.

Por forma a definir o conjunto de poluentes EPER emitidos pela sua instalação, cada operador deverá à partida ter em consideração o universo de 50 poluentes EPER. Posteriormente deverá efectuar uma análise ao diagrama de processo da sua instalação e às matérias-primas e subsidiárias utilizadas nos seus processos IPPC e não IPPC.

O operador poderá depois cruzar a listagem que definiu para a sua instalação com as sub-listas de poluentes para sectores específicos, constantes dos apêndices 4 e 5 do Guia de Implementação do EPER.

Estas sub-listas listam os poluentes que potencialmente estarão a ser emitidos por cada categoria de fonte/actividade do Anexo I da Directiva IPPC. São sub-listas meramente indicativas já que devem ser apenas consideradas como um auxílio aos operadores e Estados-Membros na definição dos poluentes associados a cada caso particular.

Porque cada instalação é um caso, o operador deverá fazer uma análise crítica à especificidade da sua instalação por forma a definir a sua própria lista de poluentes EPER.

Para além das sub-listas de poluentes acima referidas, encontram-se à disposição do operador um conjunto de outros documentos que poderão ser úteis para a sua análise, nomeadamente os BREF, as licenças emitidas para a sua instalação ou outros documentos de referência existentes para a actividade que exerce.

BREF é a denominação de Best Available Technologies (BAT) REFerence, e aplica-se a documentos produzidos por um painel europeu de especialistas com o objectivo de definir as Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) para os diversos sectores industriais.
3. Forma de Apresentação dos Resultados

O Guia de implementação do EPER apresenta todos os requisitos relativos à forma de apresentação dos dados de emissão por parte dos Estados-Membros. Assim, e de acordo com as indicações constantes neste documento, cada valor de emissão deve ser apresentado da seguinte forma:

. expresso em Kg/ano;
. com arredondamento a 3 dígitos significativos;
. acompanhado por um código de uma só letra (M, C, ou E), referente à metodologia utilizada para a determinação da emissão. M se medido, C se calculado, ou E se estimado. Estes códigos são utilizados por uma questão de transparência, não se referindo nem à precisão nem à preferência por uma metodologia.
4. Metodologias para o Cálculo das Emissões

De acordo com o Guia de implementação do EPER, existem três metodologias possíveis para a determinação das emissões, são elas a medição (M), o cálculo (C) ou a estimativa (E). A escolha dos métodos de determinação a utilizar fica ao critério dos Estados-Membros, que por sua vez deixarão ao critério dos operadores os métodos que utilizarão para a determinação das suas emissões de poluentes.

4.1 Valores de emissão obtidos por medição

As emissões obtidas por medição envolvem a realização de medições na fonte (pontuais ou em contínuo), efectuadas com recurso a métodos normalizados e reconhecidos. O Guia de implementação do EPER apresenta no Apêndice 3 uma lista indicativa de métodos de medição que poderão ser utilizados, no entanto, poderão ser utilizados outros métodos de medição, desde que normalizados ou reconhecidos.

4.2 Valores de emissão obtidos por cálculo

As emissões de poluentes poderão também ser obtidas por cálculo e esta alternativa inclui o recurso a balanços de massa aos processos e também à utilização de factores e inventários de emissão (aceites a nível nacional e internacional) representativos do sector industrial ao qual estão a ser aplicados.

Relativamente ao recurso a factores de emissão, o Guia de implementação do EPER lista alguns exemplos de fontes disponíveis sobre factores de emissão para o ar e para a água, para uma considerável gama de processos industriais e seus poluentes característicos.

O Guia do EPER não esgota, no entanto, as fontes de informação disponíveis, podendo ser consultadas outras fontes não incluídas na listagem do Guia, mas igualmente fiáveis, como por exemplo:

. O Inventário Europeu de Dioxinas (relatório efectuado para a DG XI da Comissão Europeia (Europe.eu.int/comm/environment/dioxin).

. O American Petroleum Institute, que disponibiliza no seu site da internet um conjunto de factores de emissão para fontes de combustão (www.api.org).

