Lic de Biologia no ISA

A licenciatura tem um perfil técnico-científico de banda larga, com três anos iniciais seguidos de posterior de formação com carácter aplicado. O ISA é uma das escolas com maior experiência no domínio da Biologia Aplicada e os licenciados terão uma sólida formação científica e oportunidades de emprego generalista em todos os domínios da Biologia, nomeadamente nas áreas do ambiente e ecologia aplicada, genética e biologia molecular, conservação da natureza e utilização e conservação dos recursos biológicos, podendo desempenhar funções na investigação científica, em laboratórios especializados, bem como em tarefas de consultadoria.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Investigadores norte-americanos criam rato resistente ao cancro

Vivek Rangnekar diz que o Par-4 não se limita à próstata
Vivek Rangnekar diz que o Par-4 não se limita à próstata
Investigadores da Universidade de Kentucky, EUA, criaram uma estirpe de ratinhos resistentes a vários tipos de cancro e acreditam que a descoberta pode contribuir para terapias menos agressivas contra a doença.

O investigador Vivek Rangnekar, do Colégio de Medicina da Universidade de Kentucky, em Lexington, explicou hoje que a ideia de criar este modelo animal partiu da descoberta anterior de um gene supressor de tumores chamado Par-4, na próstata. "Descobrimos originalmente o Par-4 na próstata, mas ele não está limitado à próstata", explicou Rangnekar.


"O gene é expresso em todos os tipos de células que verificámos e induz a morte de um largo espectro de células cancerígenas, incluindo, claro, as células cancerígenas na próstata", acrescentou. Apesar de matar as células cancerígenas, os investigadores descobriram que o gene Par-4 não danifica as células que funcionam normalmente e salientam que este facto faz com que ele tenha potenciais aplicações terapêuticas.

Para investigar mais os potenciais efeitos terapêuticos deste gene, Rangnekar introduziu-o num ovo de rato, que foi introduzido numa cobaia-mãe substituta. "A cobaia por si própria não expressava um largo número de cópias deste gene, mas as crias sim e as crias destas começaram a expressar o gene", disse Rangnekar, salientando que conseguiram desta forma transferir a actividade do gene para as futuras gerações de ratinhos com esta origem.

Sobreviver mais tempo

A investigação, financiada pelos Institutos Nacionais da Saúde norte-americanos, indica que os ratos manipulados que nascem com este gene não desenvolvem tumores e crescem normalmente. Os ratos com Par-4 conseguem, aliás, sobreviver mais alguns meses quando comparados com os animais não-manipulados que integram um grupo de controlo, indicando que a introdução do gene não tem efeitos tóxicos colaterais.

Rangnekar admite que há muito trabalho a fazer antes de aplicar esta pesquisa a humanos, mas refere que é o próximo passo. Os investigadores vão usar a descoberta para chegar a eventuais terapias que usem o Par-4 para combater células cancerígenas em pacientes que sofreram, por exemplo, transplantação de medula óssea ou alguns tipos de cancro.

Vivek Rangnekar, que afirmou ter passado pela agonia de ver um familiar sofrer com as actuais terapias contra o cancro, considera que os seus ratinhos resistentes à doença podem ser o primeiro passo para evitar os efeitos secundários tóxicos e destruidores da quimio e radioterapias.

A descoberta foi descrita no estudo "Cancer Resistance in Transgenic Mice Expressing the SAC Module of Par-4", da autoria da equipa constituída por Yanming Zhao, Ravshan Burikhanov, Shirley Qiu, Subodh M. Lele, C. Darrell Jennings, Subbarao Bondada, Brett Spear, e Vivek M. Rangnekar, publicado em Outubro no jornal Cancer Research.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Médicos britânicos salvam recém-nascidos de lesões cerebrais com capacete refrigerador

Marianne Thoresen
Marianne Thoresen
Médicos britânicos salvaram uma recém-nascida de possíveis lesões cerebrais irreversíveis através de uma técnica pioneira de arrefecimento, que impediu o cérebro de inchar depois de estar privado de oxigénio durante o parto.

