Lic de Biologia no ISA

A licenciatura tem um perfil técnico-científico de banda larga, com três anos iniciais seguidos de posterior de formação com carácter aplicado. O ISA é uma das escolas com maior experiência no domínio da Biologia Aplicada e os licenciados terão uma sólida formação científica e oportunidades de emprego generalista em todos os domínios da Biologia, nomeadamente nas áreas do ambiente e ecologia aplicada, genética e biologia molecular, conservação da natureza e utilização e conservação dos recursos biológicos, podendo desempenhar funções na investigação científica, em laboratórios especializados, bem como em tarefas de consultadoria.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Edifícios ecologicamente correctos são moda em São Paulo

Há imóveis que já nascem “verdes” em São Paulo, no Brasil. Condomínios ecológicos são uma nova tendência no mercado imobiliário desta metrópole. Soluções para o uso de água, energia eléctrica e reciclagem de lixo já surgem nos lançamentos. Mas agora, as construtoras e promotoras querem tornar seus empreendimentos “verdes” desde início da obra até a entrega e ocupação. E começam a procurar a certificação de sustentabilidade.

Pelo menos dois lançamentos ostentam o selo Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), naquela cidade. O certificado norte-americano, criado pela ONG Green Building Council (GBC), centrou-se na certificação de empreendimentos comerciais e começa, agora, a entrar no ramo residencial brasileiro.

Fonte: O Estado de S. Paulo (Brasil)

Air Berlin encomenda aviões “amigos” do Ambiente

Por ocasião do roll-out do novo Boeing 787, Joachim Hunold, chefe-executivo da Air Berlin, e o director financeiro Ulf Hüttmeyer assinaram em Seattle, um contrato para o fornecimento de no total 50 aviões Boeing de longa distância. É o maior contracto que a Boeing recebeu até agora para o seu novo projecto "Dreamliner", cuja emissão de CO2 para a atmosfera é, consideravelmente, mais baixa. A entrega deverá ocorrer entre 2013 e 2017.

O "Dreamliner", desenvolvido desde 2004, utiliza uma nova aerodinâmica, materiais de composição leves e motores altamente económicos. Ao contrário de aeronaves tradicionais, há uma economia de 20 por cento de combustível por assento - desta forma as emissões de CO2 são diminuídas consideravelmente. Na versão 787-8 encomendada pela Air Berlin, com 272 assentos (sendo que destes 30 na classe executiva), o consumo por passageiro e 100 quilómetros agora é de apenas 2,5 litros. O avião tem alcance máximo de 15.200 quilómetros. Na Air Berlin deve ser utilizado especialmente em rotas de longa distância.
Joachim Hunold, da Air Berlin referiu: “Através da nossa decisão pelo Dreamliner contribuímos de modo significativo à protecção do meio-ambiente, muito além de todo tipo de discussão ou qualquer obrigação legal. A indústria da aviação desta forma torna a provar, que decisões correctas no âmbito económico também são boas ecologicamente".

Fonte: airberlin.com

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Biólogo/a

CEAI –Centro de Estudos da Avifauna Ibérica
Recrutamento de Técnico para Projecto de recuperação de populações de Coelho-bravo Oryctolagus cuniculus

Tarefas a desempenhar

Cartografia de habitats e elaboração de projecto em SIG
Censo e monitorização de Coelho-bravo
Repovoamento de Coelho-bravo
Gestão do projecto
Elaboração de relatórios
Contacto com caçadores e gestures cinegéticos
Tratamento estatístico
Elaboração de artigos

Outras tarefas

Participação noutros projectos do CEAI

Requisitos indispensáveis

Disponibilidade imediata
Flexibilidade de horário
Disponibilidade para deslocações frequentes
Experiência em trabalho de campo
Conhecimento de SIGs

Perfil do candidato

- Habilitações: i) Licenciatura em biologia com experiência de trabalho em projectos de conservação da natureza (preferência em mamíferos) superior 2 anos; ou ii) Formação afim e experiência de trabalho em projectos de conservação da natureza (preferência em mamíferos) superior a 4 anos
- Bons conhecimentos de cartografia e sistemas de informação geográfica
- Organização e autonomia
- Dinamismo e espírito de iniciativa
- Facilidade de relacionamento interpessoal
- Carta de condução

Condições de trabalho

Local: Évora, sede do CEAI (cerca 60%); trabalho de campo a Serra do Caldeirão (cerca de 40%)
Tipo: contrato de prestação de serviços
Duração: 18 meses, possibilidade de continuidade em projectos de conservação
Alojamento durante o trabalho de campo
Viatura para trabalho de campo
22 dias úteis de férias por ano

Envio de CV, Carta de motivação e 2 contactos para fornecer referências do candidato.
Prazo do concurso: 26 de Setembro de 2007, via correio electrónico para info@ceai.pt com assunto: Candidatura – recuperação de coelho-bravo

Bolsas de Investigação (m/f) (II) CIBIO

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM BIODIVERSIDADE E RECURSOS GENÉTICOS
ICETA – UNIVERSIDADE DO PORTO

BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO

O CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos do Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares (ICETA-UP) - aceita candidaturas de licenciados para 6 Bolsas de Investigação, no âmbito de um projecto que tem por objectivo elaborar um programa para o desenvolvimento de uma rede de parques metropolitanos.

A contratação será regida pelo estipulado na legislação em vigor relativamente ao
Estatuto de Bolseiro de Investigação (Lei nº 40/2004 de 18 de Agosto). O valor mensal da bolsa será de 745 €, e será pago por transferência bancária. As Bolsas terão início previsto para 1 de Novembro de 2007, em regime de exclusividade, conforme regulamento de formação avançada de recursos humanos da FCT
(http:/www.fct.mctes.pt/formação) e regulamento de bolsas do ICETA/UP.

Os bolseiros terão como principais funções:
A - 4 bolsas para levantamentos de terreno e documental na área metropolitana do
Porto destinadas a licenciados em arquitectura paisagista, engenharia agronómica,
engenharia florestal e biologia.
B - 1 bolsa para levantamento de jardins históricos destinada a licenciados em
arquitectura paisagista.
C - 1 bolsa para apoio à elaboração de cadernos de encargos destinada a licenciados em arquitectura paisagista.

Local e duração da bolsa: A coordenação do projecto é da responsabilidade da
Professora Teresa Andresen e terá lugar no Porto, sendo que os candidatos terão de realizar diversas deslocações na área de trabalho sendo estas despesas custeadas pelo Projecto. As bolsas indicadas em A terão a duração de nove meses e as bolsas indicadas em B e C terão a duração de 15 meses, podendo ser eventualmente prorrogável.

Documentos de candidatura: As candidaturas deverão ser enviadas para a morada
abaixo mencionada e incluir os seguintes elementos:

1. Carta de candidatura
2. C.V. detalhado acompanhado de portfolio (impresso em tamanho A4 e em formato digital - até 4MB, formato pdf), onde devem vir reunidos os principais trabalhos realizados e publicações devendo explicitar o principal desempenho do candidato quando se tratem de trabalhos em equipa. Isto aplica-se a trabalhos escolares.
3. Certificado de habilitações.
Prazo e critérios de avaliação: A avaliação resultará de uma apreciação global baseada na média de licenciatura e no portfolio. Será relevante a demonstração de experiência de trabalho nas áreas de interface da ecologia aplicada e do planeamento, projecto e gestão de parques públicos. Os candidatos poderão ser chamados para uma entrevista.