4.3 Valores de emissão obtidos por estimativa

Na impossibilidade de medir ou calcular a emissão de um poluente, resta a estimativa, que normalmente envolve a adopção de pressupostos.

Uma das alternativas possíveis para esta metodologia será, por exemplo, o recurso a dados baseados em conhecimentos de peritos do sector.

Lar, doce lar - ninhos, tocas e similares

Escondidos, camuflados ou construídos em locais praticamente inacessíveis, os abrigos dos animais constituem, por vezes, verdadeiras obras primas da engenharia, capazes de satisfazer as mais diversas necessidades de cada “construtor”.

Alexandre Vaz

Existe um grande número de animais, desde os insectos aos mamíferos, passando pelos aracnídeos, peixes, répteis, anfíbios e aves, que em determinadas fases do seu ciclo vital carecem de protecção contra os elementos naturais e potenciais predadores. Para se resguardar, a maioria constrói tocas e ninhos, mas também existem animais que não precisam de o fazer, porque a sua estrutura orgânica prevê essas eventualidades. O paradigma destes talvez seja o caracol. Também bastante comum, é a adopção de refúgios naturais, como cavidades em árvores ou em rochas.

Algumas espécies de aves, que vivem em regiões temperadas e que não encontram no clima qualquer factor adverso, estão adaptadas a colocarem os ovos directamente no solo, ou no tronco de uma árvore. Para fazer face aos predadores, os ovos destas aves são frequentemente miméticos, confundindo-se muito facilmente com a paisagem. Há animais que constroem ninhos apenas para criar a prole, outros para passar a noite, para hibernar durante longos meses, ou até para passar toda uma vida. Frequentemente pensamos nas nossas casas como os exemplos acabados do avanço tecnológico a que chegámos. No entanto, entre os outros animais, podemos encontrar soluções de um engenho tal, que nada ficam a dever às dos mais competentes arquitectos e engenheiros.
As tocas são, por definição, escavadas no solo ou em vertentes de terra, lama, neve ou outro tipo de sedimento. Os ninhos são estruturas de complexidade muito variável, que podem estar suspensos, assentes em troncos, ramos, pequenas ervas, algas, no chão, ou até flutuar. Quando se fala de ninhos, os primeiros que geralmente nos ocorrem são os das aves, muito embora também os haja construídos por peixes, insectos, aracnídeos e roedores.

Entre as aves encontram-se alguns dos mais hábeis construtores de ninhos. A maior parte delas utiliza o ninho apenas durante a época de reprodução, para aí pôr os seu ovos e, eventualmente, albergar as crias. As características dos ninhos adequam-se à morfologia dos que os constroem, ao clima do local onde são feitos e à presença de predadores. Os ninhos de alguns abutres podem ter dois metros de diâmetro e pesar mais de uma tonelada, mas os ninhos dos colibris são pouco maiores que um dedal. Há também ninhos flutuantes, como os dos mergulhões, escavados como os dos abelharucos, ou comestíveis como os dos andorinhões da Malásia, só para citar alguns.
Os ovos das aves são altamente nutritivos, e existem animais que em determinadas estações do ano alimentam-se fundamentalmente deste recurso. Em África, os tecelões adaptaram-se a construir ninhos suspensos na ponta de finos ramos, que ficam fora do alcance da maioria dos predadores terrestres ou alados. Mesmo assim, as cobras arborícolas conseguem facilmente atingi-los, predando com frequência os ovos ou as crias. Para contornar este problema, algumas espécies, como o Anthoscopus minutos, um pequeno passeriforme, constroem ninhos dotados de uma entrada conspícua, que conduz a uma câmara falsa. Assim, as cobras que atingem o ninho, entram nele e concluem ter chegado tarde demais, não imaginando que o seu objectivo se encontra separado de si apenas pela fina parede da câmara do ninho.