Os médicos do Hospital de Saint Michael, em Bristol, ajustaram a cabeça da bebé Olivia Templar num capacete refrigerador, depois de ela ter estado privada de oxigénio por dez minutos durante um nascimento traumático, em Julho último.


Técnica tem alguns anos
Técnica tem alguns anos
O capacete, de design norte-americano, é bombeado com líquido de refrigeração para reduzir o inchaço que ocorre quando o tecido é privado de oxigénio. É este inchaço o que causa danos cerebrais, que podem ser irreversíveis. Dias mais tarde, quando um scanner analisou as funções do cérebro da pequena Olívia - que foi sedada durante o tratamento de arrefecimento -, foi verificado que as suas funções cerebrais estavam normais, de forma que a bebé teve alta.

A pesquisa para chegar a este feito foi liderada pela pediatra Marianne Thoresen, que durante 10 anos foi desenvolvendo a cápsula em programas que envolveram mais de 800 bebés de todo o mundo. Thoresen começou esta investigação em 1992 e tem aplicado como projecto-piloto o capacete em bebés no Saint Michael desde 1998. Neste hospital, o capacete foi testado em 40 bebés e na maioria dos casos resultou.

Marianne Thoresen afirmou ter já dados suficientes para considerar que a descoberta é um grande avanço para salvar de lesões cerebrais muitos dos bebés que sofrem complicações durante o parto, embora saliente que não resulta sempre.

Agora, a mãe da bebé, Nichola Templar, de 31 anos, lançou uma campanha para angariar dinheiro para que a técnica possa estar disponível em todo o mundo. "Acreditamos que o capacete refrigerador salvou a nossa filha de danos cerebrais. Queremos fazer o possível para que todas as crianças tenham esta ajuda", afirmou.

"Olivia tem apenas três meses de idade e, apesar de o tratamento ter resultado bem, ainda é cedo para dizer que está totalmente salva", acrescentou Thoresen, realçando que só é possível dizer com certeza que um bebé não tem lesões cerebrais quando este atinge cerca de dois anos.

Estado do Ambiente em Portugal ainda não é satisfatório

O Relatório do Estado do Ambiente (REA) de 2006 faz uma análise pouco positiva do cenário nacional. Entre os 26 parâmetros analisados, 12 são considerados insuficientes, sete desfavoráveis e apenas sete positivos.

De acordo com o documento divulgado recentemente pela Agência Portuguesa do Ambiente, em 2005 cerca de 73 por cento da população do Continente era servida por sistemas públicos de drenagem, mas apenas 66 por cento tinha sistemas de tratamento de águas residuais.

O panorama dos gases com efeito de estufa (GEE) também não apresenta uma avaliação favorável. Portugal encontra-se entre os países da UE-25 com capitações de emissões de GEE mais reduzidas, mas em 2005 a quantidade de emissões destes gases situava-se cerca de 45 por cento acima do valor de 1990, afastando-se aproximadamente 18 por cento da meta estabelecida para 2008-2012 no Protocolo de Quioto. As principais fontes de emissão de GEE estão associadas ao sector da produção e transformação de energia (28 por cento das emissões totais em 2005) e ao sector dos transportes (23 por cento das emissões totais em 2005).

A correlação das emissões de GEE de origem antropogénica com a ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos tem vindo a ser reconhecida pela comunidade científica internacional. O ano de 2006 foi o quinto mais quente em Portugal continental desde 1931, e a onda de calor registada em Julho de 2006, quer pela sua extensão espacial, quer temporal, foi a mais significativa observada desde 1941.

O combate à poluição atmosférica teve também um desempenho fraco, ao nível das emissões de substâncias precursoras do ozono troposférico. Isto apesar das concentrações anuais terem-se mantido ou apresentarem uma tendência de diminuição. Estes são os poluentes que mais contribuem para a deterioração da qualidade do ar no País, e os mais preocupantes em termos de saúde pública. Os episódios de poluição por ozono troposférico também mancharam este capítulo. Em 2006 registaram-se 45 dias com ultrapassagens do limiar de informação ao público para o ozono troposférico, menos 24 do que no ano anterior. No mesmo ano, das 22 áreas monitorizadas, dez ultrapassaram os valores limites diários de partículas inaláveis.