O período de candidatura decorrerá entre 1 e 15 de Outubro prevendo-se que a bolsa entre em funcionamento a partir de 1 de Novembro. O júri poderá não atribuir a bolsa se a qualidade dos candidatos for inferior à pretendida.

Las candidaturas deverão ser dirigidas a/c:
Dr.ª Anabela Barroso
ICETA - Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agro-Alimentares
Departamento de Botânica
Rua do Campo Alegre, 1191 - 4150-181 Porto
Tel.: 351 226 002 153
Fax.: 351 226 092 227
e-mail: anabarroso@fc.up.pt

III Encontro Nacional de Centros de Recuperação de Animais Selvagens


O III Encontro Nacional de Centros de Recuperação de Animais Selvagens realiza-se no Espaço Monsanto, entre os dias 11 e 14 de Outubro. A iniciativa está integrada nas comemorações do 10.º aniversário do Centro de Recuperação de Animais Silvestres, e é organizada pelo Departamento de Ambiente e Espaços Verdes, através da Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental, com o apoio da Sociedade Portuguesa da Vida Selvagem.Os objectivos deste Encontro passam por uma abordagem global e integrada às reais capacidades de resposta disponíveis, de forma a definir soluções e projectos comuns. Os painéis do evento serão dedicados a três grandes temas: Logística dos Centros de Recuperação de Fauna e o Desenvolvimento Sustentável; Problemas relacionados com a Medicina de Conservação e, por último, as questões que dizem respeito à Reprodução das Espécies Ameaçadas e à Reabilitação e Monitorização de Fauna Libertada. Para mais informações, tel.: 218 170 581 ou 218 170 576, ou desa@cm-lisboa.pt

PROGRAMA

Dia 11
10:00 Actividades de educação ambiental e actividades lúdicas

14.00 Abertura do secretariado e entrega de documentação
14:30 Sessão de abertura do III Encontro Nacional de Centros de Recuperação

Os Centros de Recuperação de Fauna e o Desenvolvimento Sustentável
15:00 Contributo dos Centros de Recuperação de Fauna para o Desenvolvimento Sustentável - Dr. Pedro Melo / Vetnatura | LxCRAS
15:25 Perspectiva Nacional da Actividade dos Centros de Recuperação - Rede Abrigos e Rede Nacional de Recuperação e Reabilitação de Animais Selvagens – João Loureiro | ICNB
16:00 Funcionamento e organização da Rede Andaluza de Centros de Recuperação de espécies ameaçadas – Isabel Molina | EGMASA, Consejería de Medio Ambiente de la Junta de Andalucia)
16:50 Pausa para café
17:05 Educação Ambiental no Centro de Recuperação do Parque Biológico de Gaia -Dr. Nuno Gomes de Oliveira
17:30 ONG e a Recuperação de Fauna - Samuel Infante | Quercus
17:55 O papel do SEPNA na Rede de Recuperação de Animais - Major Amado | SEPNA-GNR
18:20 O Centro de Recuperação de Lisboa - 10 anos de existência - Equipa Biodiversidade/LxCras 18:45 Ilustração científica de animais silvestres – Pedro Salgado | Universidade Autónoma de Lisboa

Dia 12
Os Centros de Recuperação de Fauna – Logística e Instalações
09:00 Condições e estruturas mínimas que devem existir num Centro de Recuperação de fauna - Nova Portaria - João Loureiro | ICNB
9:25 Desenho e estruturação de instalações em Centros de Recuperação - Princípios, conceitos básicos e exemplos práticos - Ricardo Brandão | CERVAS/PNSE
10:00 Planificação de um novo Centro de Recuperação - Joaquim Silva / Roberto Sargo | CRATAS/ UTAD
10:25 Pausa para café
10:40 The Raptor Center - Um exemplo de um Centro de Recuperação Especializado, nos Estados Unidos da América - Hugo Lopes
11:05 Nova Base de Dados do LxCRAS - Nuno Ventinhas | Equipa Biodiversidade/LxCRAS)
11:30 Aspectos de nutrição de animais em recuperação – Equipa Biodiversidade/LxCRAS)
12:00 Comunicações livres
12:30 Debate
13:00 Almoço

Medicina da Conservação - Situações de Catástrofe
14:30 O Caso Prestige - Carla Monteiro, Henrique Cizeron e Helder Fernandes
15:05 Caso de Botulismo na Ria Formosa - Patricia Cachola | CR Ria Formosa
15:30 Gripe das Aves - procedimentos a adoptar nos Centros de Recuperação em caso de detecção de um surto - representante da DGV
16:00 Pausa para café
16:15 Incêndio na Tapada de Mafra - impacto no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico - Nuno Marques Pereira | Grupo Lobo
16:50 Comunicações livres
17:25 Debate

20:00 Jantar convívio

Dia 13
Medicina de Conservação – Estudos em Centros de Recuperação de Fauna
09:00 Zoonoses de Aves - Filipe Martinho | Nyctea
09:25 Ixodídeos parasitas de aves: detecção de agentes Rickettsiales em Centros de Recuperação - Margarida Silva | CEVDI/INSA
09:50 Monitorização da saúde animal em aves silvestres num Centro de Recuperação - Ursula Höfle | CERI/IREC
10:35 Pausa para café
10.50 Programa Antídoto - Portugal: a importância da participação dos Centros de Recuperação de fauna - Ricardo Brandão | CERVAS/PNSE
11:25 Banco de tecidos - Nuno Santos | CRPNPG/Pygargus
11:50 Imunização contra a gripe aviaria de espécies exóticas num espaço zoológico - Jorge Soares | Badoca Park
12:15 Comunicações livres
12:40 Debate
13:10 Almoço

Medicina da Conservação - Medicina e Cirurgia de Espécies Selvagens
14:30 Cirurgia ortopédica em aves de rapina - Hugo Lopes
15:15 Medicina e cirurgia do Lobo Ibérico - Nuno Marques Pereira | Grupo Lobo
15:40 Medicina da conservação do Lince Ibérico - Rodrigo Serra
16:05 Parasitologia em aves silvestres - Luís Carvalho | FMV
16:30 Pausa para café
16:50 Recuperação de fauna marinha - tartarugas marinhas – Maria Llorena Reino | CEMMA Galiza
17:15 Recuperação de fauna marinha - mamíferos marinhos - José Vingada | SPVS
17:40 Centro de Recuperação de Animais Marinhos Espanhol – Galiza | Orador a confirmar