A importância dos ninhos não se resume à protecção contra os predadores. O processo da incubação dos ovos carece de características térmicas específicas. Os ninhos (ou tocas) escavados no solo pelos abelharucos mantêm no seu interior uma temperatura constante de cerca de 25º C, mesmo que a temperatura exterior varie entre os 13º C e os 51º C. A importância da temperatura no ninho reflecte-se não só directamente no desenvolvimento dos ovos, mas também no tempo que os progenitores despendem na incubação. Quem aperfeiçoou estas técnicas até ao extremo, foram as aves pertencentes à família Megapodiidae, que habitam a Ásia e a Oceânia, e que quase se alheiam do processo de incubação, ficando este a cargo do calor libertado durante a decomposição do enorme monte de matéria orgânica que constitui o ninho. O elemento masculino do casal limita-se, durante este processo, a verificar a temperatura dentro do ninho, podendo, se necessário, cobrir ou descobrir os ovos.
Também os mamíferos fabricam estruturas de formas muito variadas. Existem roedores que fazem ninhos nas ervas, outros que escavam intermináveis galerias no subsolo e símios que constroem ninhos nas árvores para passar a noite. No entanto, entre os mamíferos há uma espécie que se destaca nesta matéria - o castor. O castor, que é o segundo maior roedor do planeta, não se limita a construir uma toca. Para se assegurar que esta apenas é acessível por debaixo de água, e por isso bastante segura, a família dos castores constrói uma rede de diques, que pode somar um quilómetro de comprimento. Os castores estão dotados de poderosos dentes incisivos de crescimento contínuo, e conseguem derrubar uma árvore com 12 cm de diâmetro, em menos de meia hora. O impacto que uma família de castores tem na paisagem, é por tudo isto, impar no mundo animal.

Poder-se-ia supor que as construções mais complexas seriam as elaboradas pelos animais tidos por mais inteligentes, como os mamíferos ou as aves. No entanto, nem sempre é assim. Os ninhos de abelhas podem albergar várias dezenas de milhar de indivíduos, e são formados por células hexagonais construídas com cera. As paredes de cada célula têm, aproximadamente, 0,002 mm de espessura e cada parede faz com as que lhe são contíguas um ângulo de exactamente 120º. Dentro da colónia existem espaços reservados para armazenar alimento, para a criação das larvas e para a rainha.
As térmitas constroem colónias que podem ter vários milhões de indivíduos. As termiteiras são estruturas muito complexas, fabricadas com saliva, excrementos e partículas do solo, com câmaras onde são feitas culturas de fungos, que decompõem o alimento para as térmitas. Nos ambientes áridos, os fungos só subsistem dentro dos enormes ninhos, que graças a engenhosas soluções, como galerias verticais que dão acesso à humidade do subsolo, ou a um revestimento poroso que facilita a libertação de calor, mantêm os níveis de temperatura e humidade adequados.

Para além destes exemplos, muitos outros podiam ser dados, porque o mundo natural está repleto de seres que, tal como muitos de nós, lutam arduamente para ter a sua habitação.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Impactes ambientais do Desporto

Que impactes ambientais pode ter a prática desportiva, seja no meio urbano ou em áreas (quase) naturais? Como minimizá-los? Neste artigo é feita uma reflexão introdutória sobre o tema.

Sílvia Teixeira – Engª do Ambiente

Mais informações em:

http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=
16165&iCanal=29&iSubCanal=39&iLingua=1

As plantas também adoecem...

As doenças das plantas afectam, de forma por vezes decisiva, as populações humanas e os ecossistemas onde se inserem. Podendo ser causadas por uma multiplicidade de agentes, encontrará aqui uma introdução ao problema.