No sector da água o cenário é mais satisfatório. Em 2005 a percentagem de incumprimento dos valores paramétricos foi de 2,5 por cento, registando-se uma ligeira melhoria relativamente a 2004 (2,7 por cento). Apesar da situação de seca generalizada observada em 2005, a percentagem de incumprimento dos valores paramétricos relativos à qualidade da água para consumo humano registou uma ligeira melhoria relativamente ao ano anterior. A qualidade das águas balneares também tem vindo a melhorar gradualmente, quer as águas balneares costeiras e estuarinas, quer as águas balneares interiores. Na época balnear de 2006 a percentagem de águas balneares costeiras e estuarinas com boa qualidade atingiu mais de 90 por cento, e a das água balneares interiores mais de 58 por cento.

Tânia Nascimento

domingo, 25 de novembro de 2007

GEOTA promove acção de limpeza no Portinho da Arrábida

O GEOTA a LPN e o Clube Montanhismo da Arrábida, com o apoio do Parque Natural da Arrábida, da Câmara Municipal de Setúbal e da Fundação Oriente, associaram-se nesta iniciativa para uma acção de limpeza.

GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente


A acção de limpeza da praia (Portinho e Creiro), vegetação envolvente e estradas de acesso, terá lugar no dia 24 de Novembro, sábado, pelas 09h00.

Por muito estranho que pareça, em pleno século XXI muitos dos que se deslocam à Serra da Arrábida propositadamente para usufruir do ambiente ímpar deste espaço acabam por lá deixar lixo, geralmente em sacos de plástico com os resíduos resultantes da sua permanência no local.

A responsabilidade da limpeza desta área é da autarquia, contudo, reconhece-se que é muito difícil manter a área limpa tendo em conta os meios existentes, a complexidade da limpeza na Serra, a grande afluência de público na época balnear e a pouca sensibilidade e consciencialização para estes problemas do público em geral.

Também o Parque Natural da Arrábida já organizou campanhas de limpeza na Serra da Arrábida com jovens de escolas, escuteiros e o próprio pessoal, destacando-se as campanhas "Arrábida Limpa". A recolha tem incidido nas zonas de maior acumulação de lixos, nomeadamente, nos miradouros, na entrada da Mata do Solitário, nos caminhos de acesso ás praias de Alpertuche e Galapos, nas zonas envolventes às praias de Creiro e Figueirinha e nas bermas da estrada de Setúbal à praia da Figueirinha. No entanto tais campanhas revelaram-se manifestamente insuficientes para manter a Serra limpa. Na prática é tudo uma questão de (falta de) cidadania.

A presente campanha, inserida nas actividades do Projecto Coastwatch, pretende sensibilizar, agir e pôr em prática a cidadania e o voluntariado. Por outro lado, é indispensável a colocação de mais recipientes de recolha de resíduos (não apenas junto à estrada), placas de sensibilização, avisos de coima, entre outros.

• Encontro às 9h. Portinho da Arrábida, estacionamento junto aos restaurantes. Tempo previsto: 4 / 6 horas (+- 3 km).
• Contactar (Lurdes Soares) 963 990 265 – coastwatch@netcabo.pt, lurdesmariasoares@gmail.com (Filipe Neves) 919 637 076, flyp@netcabo.pt

Mais informações em www.geota.pt ou através de Lurdes Soares (963 990 265)

XXI Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis

Quatro concelhos ultrapassam limites de arsénio na água - Câmara de Évora nega que água do concelho seja perigosa para consumo

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Foto: Eva Carasol/PÚBLICO
O autarca de Évora sublinha que os níveis mais elevados de arsénio "não foram detectados na água da rede"

Lusa, PÚBLICO

O presidente da Câmara de Évora, José Ernesto Oliveira, garantiu hoje que a água distribuída no concelho não é perigosa e que o limite legal de arsénio ultrapassado em 2006 foi "pontual" e já está resolvido, reagindo assim a um relatório do Regulador da Água e Resíduos (IRAR) divulgado hoje.