Dia 14
Reprodução das Espécies Ameaçadas

09:00 Projecto Áquila – Parque Nacional da Peneda-Gerês - Miguel Pimenta/Hélder Fernandes | Quinta de Stº. Inácio
09:25 Reprodução em cativeiro de aves de rapina (Águia de Bonelli, Águia-Real e Águia Imperial) - Juan Blanco | CERI
09:45 Reprodução em cativeiro de Falco naumanni – Ignácio Otero Cañas | GREFA
10:15 Reprodução em cativeiro do Lince Ibérico - Rodrigo Serra
10:45 Pausa para café
11:00 Cria em cativeiro de coruja das torres (Tyto alba) – Hélder Fernandes | Quinta de Sto. Inácio
11:15 Debate

Reabilitação e Monitorização de Fauna Libertada
12:05 Reabilitação de fauna – Ignácio Otero Cañas | GREFA
12:30 Seguimento de aves libertadas - Ignácio Otero Cañas | GREFA
13:00 Almoço

14:30 A anilhagem de aves recuperadas em Centros de Recuperação - Victor Encarnação | ICNB
14:55 Telemetria de mamíferos libertados – José Vingada | SPVS
15:30 Comunicações livres
16:00 Debate
16:30 Sessão de encerramento

A Intervenção Humana na Preservação das Espécies

Dada a quase omnipresente presença humana no planeta, a conservação da Natureza está, cada vez mais, dependente da intervenção directa do Homem, na forma acções de preservação ambiental de diversos tipos que é importante conhecer.

Bruno Pinto

A necessidade de gestão de habitats e espécies advém do facto de algumas áreas degradadas já não serem capazes de manter a diversidade biológica que possuem por processos naturais. Em áreas quase intocadas como a maior parte da Antárctica, não há razão para interferir com estes processos e por isso os biólogos apenas têm de garantir que estas se mantêm bem conservadas. No entanto, a maioria dos ecossistemas foram tão alterados, que a sobrevivência de algumas espécies depende da intervenção Humana. Este texto foca alguns dos casos em que se justifica esta intervenção e de que forma contribui para a conservação de espécies.

Um dos motivos mais comuns para a gestão de determinado habitat é que certas espécies são dependentes de vegetação que precisa de ser mantida pela intervenção Humana. Por exemplo, o Coelho-bravo precisa de áreas fechadas de matagal mediterrânico que usa como protecção contra predadores, intercaladas com áreas abertas de gramíneas de que se alimenta. Estas áreas abertas eram anteriormente mantidas pela acção de fogos naturais e por herbívoros silvestres como o veado, o corço e mesmo o coelho-bravo, que agora estão ausentes ou existem em baixas densidades. Na ausência destes factores naturais que contribuem para a abertura do matagal mediterrânico, é necessário fazer uma gestão de habitat para as criar artificialmente.
Quando uma população se encontra em risco de extinção, pode ser necessário acrescentar indivíduos de outra população para recuperá-la. No entanto, existem situações em que não é possível conservar uma espécie em estado selvagem. Por exemplo, a conservação do toirão-das-patas-negras nos EUA dependeu da reprodução em cativeiro dos últimos 18 indivíduos que existiam em estado selvagem. Estes animais foram postos em cativeiro por forma a evitar as doenças que dizimaram as populações selvagens e também para garantir que os seus descendentes não tivessem elevados níveis de consanguinidade.

As técnicas de reprodução em cativeiro e de reintrodução têm melhorado bastante nas duas últimas décadas, possibilitando assim a reprodução de espécies que se julgava impossível há uns anos atrás. A reprodução em cativeiro de animais selvagens é uma medida de último recurso e tem de ser acompanhada de acções que eliminem ou reduzam os factores de ameaça à espécie, de modo que seja possível repô-la na Natureza. Por exemplo, o sucesso da recuperação do toirão-das-patas-negras apenas foi possível graças ao eficiente programa de reprodução em cativeiro, mas também devido a acções de recuperação e protecção do seu habitat. Sem estas acções, não teria sido possível reintroduzir os animais no seu meio natural.
A gestão de habitats e espécies também se justifica quando espécies exóticas se tornam invasoras. Estas têm a capacidade de eliminar espécies nativas, sendo por isso necessário o seu controlo. Como é difícil a sua erradicação completa, pode ser necessária uma gestão permanente destas espécies. Por exemplo, o chorão é uma planta exótica invasora que se tem expandido na Reserva Natural das Berlengas, pondo em perigo espécies de plantas que apenas se encontram naquela ilha. Assim, tem-se cortado regularmente o chorão, de modo a controlar o seu crescimento por forma a permitir que essas espécies subsistam. Espécies exóticas invasoras podem também causar grandes prejuízos económicos. Por exemplo, o coelho- bravo é uma espécie exótica invasora na Austrália, tendo provocado a extinção de espécies animais e vegetais nativas mas também graves danos na agricultura calculados em milhares de dólares por ano.

Por último, a intervenção Humana também se justifica no caso de habitats em que a vegetação está bastante degradada. Por exemplo, suponhamos que há um local de extracção de pedra que foi abandonado. Se deixarmos que haja uma regeneração natural da vegetação, o processo pode demorar um longo período de tempo. Ao fazer uma restauração do habitat pela plantação de espécies autóctones, aceleramos o processo de recuperação do habitat, minimizando a erosão do solo e garantido que as espécies que ali existiam anteriormente são repostas naquela área.
Em resumo, nalguns ecossistemas degradados, é necessária a intervenção Humana para garantir a manutenção de espécies aí existentes. Esta intervenção poderá ser feita para impedir a extinção de espécies pela sua gestão directa, para controlar espécies exóticas invasoras ou recuperar áreas de vegetação degradada. O futuro da diversidade biológica depende destas acções, mas idealmente estas deveriam ser assumidas de novo pela Natureza.
Bibliografia

Primack, R.B. (1998). Essentials of conservation biology. Sinauer Associates.

Sutherland, W.J. (1998). Conservation science and action. Blackwell Science.

Tucker, G.M. e Evans, M.I. (1997). Habitats for birds in Europe : a conservation strategy for the wider environoment. Cambridge, U.K. : Birdlife International (Birdlife Conservation Series nº 6).

Tratamento de Águas de Escorrência – Considerações Gerais

O transporte da poluição acumulada nas vias rodoviárias pelas águas pluviais (águas de escorrência) induz impactes ambientais negativos importantes, sobretudo tratando-se de meios sensíveis. Nesse sentido, deverá proceder-se ao seu tratamento.

Rita Teixeira d’Azevedo

Introdução

O presente artigo pretende ser o primeiro de vários artigos onde será abordada a temática das águas de escorrência, no âmbito das considerações gerais, enquadramento legal aplicável, sistemas de tratamento disponíveis, entre outros. Esta temática, praticamente ignorada até à actualidade e ainda do desconhecimento da população, em geral, reveste-se de extrema relevância no panorama nacional a nível de recursos hídricos e qualidade da água.