Joana Henriques

Mais informações em:

http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=13299&iCanal=
29&iSubCanal=3783&iLingua=1

II Edição da FEIRA NACIONAL DE PARQUES NATURAIS E AMBIENTE


26, 27, 28 e 29 de Julho 2007 (Olhão)

Municipio de Olhão, ICN

Mais in formações em: http://www.feiranacionaldeparques.com/

domingo, 1 de julho de 2007

Bolsa de Técnico de Investigação

CCMAR - Centro de Ciências do Mar do Algarve

Anúncio para atribuição de Bolsa de Técnico de Investigação

No âmbito do projecto (LIFE06 NAT/P/000192)

Ref.ª: (CCMAR/BTI/0010/2007)

O Centro de Ciências do Mar do Algarve abre concurso para atribuição de uma bolsa de Técnico de Investigação no âmbito do projecto LIFE06 NAT/P/000192 designado por (Restoration of Biodiversity in the Marine Park Site Arrábia-Espichel (PTCON0010) co-financiado pela Comunidade Europeia e pela SECIL através do programa LIFE - Nature, nas seguintes condições:

Funções a desempenhar:
- Condução de experiências laboratoriais no domínio da germinação de sementes de plantas marinhas e de tecidos vegetais.
- Manutenção de plantas marinhas em cultura.
- Análise estatística de dados experimentais.
- Participação nas campanhas de transplantes de ervas marinhas no Portinho da Arrábida.

Local de trabalho: Centro de Ciências do Mar do Algarve, Faro.

Requisitos:
- Licenciatura na área da biologia marinha e pescas, ou equivalente.
- Curso de mergulho com escafandro.
- Fluência em Inglês, escrito e falado.
- Carta de condução e viatura própria.

Critérios de avaliação:
- Experiência de investigação em ecologia de ervas marinhas.
- Experiência de trabalho de laboratório em cultivo de plantas marinhas e na germinação de sementes de plantas marinhas em condições controladas.
- Frequência de curso de estatística avançada – design experimental.

Condições da bolsa: Duração de 12 meses, com inicio previsto para 1 de Setembro de 2007, em regime de exclusividade, conforme regulamento de formação avançada de recursos humanos da FCT (http://www.fct.mces.pt/pt/apoios/formacao/ambitoprojectos) e regulamento de bolsas de investigação cientifica do CCMAR em (http://www.ualg.pt/ccmar/regulamento_de_bolsas_do_ccmar.htm).
A Bolsa poderá, eventualmente, ser prorrogada por um período adicional de 12 meses.

Remuneração: Será de acordo com a tabela de valores das Bolsas de investigação no país atribuídas pelo CCMAR

Prazos de recepção: Serão admitidas candidaturas de 2 de Julho a 16 de Julho de 2007.

Candidatura: As candidaturas devem ser feitas em formulário próprio (IP.CCM.040/00) que pode ser obtido em http://ccmar.ualg.pt/instit_bolsas.htm e incluir uma cópia do certificado de habilitações, Curriculum vitae detalhado e eventualmente referências

Envio de candidaturas: As candidaturas devem ser enviadas para Centro de Ciências do Mar, Ref.ª: (CCMAR/BTI/0010/2007), a/c de Prof. Dr. Karim Erzini, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, 8005-139 Faro.

Divulgação de resultados: A comunicação dos resultados da avaliação será feita até 30 dias úteis após o termo do prazo de apresentação das candidaturas, mediante comunicação escrita.

Comissão responsável pela selecção:
Prof. Dr. Karim Erzini
Doutora Alexandra Cunha
Doutor Onno Diekmann

Para melhor avaliação dos candidatos poderá haver recurso a entrevista

Dispersão e Filopatria - estratégias para a distribuição de aves e mamíferos

Os etólogos repararam numa curiosa tendência: chegada a altura de abandonar o local onde nasceram, entre as aves geralmente dispersam-se as fêmeas, mas nos mamíferos são mais frequentemente os machos que abandonam o território natal.

Eduardo Barrento

Muitos animais vivem em comunidade, formando grupos sociais, compostos por elementos da mesma espécie: bandos, alcateias, cardumes, etc. Há também animais que vivem isolados. Mas até estes têm necessidade de se juntar para se reproduzirem, nem que seja apenas no acto do acasalamento. Além disso, mães e crias formam grupos, mais ou menos temporários, conforme as espécies. A fêmea de Urso-pardo passa cerca de três anos com a cria. Por outro lado, algumas espécies de aves são nidífugas, isto é, assim que nascem abandonam o ninho, o que não quer dizer que os pais, ou pelo menos um deles, não acompanhem a prole. No fundo, todos os animais têm a necessidade de, pelo menos em algum momento, partilhar o espaço com outros animais da mesma espécie.