"A água da rede distribuída no concelho não tem qualquer parâmetro de perigosidade e é de qualidade aceitável, estando submetida a um rigoroso controlo por parte das entidades competentes", garantiu o autarca à Lusa.

Um relatório do Instituto Regulador da Água e Resíduos (IRAR), divulgado hoje pela Lusa, refere que quatro dos 51 concelhos analisados no ano passado ultrapassaram o limite máximo de arsénio na água permitido por lei. Segundo o mesmo estudo, entre os concelhos está o de Évora, com um incumprimento de 7,50 por cento nos níveis máximos permitidos de arsénio na água, seguido de Barcelos (cinco por cento), Vila Franca de Xira (2,86 por cento) e Pombal (1,75 por cento).

O autarca de Évora argumenta que a interpretação do relatório do IRAR não pode ser "distorcida", já que os níveis mais elevados de arsénio "não foram detectados na água da rede". José Ernesto Oliveira explica que os dados dizem apenas respeito a uma captação de água existente em São Brás do Regedouro, na freguesia de Nossa Senhora da Tourega, sendo que, das 48 análises efectuadas em 2006, "duas é que mostraram parâmetros de arsénio superiores à taxa máxima permitida por lei". "Trata-se de um furo, em funcionamento há mais de 30 anos, cuja água, depois de tratada, abastece essa população. Uma das análises revelou um miligrama e a outra dois miligramas acima dos dez miligramas por litro permitidos por lei", acrescentou.

Segundo o autarca, na altura foram "de imediato tomadas medidas" e a captação em causa foi "suspensa enquanto os valores de arsénio não foram regularizados", tendo os cerca de 80 habitantes sido abastecidos através de outra origem de água.

Há vários pontos do país com níveis de arsénio na água acima dos limites legais. Das 4771 zonas de abastecimento avaliadas no último relatório da qualidade da água, divulgado em Outubro pelo Instituto Regulador de Águas e Resíduos, 125 revelaram excesso de arsénio em todas as análises realizadas em 2006.

Na esmagadora maioria, só era necessário fazer uma análise anual àquele poluente. No total, estas zonas – normalmente pequenos sistemas de abastecimento, baseados num único furo – englobam cerca de 49 mil portugueses.

Mais onze zonas de abastecimento tiveram metade das análises a revalarem excesso de arsénio. Em seis outras, um terço das análises mostraram o mesmo resultado. É nesse último grupo que estão duas pequenas zonas de abastecimento do concelho de Évora: São Braz do Regedouro (76 habitantes) e Torre de Coelheiros (688 habitantes). Em nenhum outro ponto do concelho houve problemas, segundo os dados do IRAR.

Os números do IRAR não especificam as concentrações de arsénio encontradas nas análises. A ingestão prolongada, durante anos, de água com concentrações elevadas de arsénio pode provocar determinadas doenças na pele e aumentar o risco de alguns tipos de cancro.

Um estudo do Massachussets Institute of Technology (MIT), divulgado esta semana, sugere possíveis efeitos de saúde a longo prazo em pessoas cujas mães beberam água com muito arsénio durante a gravidez. O estudo envolveu 32 mulheres de um zona fortemente contaminada com arsénio na Tailândia.

Parque Nacional da Peneda-Gerês candidato à rede PAN Parks


A candidatura de adesão do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) à rede PAN Parks permitirá que esta área protegida se insira numa rede de excelência, onde apenas constam os melhores Parques da Europa, sendo o único Parque Nacional da Península Ibérica a integrar esta rede.

Com a certificação PAN Parks é de esperar um incremento substancial do afluxo de turistas estrangeiros (nomeadamente do norte da Europa), pois irá permitir integrar o PNPG no roteiro dos grandes operadores turísticos especializados em turismo de natureza. Resulta, ainda, outro aspecto verdadeiramente importante que é a possibilidade de consolidar a estratégia deste Parque Nacional de se manter uma zona de Ambiente Natural sem qualquer intervenção humana, a qual poderá ser um verdadeiro banco de ensaio para se testar a sucessão ecológica, implementando o conceito de wilderness em Portugal. Acresce que a certificação PAN Parks é também uma certificação da gestão da área protegida. Como tal, pretende-se estabelecer uma bitola que idealmente se poderá estender a toda a Rede Nacional de Áreas Protegidas, servindo de benchmarking para a gestão que o ICNB leva a cabo nessa rede.