A deterioração da qualidade do meio hídrico e a afectação de ecossistemas pela influência de estradas deve-se ao transporte da poluição acumulada no pavimento pelas águas pluviais, designando-se como águas de escorrência. Entre os poluentes mais comuns e preocupantes encontram-se os metais pesados (zinco, cobre, chumbo, cádmio, crómio), os hidrocarbonetos, os óleos e gorduras e os sólidos suspensos totais. Os níveis de poluição eventualmente críticos são pontuais, pois ocorrem nas primeiras chuvadas após um período seco mais ou menos longo.
Enquadramento do Tema

A concepção de Sistemas de Tratamento de Águas de Escorrência da via insere-se no Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental relativo à fase de Projecto de ExecuçãoDIA). Para o efeito, esse volume é uma parte integrante do Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE).

No âmbito da elaboração do RECAPE, são efectuados diversos estudos, ao nível da análise do projecto de drenagem, da ocupação do solo, dos usos hídricos existentes, da vulnerabilidade hidrogeológica da região e dos impactes da infra-estrutura rodoviária nas linhas de água receptoras das escorrências da via.
e constitui uma especificação das medidas ambientais recomendadas durante a fase de Estudo Prévio, respondendo às especificações da Declaração de Impacte Ambiental (
Justificação e Selecção do Local de Implantação dos Sistemas de Tratamento

A selecção do local de implantação dos sistemas de tratamento tem em consideração a topografia da área afectada, a proximidade a zonas hídricas sensíveis ou zonas sensíveis, a drenagem longitudinal da via, a localização de passagens hidráulicas, as características geométricas do projecto que condicionam os locais de implantação do sistema de tratamento e os estudos efectuados em RECAPE.

Definem-se zonas sensíveis como recursos hídricos que não garantam a diluição dos poluentes rodoviários, estuários, captações públicas ou privadas de água superficial e subterrânea, canais/valas/regadeiras de distribuição de água para rega, campos agrícolas e infra-estruturas hidráulicas.

Deverá ainda proceder-se à análise da contribuição da estrada para o aumento das concentrações de poluentes no meio receptor das escorrências da plataforma, sendo os poluentes avaliados os sólidos suspensos totais (SST), hidrocarbonetos (HC), cobre (Cu), zinco (Zn) e chumbo (Pb). Esta análise permite efectuar a estimativa do acréscimo de poluentes nos cursos de água, tendo em consideração as características do Projecto de Drenagem.

Para a previsão das concentrações de poluentes e respectivos acréscimos nas linhas de água receptoras, recorre-se a metodologias recentes, baseadas em modelos matemáticos. Um modelo utiliza concentrações ou cargas de constituintes (SST, Zn, Cu e Pb) como variáveis dependentes do volume de escoamento, da intensidade de precipitação, da intensidade de tráfego, da duração do período seco e do uso do solo adjacente. O outro modelo, para a previsão da concentração de HC, requer como dados de base, entre outros, o tráfego médio diário, as características geométricas da rodovia, o regime de precipitação local e hidrológico das linhas de água receptoras.

Deste modo, estabelece-se o número e o local de implantação dos sistemas de tratamento, promovendo a diminuição da poluição para níveis aceitáveis antes da descarga, de modo a garantir a protecção sustentável do recurso Água definida na Directiva-Quadro da Água.
Monitorização

O controlo efectivo da eficiência de tratamento deverá ser assegurado pela execução de um Plano de Monitorização, a ter início imediatamente após a entrada em serviço da via e a realizar durante toda a sua fase de exploração, constituindo uma parte integrante do Projecto de Execução. Este plano deverá consistir de duas fases:

A primeira fase, a realizar após a entrada em funcionamento da via rodoviária, pretende verificar falhas de funcionamento do sistema de recolha e tratamento, e servirá para a sua rectificação. A realização das campanhas de amostragem deverá ser efectuada em consequência dos acontecimentos poluentes, ou seja, as primeiras chuvadas após longos períodos sem precipitação.

A segunda fase, a realizar após a estabilização do sistema, e exigindo uma menor frequência, pretende verificar se se continua a operar nas melhores condições determinando, caso contrário, as operações de manutenção necessárias.

A monitorização deverá englobar a verificação da carga poluente veiculada na água de escorrência, bem como a eficiência do sistema de tratamento, por comparação dos parâmetros poluentes (material sólido suspenso, carga orgânica, óleos e gorduras e metais pesados) na descarga do pavimento e à saída do sistema de tratamento.
Para o efeito, proceder-se-á a uma monitorização da qualidade da água, não só nos pontos de descarga da via e do sistema de tratamento, mas também nos meios receptores (águas superficiais e águas subterrâneas), em locais imediatamente a montante e jusante dos locais de descarga previstos. Esta monitorização terá como objectivo comprovar a eficácia das medidas ambientais projectadas, bem como verificar se existe algum local adicional de descarga que necessite de ser sujeito a tratamento.

Os resultados anuais e os obtidos ao longo dos anos de exploração do projecto deverão ser discutidos e comparados entre si, bem como comparados com os limites legislados, de modo a tomar conhecimento sobre o desempenho ambiental do projecto e sobre o cumprimento legal das descargas efectuadas.


Bibliografia Recomendada

BURTON, Jr., G.A. e PITT, R.E., (2002). Stormwater Effects Handbook. Lewis Publishers, Inc., 911 pp..

FHWA (Federal Highway Administration), (1996). Evaluation and Management of Highway Runoff Water Quality. Publicação da Federal Highway Administration nº FHWA-PD-96-032, U.S. Department of Transportation, Washington, 457 pp..

HVITVED-JACOBSEN & YOUSEF, Y.A., (1991). Highway runoff quality, environmental impacts and control In Highway pollution. R. S. Hamilton, R, M.

TEIXEIRA D’AZEVEDO, R., (2001). Sistema de Tratamento de Águas de Escorrência, in “II Congresso Hispano-Português e V Simpósio Espanhol sobre Estradas e Meio Ambiente”, Instituto das Estradas de Portugal (IEP), Comissão Nacional Portuguesa dos Congressos da Estrada (AIPCR), Associación Técnica de Carreteras, Ministério do Fomento e do Meio Ambiente, Junta de Andalucía, Administração Provincial de Granada, Câmara Municipal de Almuñécar; Almuñécar – Granada (Espanha), 26 a 30 de Novembro de 2001, 26 pp..

WANIELSITA, P.W. e YOUSEF, Y.A., (1993). Stormwater Management. John Wiley & Sons, Inc., USA, Canada, 579 pp..

domingo, 16 de setembro de 2007

Nestlé poupou 55 milhões de litros de água em 2006

A Nestlé conseguiu poupar, no ano de 2006, 47 mil milhões de litros de água, e a Nestlé Waters 8 mil milhões de litros. Segundo o relatório da companhia sobre gestão de água, os números dizem respeito aos recursos hídricos que a Nestlé não utilizou devido à maior eficiência do consumo nos seus processos de produção.

Desde 2002, a companhia (excluindo a Nestlé Waters) reduziu a água utilizada por quilograma de produto em 27 por cento. A Nestlé Waters conseguiu uma redução de 30 por cento, ou seja, diminuiu a quantidade de água adicional necessária para produzir um litro de água engarrafada de 1,22 para 0,86 litros.