Qualquer grupo obedece a regras internas, normalmente definidoras de hierarquia social, mantendo assim o equilíbrio dos laços existentes. São inúmeros os comportamentos sociais das diversas espécies que os etólogos tentam registar e compreender. O facto de os animais poderem viver isolados ou em comunidade, poderá estar ligado a factores derivados da pressão competitiva: em grupo aumenta a pressão por alimento, por parceiro sexual ou pelo local de reprodução. O risco de contágio por doença aumenta também, além de que vários animais juntos são mais facilmente detectáveis pelos predadores, do que quando se encontram isolados. Mas viver em comunidade também aumenta o número de olhos, narizes e orelhas alerta para o perigo. Entre os predadores, a cooperação conjunta torna mais fácil a caçada, além de poder proporcionar a captura de presas muito maiores do que seria possível obter isoladamente. Existem também casos de cooperação na criação da prole, com as evidentes vantagens de tal facto.
Os jovens adultos, dependendo de vários factores, podem ficar no grupo familiar ou partir para formarem a sua própria família ou para viverem isoladamente. O habitat, a distribuição de alimento, o sistema de acasalamento e os riscos de endogamia, parecem determinar, em grande medida, o nível de dispersão dos jovens animais em relação ao seu local de nascimento. Dependendo da espécie, os factores que mais influenciam a dispersão variam, e dentro de cada espécie, pode também haver diferentes formas de dispersão.

Quando os jovens ficam na sua área natal, partilhando o território com os progenitores, falamos em filopatria natal. Esta estratégia tem vantagens e custos. O grau de parentesco entre os elementos do grupo aumento o risco de endogamia, com a consequente redução de variabilidade genética, o que é uma evidente desvantagem evolutiva. No entanto, a consanguinidade pode favorecer a “selecção” de genes que determinem uma boa adaptação a um determinado habitat.
Entre outros custos da vida em grupo, podemos referir o aumento da densidade populacional, que fará subir a competição por recursos e parceiros sexuais, bem como por abrigos ou locais de reprodução.

Segundo algumas teorias sociobiológicas, porém, a vida em sociedade leva à redução da agressividade entre os membros e ao aumento dos comportamentos altruístas. Outra vantagem da vida social dos animais é a de um melhor conhecimento do local onde o grupo habita.

A dispersão tem, também, custos e benefícios. Se, por um lado, evitam assim a consanguinidade, por outro, dispendem muita energia deambulando à procura de novos territórios, além de que não conhecem as novas áreas para onde se deslocam. Podem ainda encontrar muita resistência e agressividade por parte de indivíduos que habitem territórios por onde passem ou para onde se desloquem.
Portanto, a dispersão e a filopatria têm, cada qual, os seus custos e benefícios. Uma solução de compromisso, que adoptasse comportamentos de dispersão e de filopatria poderia ser uma boa estratégia. Foi o que fizeram muitas espécies, especialmente entre as aves e os mamíferos. Em geral, dá-se uma diferenciação por sexos: enquanto os elementos de um dos sexos ficam no local de nascimento, os do outro sexo partem. Assim, evitam os problemas de endogamia, e os membros que permancem, desfrutam das vantagens da filopatria.

Curiosamente, parece haver uma tendência para que, nas aves, se dispersem as fêmeas, enquanto nos mamíferos são os machos que maioritariamente se dispersam. Alguns etólogos têm tentado explicar esta tendência que, reafirme-se, é uma tendência, com excepções.