PAN Parks

O sistema de certificação PAN Parks é uma iniciativa levada a cabo pela Fundação PAN Parks e visa a criação de uma rede das melhores áreas naturais da Europa.


O PAN Parks defende que a combinação da conservação da natureza e do desenvolvimento económico através da promoção do turismo sustentável propicia uma metodologia de promoção das melhores práticas na gestão das áreas protegidas.


As áreas protegidas candidatas à certificação PAN Parks são sujeitas a um rigoroso processo de auditoria independente, onde são considerados vários critérios, tais como a qualidade do ambiente e dos valores naturais, a gestão da conservação da natureza e da biodiversidade, a gestão dos visitantes e o desenvolvimento do turismo sustentável.


Entre os requisitos de adesão das áreas protegidas à certificação PAN Parks destacam-se:

- Possuir uma extensa área, não inferior a 20.000 ha;

- Integrar uma wilderness zone (zona sem intervenção humana) com uma área mínima de 10.000 ha;

- Desenvolver uma política de gestão da visitação (plano de gestão de visitantes); e

- Programar, implementar e monitorizar uma estratégia de desenvolvimento do turismo sustentável, de forma participada.

Sá da Costa: «Zona piloto das ondas é muito restritiva»


Cerca de 80 por cento do consumo eléctrico nacional está concentrado na faixa litoral, o que representa um «enorme potencial» para a exploração da energia das ondas. Essa potencialidade, no entanto, não pode ser aproveitada, visto que a zona piloto definida pelo decreto-lei que estabelece o regime jurídico de acesso e exercício das actividades de produção de energia eléctrica a partir da energia das ondas é «muito restritiva», lamenta António Sá da Costa, presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (Apren). «A capacidade de recepção por parte da EDP e da REN poderia ser melhor aproveitada se houvesse possibilidade de alargamento da zona», acrescenta a mesma fonte.

A solução poderia passar por definir duas áreas mais pequenas com uma faixa de 1 a 2 km de largura, que fosse desde a terra à zona piloto. Também não se previu, alerta António Sá da Costa, a definição de uma zona de ensaios para permitir aos promotores a experimentação de modelos de escala reduzida, sem necessidade de ligação à rede.

Limita-se também, com este regulamento, a possibilidade de se promover projectos fora da zona piloto. Até à data de 31 de Dezembro de 2006, qualquer projecto em licenciamento tinha essa possibilidade, mas, segundo o presidente da Apren, «nenhum projecto nessa data estava na fase de licenciamento», lembra.

Aguarda-se agora pela constituição da comissão instaladora da zona piloto, prevista para Janeiro de 2008. «A infra-estruturação vai demorar algum tempo e dependerá o seu sucesso da gestão da zona piloto, que poderá passar pela REN. O ideal seria daqui a dois anos conseguirmos ligar 80 megawatts, e em 2010/2011 mais 250 MW», sublinha o presidente da Apren.

Mas os constrangimentos também se fazem sentir na implantação de tecnologias. A zona piloto situa-se entre as 3 e as 6 milhas náuticas (o equivalente entre 50 e 100 metros), pelo que «todas as tecnologias que usem águas menos profundas ficam de fora», alerta António Sá da Costa. Pelamis, AWF e Wave Dragon são as tecnologias possíveis mas dentro de dois anos, elucida a mesma fonte, só uma sobressairá sobre todas as outras. «Neste momento a tecnologia com mais condições para isso é a Pelamis», acrescenta.

O também presidente da Enersis alerta ainda que «para se criar um verdadeiro cluster industrial das ondas o Governo tem de lançar já um concurso, tal como fez para a eólica».