A Nestlé gasta anualmente 18,4 milhões de euros na construção e ampliação de estações de tratamento de águas residuais nas suas fábricas, e está neste momento a investir na certificação de acordo com a norma ISO 14001 de todas as fábricas até 2010.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

H5N2: DGS diz que subtipo de vírus não representa qualquer problema para a saúde pública

DR
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O vírus da gripe das aves que foi detectado pelas autoridades veterinárias portuguesas não é transmissível ao homem

Vírus detectado em duas explorações de patos

O director-geral de Saúde sublinhou hoje que o subtipo de vírus da gripe das aves detectado em duas explorações de patos, em Tomar e Vila Nova da Barquinha, não representa qualquer tipo de riscos para a saúde pública.

"Temos estado em contacto com a Direcção-Geral de Veterinária. Trata-se de um subtipo de vírus que circula em aves e que não representa qualquer tipo de riscos em relação à saúde pública", afirmou à agência Lusa Francisco George.

"Trata-se de um problema de saúde animal que os veterinários conhecem bem e dispõem de medidas eficazes de controlo previstas, aliás, em regulamentos europeus", acrescentou.

O responsável adiantou ainda que, além de contactos permanentes com as autoridades veterinárias, a Direcção-Geral de Saúde não tem, nesta fase, necessidade de intervir.

"Uma vez que não há riscos para a saúde pública, não há medidas que tenhamos de tomar nesta fase, para além dos contactos permanentes", referiu.

O vírus da gripe das aves que foi detectado pelas autoridades veterinárias portuguesas, o H5N2, não é transmissível ao homem e é muito menos patogénico do que o vírus que tem atingido o sudeste asiático.

As duas explorações de patos faziam produção para repovoamento de espécies para a caça, segundo uma nota do Ministério da Agricultura, e não para colocação de aves no mercado.

Segundo um conjunto de informações sobre a gripe das aves disponibilizada na Internet pelo Ministério da Agricultura, "a estirpe H5N2 não é altamente patogénica nas aves e nunca foi conhecido que causasse a doença em humanos".

"Contudo, o controlo urgente de todos os surtos de gripe das aves - mesmo quando causados por uma estirpe de patogenicidade baixa - é da maior importância. As pesquisas demonstram que certas estirpes de gripe aviária, inicialmente de patogenicidade baixa, podem rapidamente sofrer mutação (dentro de seis a nove meses) para uma estirpe altamente patogénica, caso se possibilite a continuação da circulação nas aves", refere a informação oficial.

Construção ilegal em Reserva Agrícola Nacional no município de Tavira

A Quercus interpôs uma providência cautelar relativa a um caso de construção em Reserva Agrícola Nacional, que no entanto continua sem ser embargada.

Quercus (13-09-2007)

No passado dia 19.08.2007, a Quercus, emitiu um comunicado onde divulgou que junto à Quinta das Oliveiras, junto da EN n.º 125, fora do perímetro urbano de Tavira, em plena Reserva Agrícola Nacional, se encontrava em curso por iniciativade uma empresa imobiliária espanhola, uma construção de um edifício de escritórios sem alvará de construção.

No mesmo dia, o Presidente da CM de Tavira, em declarações à Agência noticiosa Lusa afirmou que:

a) A obra se encontrava licenciada e que não apresentava qualquer irregularidade;
b) A Câmara não tem que embargar nada porque não há nada ilegal;
c) Que os factos denunciados pela Quercus não eram verdadeiros;
d) Que a Quercus se deveria informar melhor.

Face à inverdade destas declarações, inacção e inoperância do Presidente da CM de Tavira, que, não obstante o conhecimento da ilegalidade da construção, consentiu que até hoje a obra continuasse sem ordenar o embargo, a Quercus considera esta situação manifestamente grave.

A Quercus decidiu, na passada semana, antes de reagir judicialmente, obter mais informações acerca deste processo. Constatou-se, então, que a obra em questão não só não se encontra licenciada, como também se encontra a ser construída em área do Perímetro de Rega do Sotavento Algarvio, em manifesto desrespeito pela lei aplicável que proíbe expressamente todas e quaisquer construções, actividades ou utilizações não agrícolas de terrenos das áreas beneficiadas.

Por outro lado, no local da obra em questão, continua a verificar-se a ausência do aviso relativo à existência de um processo administrativo de licenciamento.

Quercus interpõe providência cautelar

Face à investigação realizada e a todo este circunstancialismo, uma vez que está em causa a defesa de um património colectivo, associado ao ambiente, à preservação dos recursos naturais, dos melhores solos agrícolas, interferindo com a protecção dos recursos hídricos do Sotavento Algarvio, decidiu a Quercus requerer ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé o embargo da obra.

Para além do embargo, a Quercus requereu ainda ao Tribunal que o Município de Tavira se abstenha de legalizar a referida construção em virtude da sua legalização/licenciamento violar os Regimes Jurídicos da Reserva Agrícola Nacional e o das Obras de Aproveitamento Hidroagrícola.


Para mais esclarecimentos contactar:
Hélder Spínola: Presidente da Direcção Nacional: 937 788 472 ou
Domingos Patacho: 937 515 218

A eutrofização dos sistemas aquáticos

O excessivo enriquecimento em nutrientes das massas de água e a consequente degradação dos sistemas aquáticos é um fenómeno cada vez mais comum, maioritariamente induzido directa ou indirectamente por actividades humanas.

Maria João Cruz e Rui Braz

A eutrofização é um fenómeno que afecta inúmeros lagos, albufeiras, rios e mesmo zonas marinhas costeiras de todo o mundo, alterando o equilíbrio do ecossistema e deteriorando a qualidade da água o que limita a sua utilização.

A eutrofização pode ser definida como um aumento da quantidade de nutrientes e/ou matéria orgânica num ecossistema aquático, resultando numa maior produtividade primária e, geralmente, na diminuição do volume total do ecossistema. Devido a um aumento de nutrientes disponíveis, originam-se blooms (aumentos de grande magnitude) de algas verdes e de cianobactérias (algas azuis) que podem ter efeitos nocivos. São estes blooms que acabam por provocar o aumento da produtividade primária.
As plantas aquáticas necessitam de uma grande variedade de constituintes químicos para crescerem, mas geralmente apenas o fósforo e/ou o azoto estão em défice nos sistemas aquáticos, sendo por isso os factores que limitam o seu crescimento. A eutrofização resulta, na maioria das vezes, do aumento destes nutrientes (sobretudo do fósforo) que permite a multiplicação descontrolada das algas.

A eutrofização pode ser natural ou consequência de actividades humanas. Quando a origem é natural, o sistema aquático torna-se eutrófico muito lentamente e o ecossistema mantém-se em equilíbrio. Geralmente a água mantém-se com boa qualidade para o consumo humano e a comunidade biológica continua a ser saudável e diversa. Quando, pelo contrário, a eutrofização resulta de actividades humanas, há um aceleramento do processo, os ciclos biológicos e químicos podem ser interrompidos e, muitas vezes, o sistema progride para a um estado essencialmente morto.