Um dos etólogos que se debruçou sobre o assunto, Paul Greenwood, publicou um artigo em 1980, onde explana duas hipóteses para explicar o comportamento de aves e mamíferos quanto à dispersão. Começando por admitir que uma separação comportamental entre sexos, um deles ficando no local onde nasceu o outro partindo para novas paragens, traria evidentes vantagens para a espécie, e acrescenta uma explicação para as diferenças entre aves e mamíferos. Essa diferença, segundo Greenwood, baseia-se no modo diverso como os machos de aves e de mamíferos competem por parceiras. Os mamíferos são maioritariamente poligínicos, isto é, cada macho defende um grupo de fêmeas, competindo com outros machos pelas parceiras. Os machos jovens e os subordinados, impedidos de chegar às fêmeas, aumentam as suas possibilidades de acasalamento quando se dispersam. As fêmeas, normalmente, vivem em grupos matralineares (compostos por mães, filhas e netas), beneficiando das vantagens daí decorrentes. Assim, os machos são “forçados” a dispersarem-se para evitar os problemas de uma elevada taxa de consanguinidade.
Por outro lado, as aves são maioritariamente monogâmicas. Os machos, em vez de competirem directamente pelas fêmeas, competem por locais com bons recursos (em alimentação e em locais de nidificação), locais esses que atrairão as potenciais companheiras. O conhecimento do local será, então, mais importante para os machos do que para as fêmeas. Estas, dispersando-se evitam os problemas genéticos da endogamia e escolhem os territórios com melhores recursos.

Mas estas hipóteses, funcionando bem na generalidade, têm muitas excepções, como no caso dos mamíferos territoriais, em que seria de esperar que se verificasse a hipótese dos machos teritoriais das aves, e que ocorresse a dispersão das fêmeas. Tal não acontece na maioria dos casos.

Surgiram então mais hipóteses para explicar as diferenças entre sexos na dispersão. Primeiro, em 1989, em relação aos mamíferos, por Clutton-Brock, e depois expandido às aves, por Wolff e Plissner, em 1998. Em ambos os casos, os autores partem do princípio de que a filopatria é preferencial à dispersão. E que o primeiro sexo a ter oportunidade de se reproduzir será o que escolherá ficar no território, enquanto o outro sexo irá dispersar-se. Uma vez que as fêmeas dos mamíferos amamentam e cuidam das suas crias, os machos, geralmente, não apresentam cuidados parentais. Daqui resulta que os machos estão livres para vaguear para longe. Quando a sua descendência feminina alcança a idade de reprodução, muito provavelmente, o pai não estará presente, permitindo às filhas não terem de se ausentar para evitar a consanguinidade. Se o macho reprodutor estiver presente quando as suas filhas atingem a idade reprodutora, são estas que se dispersam.
Uma outra hipótese, sustentada por Stephen Dobson em 1982, afirma que nos mamíferos poligínicos, a competição por parceiros sexuais é maior nos machos do que nas fêmeas, daí serem os machos a dispersarem-se. Por outro lado, nos mamíferos monogâmicos, os níveis de competição por parceiros sexuais serão mais equivalentes, pelo que a dispersão entre sexos tenderá a efectuar-se em proporções equivalentes. Os dados parecem corroborar esta hipótese. Mas também aqui existem lacunas: como explicar, então, por exemplo, o comportamento das fêmeas nas espécies de aves monogâmicas, em que, maioritariamente, são estas a dispersar-se?

Em 1985, surge uma terceira hipótese, desenvolvida por Olof Liberg e Torbjörn von Schantz, apelidada de Hipótese de Édipo. Aqui, os autores colocam a enfase nos reprodutores e não nos jovens adultos, como o fizeram os anteriores autores. Segundo esta nova hipótese, são os pais que expulsam os jovens do território, forçando-os a dispersarem-se, e não estes que tomam a iniciativa de o fazerem. Para Liberg e von Schantz as diferenças na dispersão entre sexos, tanto nas aves como nos mamíferos, reduz a competição em termos reprodutivos entre pais e filhos. Assumem que para a descendência, na maioria dos casos, seria preferível ficar. Mas os pais ocupam uma posição hierárquica superior, e são estes que “decidem” da partida ou não dos filhos, e de qual dos sexos. E se os progenitores beneficiarem com a permanência dos filhos, mas não houver recursos suficientes para tamanha prole, poderão determinar a expulsão de alguns membros, até que o número de efectivos se “encaixe” nos recursos existentes.