Ana Cristina Ferreira

Exposição - "Arribas - Paisagens, Geologia, Fauna e Flora"

30 Novembro a 28 Dezembro 2007
Museus da Politécnica
R. da Escola Politécnica, 58 Lisboa


Horário
Terça-feira a Sexta - das 10h00 às 17h00
Sábado e Domingo - das 11h00 às 18h00
Encerra às Segundas e Feriados

Inauguração
30 Novembro 2007 | 18h30

URL: www.mnhn.ul.pt

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Novadelta e Portucel elevam para 20 as empresas no Business&Biodiversity

A Novadelta e o grupo Portucel Soporcel são as duas últimas aquisições do projecto Business&Biodiversity (B&B), elevando para 20 o número de empresas nacionais participantes na iniciativa realizada no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia.

O desenvolvimento de actividades comerciais e industriais com impacto zero na biodiversidade e de serviços ecológicos da paisagem e ecossistemas são os compromissos assumidos pelas duas empresas, como contributo para o objectivo europeu de travar a perda de biodiversidade até 2010.

A importância da biodiversidade será divulgada, no caso da Novadelta, nos lotes de café “Origens”, que incluem café certificado como “Rainforest Alliance”, “Agricultura Biológica” e “Comércio Justo”.

O grupo Portucel Soporcel vai defender a causa apoiando os mais jovens, através da promoção de inciativas que os levem «a compreenderem a importância do equilíbrio ecológico para uma floresta saudável e a serem mais exigentes com o que compram e o que consomem», sublinha a empresa em comunicado.

A AmBioDiv – Valor Natural é a consultora que tem apoiado ambas as empresas no processo de adesão e de implantação das medidas protocoladas com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

A mesma consultora irá apoiar em breve a adesão da Associação para a Defesa do Património de Mértola e da Quinta do Valle do Riacho a esta iniciativa.


Zona piloto para projectos de energia das ondas privilegia tecnologia Pelamis

Apesar de o Governo ter aprovado, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que estabelece o regime jurídico de acesso e exercício das actividades de produção de energia eléctrica a partir da energia das ondas, essa decisão poderá não ser suficiente para impulsionar esta fonte de energia renovável. «A definição de uma zona-piloto é meritória, no entanto, essa zona tem características de ondulação boas para quando as tecnologias tiverem atingido outra fase de evolução», lembra João Bártolo, presidente da comissão executiva da Generg, empresa que tem atribuída uma potência de 3 MW para a instalação de equipamentos para aproveitamento da energia das ondas.

Situada a oeste de São Pedro de Moel, «para uma fase preliminar a zona piloto definida tem uma ondulação excessivamente forte. Apesar do empenho do Governo, se não forem criadas condições para acolher equipamentos de escalas mais pequenas, corremos o risco de perder a fase de maior criatividade no desenvolvimento das tecnologias. Neste momento há uma sensibilização para esta questão, mas até se passar à criação das condições necessárias ainda vai uma grande diferença».

A solução poderá passar, de acordo com o responsável, por uma «extensão» da legislação. «A criação da zona piloto foi importante para a facilitação do processo. Mas nada disso impede que seja criada outra zona. Se não for encontrada uma solução, provavelmente, apenas a tecnologia Pelamis terá condições para ali se instalar», avisa.

Esta tecnologia vai ser utilizada na instalação do primeiro parque de produção de energia a partir das ondas, situado ao largo da Póvoa do Varzim. A iniciativa da Enersis, que envolve um investimento de nove milhões de euros, será enquadrada na nova legislação.


Tânia Nascimento

Sistema de detecção de peões associado ao automóvel premeia investigador de Coimbra

Luciano Oliveira quer prever e antecipar comportamento dos peões
Luciano Oliveira quer prever e antecipar comportamento dos peões
Um investigador brasileiro da Universidade de Coimbra venceu um prémio internacional ao desenvolver um modelo inovador para a criação de um sistema de visão associado ao automóvel, que detecta peões até 50 metros, foi hoje anunciado.