A eutrofização induzida pelo Homem desenvolve-se rapidamente devido a fontes de nutrientes geradas pelas actividades humanas. As fontes mais comuns são as escorrências dos campos agrícolas (que são muito ricas em nutrientes devido à utilização de fertilizantes), os efluentes industriais, os esgotos das áreas urbanas e a desflorestação. Todas elas provocam a libertação para os ecossistemas aquáticos de grandes quantidades de nutrientes que ficam disponíveis para o crescimento do fitoplâncton (conjunto de algas microscópicas com pouco ou nenhum poder de locomoção, deslocando-se segundo o movimento da água, que inclui as algas verdes e as cianobactérias).
À medida que a produtividade do fitoplâncton aumenta, a transparência da água diminui, o que provoca uma diminuição na penetração da luz e afecta a comunidade de macrófitas (formas macroscópicas de vegetação aquática) submersas que vivem na zona litoral. Deste modo, a diversidade do habitat litoral diminui deixando de haver refúgios e/ou alimentos para muitos organismos, o que empobrece as comunidades de invertebrados e vertebrados.

Outra consequência do aumento da biomassa algal é a diminuição da capacidade de auto-purificação do sistema, ou seja, o poder de reciclar a matéria orgânica diminui, levando à acumulação de detritos e sedimentos. Num estado mais avançado a concentração de oxigénio vai diminuindo, a profundidade de compensação (profundidade à qual o consumo de oxigénio iguala a sua produção) diminui e as espécies que não conseguem tolerar concentrações de oxigénio baixas tendem a desaparecer, havendo uma nova redução na biodiversidade. O pH também se altera, passando de neutro ou ligeiramente alcalino a ácido, o que também pode afectar algumas espécies.
Finalmente, pode também ocorrer uma grande acumulação de toxinas (produzidas pelas cianobactérias) e de parasitas, o que pode produzir fortes impactos ao nível da saúde pública.

A produtividade acelerada que advém da eutrofização é desejada e mesmo encorajada por certas populações humanas que têm em vista o aumento da produção de fontes proteicas para consumo (por exemplo, o aumento da produção de algumas espécies de peixes). No entanto, nas culturas ocidentais a eutrofização é menos desejável porque os lagos são utilizados prioritariamente para abastecimento de água para utilização doméstica e industrial ou para fins recreativos, havendo uma grande necessidade de a controlar.

A comunidade científica tem tentado encontrar soluções para o problema da crescente eutrofização que se tem verificado em inúmeros corpos de água de todo o mundo. Uma das soluções que se tem demonstrado altamente funcional é a biomanipulação. Esta consiste em controlar os organismos que vivem nos corpos de água, assim como dos seus habitats, e na utilização das suas relações tróficas para reduzir a biomassa de algas.
A biomanipulação pode ser feita de dois modos distintos: ou se procede a alterações na base da cadeia alimentar (ao nível dos nutrientes), ou se altera um nível trófico superior (nível dos consumidores). Quando se procede a alterações na base da cadeia alimentar, procura-se reduzir a entrada dos nutrientes no sistema. Esta redução pode ser feita por exemplo ao nível das ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais), ou através da diminuição das quantidades de fósforo presentes nos detergentes fosfatados. A alteração de um nível trófico superior, manipulando os consumidores, pode funcionar a vários níveis e assenta no facto do zooplâncton (conjunto de animais aquáticos microscópicos com pouco ou nenhum poder de locomoção e que se deslocam segundo o movimento da água) predar o fitoplâncton. Podem, por exemplo, eliminar-se os peixes planctívoros que predam sobre o zooplâncton, ou criar refúgios para este último se manter ao abrigo dos peixes. Estas técnicas permitem aumentar a densidade de zooplâncton que deste modo podem manter as populações de algas em densidades baixas.
Sendo a eutrofização um fenómeno que afecta cada vez mais corpos de água, o seu controlo não pode ser realizado com o único objectivo de restaurar os lagos já afectados. Pelo contrário, é preciso preservar aqueles que ainda se encontram em boas condições.
BIBLIOGRAFIA


Cole, G. A. (1983). Textbook of Limnology. 3th edition. The C. V. Mosby Company.

Goldman, C. R. e Horne, A. J. (1983). Limnology. International Student Edition. McGraw-Hill.

Irvine, K., Moss, B. e Stansfield, J. (1990). The potencial of artificial refugia for maintaning a comunity of large-bodied cladocera against fish predation in a shalow eutrophic lake. Hydrobiologia 200/201: 379-389.

Schindler, W. D. (1990). Experimental perturbations of whole lakes as tests of hypotheses concerning ecossystem structure and function. Oikos 57: 25-41.

Wetzel (1993). Limnology. Serviço de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

WWF comenta a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas 2007 da IUCN

A mais recente actualização da Lista Vermelha da IUCN demonstra a evolução das ameaças para as espécies de todo o Globo. O WWF evidencia a importância dos dados da Lista Vermelha e a urgência para a tomada de acções.

WWF (12-09-2007)

A Lista Vermelha da IUCN é o barómetro que demonstra os efeitos da degradação e perda de habitat, da sobre-exploração, da poluição, da introdução de espécies invasoras e das alterações climáticas que ocorrem no Planeta.

Com a mais recente actualização da Lista Vermelha que indica o crescente número de espécies ameaçadas por todo o Globo, o WWF conclui que o Planeta está a ser empurrado até aos seus limites. Segundo a Directora do Global Species Programme do WWF, a Dr.ª Susan Lieberman, a nossa situação é de “Alerta Vermelho”, considerando que se não passarmos do debate à acção, para o planeta futuro, seremos a geração que cometeu os erros irreversíveis.

O WWF juntou-se à iniciativa da IUCN pedindo aos Governos que tomem acções imediatas e concretas para abordar a origem das causas de extinção das espécies. O WWF considera que a Lista Vermelha da IUCN deverá ser utilizada como um instrumento de apoio à definição de prioridades relativas às limitações dos recursos. Por exemplo, o Gorila-ocidental (Gorilla gorilla) tinha o estatuto de Ameaçado e agora passou a Criticamente Ameaçado, uma actualização de estatuto que deveria desde logo realçar o cuidado a ter com a espécie e as medidas de conservação a accionar, uma vez que os números populacionais dos gorilas confirmam a necessidade urgente para o combate à caça comercial e de uma melhor compreensão para a prevenção de surtos de Ébola.

Muitas outras espécies encontram-se numa situação de Ameaça extrema. O declínio dos Orangotangos deve-se principalmente à destruição de habitat para actividades como a criação de plantações de óleo de palmeira, plantações que podem ser implementadas e geridas sem representar uma ameaça para as espécies silvestres, tal como as linhas orientadoras definidas pelo WWF o demonstram. Os golfinhos de água doce estão praticamente condenados à extinção devido à construção de barragens, redes de pescadores, trânsito de barcos e poluição, uma situação que poderão ser minimizadas com iniciativas como o River Dolphin Initiative.