Assim, o sistema reprodutivo de aves e mamíferos está intimamente ligado com o tipo de competição entre os progenitores e as descendências masculina e feminina. Genericamente, nas espécies com um sistema de reprodução poligâmico ou promíscuo, a descendência masculina, se ficar em casa, tenderá a competir com o pai por fêmeas, enquanto a descendência feminina não é uma ameaça para nenhum dos progenitores. Já nos sistemas monogâmicos, seria de esperar que nem filhos nem filhas competissem com qualquer dos pais, precisamente porque estes são monogâmicos. Mas, como já vimos, as fêmeas das aves têm tendência à dispersão, o quer dizer: são expulsas pelos pais, enquanto as fêmeas dos mamíferos são toleradas. Porquê? Pelos seus diferentes modos de reprodução: postura versus gestação e nascimento. Nas aves, uma filha a quem seja permitida a permanencia junto dos pais, poderá enganar os pais colocando ovos no ninho da família, deixando assim os custos da nidificação para aqueles. Quanto às filhas dos mamíferos, estas não têm como esconder a gravidez e o nascimento aos pais, pelo que não os poderão enganar e, então, os pais nada têm a temer, em termos de competição reprodutiva com as filhas.
Deste modo, segundo a Hipótese de Édipo temos quatro possibilidades: (1) nas aves monogâmicas, os progenitores expulsam as filhas, porque estas, apesar de não enganarem os pais quanto a cópulas, porque estes são monogâmicos, podem, no entanto, pôr os seus próprios ovos no ninho familiar, enganando ambos os pais. Os filhos, como não podem enganar os pais, são tolerados. (2) Nas aves poligínicas ou promíscuas, ambos os sexos da descendência são forçados a abandonar a área natal, porque ambos podem trair os progenitores. (3) Nos mamíferos monogâmicos, nem machos nem fêmeas descendentes podem enganar os progenitores, pelo que ambos os sexos tendem a ser tolerados no território dos pais. (4) Nos mamíferos poligâmicos ou promíscuos, a descendência masculina é expulsa porque poderão enganar o pai, acasalando com uma das fêmeas. As filhas, como não podem enganar os progenitores tendem a ficar em casa. A Hipótese de Édipo explica muitas contradições das outras hipóteses; no entanto, também tem a sua falha: não explica o facto de alguns descendentes abandonarem “de livre vontade” a área natal, o que se poderá ficar a dever à procura de melhores recursos ou para evitar a endogamia.

Como sempre, a Natureza é equilibrada mas complexa. Nenhuma hipótese explica, por si só, todas as situações que podemos encontrar quando procuramos entender as diferenças entre sexos, em aves e mamíferos, quanto à dispersão ou à filopatria. Portanto, tendo em conta o papel que jogam tanto progenitores como descendência, e as variações que poderão ocorrer de acordo com a espécie, o sexo ou o indivíduo, devemos atender a que os animais, aves e mamíferos, se tenderão a dispersar, ou não, de acordo com a satisfação de três factores básicos: a redução da competição por recursos, a redução da endogâmia e a redução da conflitualidade entre progenitores e descendência.


Bibliografia
Alcock, J. (1993). Animal Behavior. Sixth Edition, Sinaneur.
Cockburn, A. (1991). An Introduction to Evolutionary Ecology. Blackwell Scientific Publications, Oxford.
Futuyma, D. J. Evolutionary Biology, 3rd edition. Sinaeur Associates, Inc. Publishers, Sunderland, Massachusetts.
Goodenough, J., McGuire, B. e Wallace, R. A. (2001). Perspectives on Animal Behavior. Second Edition, John Wiley and Sons, Inc.
Manning, A. e Dawkins, M. S. (1993). An Introduction to Animal Behavior. Fourth Edition, Cambridge University Press.
Sherman, P. W. e Alcock, J. (1998). Exploring Animal Behavior. Second Edition, Sinauer Associates, Inc. Publishers, Sunderland, Massachusetts.
Slater, P. J. B. e Halliday, T. R. (1994). Behavior and Evolution. Cambridge University Press.