Ao nível internacional, nacional ou regional podem ser tomadas medidas para combater as diversas situações de ameaças de espécies, realçadas pela Lista Vermelha da IUCN. A sobre-exploração de espécies para alimentos, medicamentos, animais de estimação e outros usos humanos continuam a contribuir directamente para a perda de espécies. O comércio internacional de espécies silvestres tem proporções gigantescas e quando não é regulado verificam-se rápidos declínios de espécies registados nas listas vermelhas da IUCN.

Tal como evidenciado pelo Director do Global Marine Programme do WWF, Dr. Simon Cripps, a presença, pela primeira vez, dos corais na Lista Vermelha é o sinal de alarme para o Mundo de que os Oceanos estão com problemas. Os corais são zonas de maternidade e habitats cruciais para milhares de espécies de peixes e de invertebrados e providenciam sustento a populações humanas crescentes nas zonas costeiras através da pesca e do turismo. Os corais estão a ser ameaçados pró actividades de pesca destrutiva e pelas alterações climáticas.

Devido à utilização de diclofenac como analgésico para o gado, cinco espécies de abutres estão mais ameaçadas. O WWF já conseguiu com sucesso prevenir o uso de diclofenac no Paquistão e estabelecer um centro de criação em cativeiro para a recuperação das populações.

Os líderes mundiais têm estabelecido diversos compromissos para combater a perda de biodiversidade, no entanto esta é uma questão que tem perdido lugar nas agendas políticas. A atenção e o financiamento tem transitado para questões de desenvolvimento económico e de segurança, sem uma devida interligação destas com questões ambientais e de um verdadeiro desenvolvimento sustentável.


Para mais informações:
Joanna Benn, Communications Manager, WWF Global Species Programme
tel: +39 06 84 497 212
email: jbenn@wwfspecies.org

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Investigadoras portuguesas descobrem molécula



Um grupo de investigadoras portuguesas descobriu uma molécula que serve de esqueleto à formação do centrossoma, uma pequena estrutura celular que regula vários processos biológicos e que se encontra alterada em caso de doenças como o cancro.


A descoberta da molécula SAS-6 pelas investigadoras Mónica Bettencourt Dias, Ana Martins e Inês Ferreira, do Instituto Gulbenkian da Ciência, encontra-se esta terça-feira publicada na revista «Currente Biology».

A mesma equipa já tinha em Maio publicado na revista «Science» um trabalho acerca da descoberta de uma molécula chamada SAK, responsável por comandar a montagem de centrossomas.

Os centrossomas são uma pequena mas complexa estrutura localizada junto ao núcleo da célula e que está envolvida em muitos processos biológicos, que vão desde a multiplicação até ao movimento e forma da célula.

A molécula hoje apresentada, denominada SAS-6, é considerada o braço direito da SAK, induzindo a formação de uma espécie de esqueleto em forma de tubo que serve de base à formação do centrossoma.

As investigadoras afirmam que há muitas mais moléculas a colaborar no complexo processo de formação destas estruturas.

O trabalho descobriu ainda que um excesso de SAS-6 leva à formação de centrossomas anormais, algo que acontece em estádios iniciais de cancro.

A descoberta do funcionamento dos centrossomas pode também ajudar a compreender outros problemas como a infertilidade masculina e malformações fetais.


domingo, 9 de setembro de 2007

Portugal 1º da Europa com menores emissões de CO2 dos automóveis novos vendidos em 2006

Os construtores de automóveis ao nível da União Europeia estão numa situação estagnada em termos de redução de emissões e cumprimento de meta futura e a opção de compra por veículos novos com menos emissões também fica aquém das expectativas.

Quercus e European Federation for Transport and Environment (07-09-2007)

Os construtores europeus estão a falhar na promessa de reduzir as emissões de carbono, tal como prometeram à Comissão Europeia em 1998(1), com taxas de emissões para os veículos automóveis novos com uma redução de apenas 0,2% no último ano, a pior performance registada.

As novas figuras hoje publicadas pela Quercus / Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), mostram que os novos carros vendidos na Europa em 2006 por membros da Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA)(2) emitem em média 160 g de dióxido de carbono (CO2) por quilómetro, com uma redução de apenas meio grama desde o ano anterior. ACEA, que é responsável por 81% das vendas na Europa em 2006, comprometeu-se a atingir 140 g/km em 2008 mas vai quase de certeza ultrapassar esta meta.

As figuras de 2006 para os construtores Japoneses (JAMA) mantiveram-se em 161 g/km, seguidas dos produtores Coreanos (KAMA) com 164g/km em média. A figura para todos os construtores para a média dos novos veículos vendidos na Europa em 2006 ficou assim em 160 g/km, reduzindo 0,7% em relação ao valor de 161 g/km em 2005(3).

Portugal é no quadro dos 24 países da União Europeia com dados disponíveis sobre as emissões de CO2 nos veículos automóveis novos vendidos em 2006 aquele com menor valor médio – 144 g/km, seguido pela Itália com 148 g/jkm. Tal prende-se com o facto de os portugueses face ao seu poder de compra serem muito sensíveis ao preço do veículo e ao seu consumo de combustível. Os portugueses adquirirem assim veículos automóveis novos mais pequenos, de baixa cilindrada e com menores emissões.

Francisco Ferreira da Quercus disse: “Os dados de Portugal em comparação com o resto da Europa são animadores no combate às emissões de gases de efeito de estufa causadores das alterações climáticas. Porém, entre 2005 e 2006 não houve melhoria, pelo que se espera que a entrada em vigor do novo imposto automóvel que pesa o CO2 em 30% desde Julho desde ano, passando a 60% em Janeiro de 2008, venha a trazer melhorias. Pena é que Portugal com uma frota automóvel nova tão eficiente a esteja a renovar tão lentamente e que os portugueses usem demasiado o carro nas deslocações casa-trabalho”.

Aat Peterse do T&E afirmou: "Nos primeiros oito anos do seu compromisso voluntário, os construtores automóveis concentraram-se nos automóveis maiores, mais pesados, e mais consumidores de combustível, e os resultados falam por si. Claramente, o comprometimento voluntário não valeu o papel gasto e mais regulação é necessária. A União Europeia deve fixar-se numa meta legal de 120 g/kn a ser cumprida em 2012 e numa meta de longo prazo de 80 g/km para 2020.”

Há tecnologia que os construtores poderiam disponibilizar e não o têm feito. Thomas Weber, chefe de investigação e desenvolvimento da DaimlerChrysler, disse ao Automotive News Europe em Julho que a Mercedes poderia ter lançado um sistema de poupança de combustível para o pára-arranca nos veículos da sua segunda geração da classe A quando lançou os modelos há três anos atrás. "We had it ready behind the curtains, but no one asked for it -- so we held it back," disse. "Now everything has changed."(4)

Desde que foram anunciados planos para as primeiras metas de cumprimento obrigatório para as emissões de CO2 por parte da Comissão Europeia no ano passado(5), os construtores automóveis têm anunciado um conjunto de iniciativas de marketing verde incluindo Efficient Dynamics (BMW), ECOnetic (Ford), ecoFLEX (Opel/Vauxhall), eco2 (Renault) e BlueMotion (VW).

A ACEA tem vindo a pressionar activamente a UE para dar aos automóveis mais pesados como os SUVs, standards mais fracos em termos de CO2. As figuras actuais mostram também que a media de peso dos novos automóveis aumentou em 18 Kg em 2008, continuando uma tendência crescente de longo prazo. Porém, reduzir o peso é um dos mais importantes métodos de melhorar a eficiência de uso do combustível e de reduzir as emissões de CO2.

Peterse disse: "Os construtores automóveis estão a empurrar a Europa para novas metas de CO2 para 2012 baseadas no peso dos veículos, mas isso resultará em carros mais pesados e por isso mais perigosos em comparação com uma única meta."

A Quercus/T&E estão a apelar à União Europeia para determinar a meta de atingir 120 g/km em 2012 para a frota automóvel como um todo. Alternativamente, a Quercus/T&E consideram que a “pegada”, a área entre quatro rodas num veículo, pode ser usada como uma medida temporária para definir qual o standard individual de cada veículo. Esta forma de medição é já utilizada em veículos comerciais nos Estados Unidos e foi escolhida porque se mostra preferível ao standard baseado no peso do veículo, métrica que tem implicações perigosas em termos de segurança.

O Comité de Ambiente do Parlamento Europeu irá votar a sua denominada “opinião” sobre a nova regulamentação de CO2 nos novos automóveis, antes da proposta legal e formal da Comissão Europeia que está prevista para Dezembro deste ano.

O relatório de progresso de 2006 do T&E's 2006 sobre a indústria automóvel pode ser encontrado em: www.transportenvironment.org/docs/Publications/2007/2007-09_progress_voluntary_commitment_2006.pdf
(1) Em 1998 a Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA) comprometeu-se com a União Europeia a reduzir a média de emissões de CO2 dos novos carros vendidos na (então) UE15 para 140 g/km, reduzindo dos 186 g/km em 1995.

(2) Os membros da ACEA incluem as seguintes marcas: BMW Group, DaimlerChrysler, General Motors Europe, Porsche AG, PSA Peugeot Citroën, Renault, Fiat, Ford of Europe, Volkswagen, Volvo

(3) As figuras são baseadas em dados de vendas da UE25 excluíndo Malta.
Quercus/T&E analisaram as vendas e a informação de CO2 da base de dados da Comissão Europeia que configure a base oficial do mecanismo de monitorização nos veículos e CO2 (http://ec.europa.eu/environment/co2/co2_monitoring.htm ).
A Comissão Europeia não tornou públicas até agora as figuras relativas ao CO2 de veículos para os anos 2005 e 2006. A Quercus/T&E conseguiram-no através do acesso à base de dados com base na legislação de acesso a documentos prevista na EU. (ec.europa.eu/transparency/access_documents/index_en.htm)

(4) "Mercedes vows to out-green rivals", artigo publicado no Automotive News Europe, 23/07/2007

(5) A Comissão Europeia anunciou que a indústria automóvel poderia sofrer medidas legais se falhasse a melhoria das suas emissões de CO2 num relatório de monitorização publicado em Agosto de 2006 (www.transportenvironment.org/Article212.html). Tal viria a ser confirmado numa comunicação sobre automóveis e CO2 publicada em Fevereiro de 2007. Uma proposta legislativa não é esperada antes do final de 2007 início de 2008.

(6) Para mais informação nos standards de CO2 baseados no peso, por favor vejam a nota de imprensa do T&E de 29/08/07: www.transportenvironment.org/Article457.html

Bolseiro em Educação Ambiental

CEAI - Centro de Estudos da Avifauna Ibérica


Conservação das Populações Arborícolas de Águia de Bonelli em Portugal
Projecto LIFE-Natureza - LIFE06 NAT/P/000194

VAGA PARA BOLSEIRO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O CEAI - Centro de Estudos de Avifauna Ibérica é uma Organização Não Governamental de Ambiente, beneficiária do projecto LIFE-Natureza Conservação de Populações Arborícolas de Águia de Bonelli em Portugal que decorre de 1 de Outubro de 2006 a 30 Setembro de 2010.

O projecto tem como objectivo o desenvolvimento de um conjunto integrado de
intervenções sobre a espécie e seus habitats no Sul de Portugal, visando a sua
conservação.

O CEAI procura candidatos a BOLSEIRO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL que assumirá, entre outras, as seguintes tarefas específicas.

Tarefas específicas
O Bolseiro trabalhará sob a responsabilidade directa do Coordenador do projecto e a supervisão da direcção do CEAI.
Trabalhará em estreita colaboração com os restantes membros da equipa do projecto, nomeadamente a equipa técnica permanente, prestadores de assistência externa, técnicos indigitados pelos parceiros, e quaisquer instituições relevantes para as tarefas a desempenhar.

O local de trabalho oficial será a sede social do CEAI, requerendo-se disponibilidade para frequentes deslocações no Sul do País.

Compete ao Bolseiro
- Organização, planeamento e dinamização de actividades de educação ambiental
para a população escolar do 1º, 2º e 3º ciclo do ensino básico, e ensino secundário
- Produção de materiais pedagógicos de conteúdo ambiental, em especial na área
da conservação da biodiversidade e ecossistemas
- Estabelecimento de contactos e reuniões com professores para organização
conjunta das acções a desenvolver
- Apoio na organização de acções de sensibilização extra-escolares
- Elaboração de relatórios de actividade
- Outras tarefas necessárias

Perfil do candidato
- Formação académica na área da pedagogia ou ciências naturais
- Experiência de trabalho em educação ambiental, com especial importância com
crianças e jovens
- Bom domínio do português falado e escrito e capacidade de redacção de textos
- Conhecimentos gerais sobre fauna e flora, dando-se preferência a quem tenha
familiaridade com ecossistemas terrestres portugueses e a problemática da sua
conservação
- Elevado sentido de responsabilidade
- Capacidade de organização, e mobilização de recursos humanos
- Capacidade de trabalhar autonomamente e em equipa
- Elevada criatividade, espírito de iniciativa e motivação

Outros requisitos
• Carta de condução
• Disponibilidade a partir de 1 de Outubro de 2007

Regime de contratação
Contrato de trabalho por 1 ano, renovável por mais dois anos.
Os dossiers de candidatura deverão incluir uma carta de motivação, um Curriculum
Vitae, cópias de diplomas e estágios, e pelo menos 2 cartas de referência. Devem ser enviados por correio com a data limite de entrada de 21 de Setembro 2007, para o CEAI, Rua do Raimundo, 119, Apartado 535, 7002-506 Évora, ou de preferência até 23 de Setembro por e-mail para o endereço bonelli@ceai.pt, com o assunto “LIFE Bonelli – candidatura Bolseiro de Educação Ambiental”. Adicionar nº telefone para contacto.

CEAI – Centro de Estudos da Avifauna Ibérica
R. do Raimundo, 119
7002-506 Évora
Tel. +351 266 746 102; 961 585 843 (coordenação do projecto)
info@ceai.pt
www.ceai.pt