No concurso, proposto por um consórcio europeu que exigia a criação de um modelo computacional capaz de detectar peões para desenvolvimento de sistemas de alerta aos condutores, o investigador Luciano Oliveira apresentou uma solução inovadora, através da fusão de dois algoritmos matemáticos que simulam funções cerebrais.


"Há células do cérebro humano que, a partir de imagens captadas pelos olhos, detectam informações sobre a forma de objectos e pessoas. Existem modelos matemáticos e computacionais que simulam esse tipo de função do cérebro. O que eu fiz foi a fusão de dois desses modelos para atingir uma maior precisão", afirma Luciano Oliveira.

O sistema permite ao condutor detectar a presença de peões até uma distância de 50 metros, distinguindo-os de outros obstáculos como sinais de trânsito ou árvores que possam prejudicar a visão, informando o automobilista em tempo útil, de forma a evitar acidentes.

O objectivo final do concurso promovido pelo consórcio NISIS, financiado pela União Europeia, passa por usar modelos computacionais em automóveis topos de gama para aumentar a segurança rodoviária, diminuindo o atropelamento de peões.

Luciano Oliveira, de 34 anos, professor da Universidade Federal da Baía, está desde 2006 a fazer um doutoramento no Instituto de Sistemas e Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (ISR/FCTUC), ao abrigo de um programa de cooperação entre aquelas duas entidades, patrocinado pelo governo brasileiro.

O investigador apontou a "elevada dificuldade" na criação de modelos para detecção de peões, devido às características inerentes ao ser humano, que possui diversas formas e movimentos. "Já temos alguns protótipos com um sensor laser e uma câmara e já fizemos uma demonstração em Xangai (China). Há um grande interesse da indústria automóvel mas, obviamente, há ainda muito a fazer", acrescentou.

O objectivo de Luciano Oliveira até final dos quatro anos de doutoramento no ISR/FCTUC passa por conceber um sistema que permita "fazer a análise, prever e antecipar o comportamento dos peões". O sistema agora premiado vai ser apresentado em Malta, a 26 e 27 de Novembro, num simpósio internacional promovido pelo NISIS que reunirá alguns dos melhores especialistas na área da inovação associada à segurança rodoviária.

Britânicos começam hoje a discutir proposta que poderá criar bebés com duas mães genéticas

O parlamento britânico começa hoje a discutir uma proposta do Governo para ultrapassar a infertilidade em mulheres que poderá permitir aos cientistas criar embriões com duas mães genéticas através de técnicas de clonagem.

O objectivo desta proposta é usar as actuais potencialidades da ciência na área da clonagem humana para ultrapassar a infertilidade em mulheres com problemas nas mitocôndrias dos óvulos, um problema que afecta uma em dez mil pessoas.


As mitocôndrias são estruturas localizadas fora do núcleo das células que contêm muito pouco material genético e que têm a função de servir de bateria para permitir que as células obtenham energia essencial ao seu funcionamento. Se as mitocôndrias funcionarem mal podem dar origem a muitas doenças.

Caso seja aprovada, a nova lei poderá tornar comum a formação de embriões a partir do núcleo de um óvulo de uma mulher, a mitocondria de uma outra mulher doadora e o esperma de um homem, um procedimento que até agora tem sido desenvolvido em laboratórios.

Ao óvulo com uma mitocondria 'saudável' de uma doadora seria retirado o núcleo, onde está localizado quase todo o DNA, que seria substituído pelo núcleo da célula da verdadeira mãe. Assim, depois da fertilização deste óvulo híbrido com um espermatozóide, o bebé teria metade dos genes do pai e metade dos genes da mãe, mas com as mitocôndrias de uma outra pessoa.

Ao The Independent, cientistas que já desenvolvem pesquisa nesta área manifestaram-se optimistas com a possível nova lei, assegurando que a técnica permite no futuro evitar doenças incapacitantes em milhares de crianças, como a epilepsia, diabetes e lesões fatais em órgãos.

Os especialistas admitiram que, se a lei for aprovada, esta técnica poderá ser comum dentro de dez anos. No entanto, segundo o jornal, conseguir estes resultados não vai ser assim tão fácil porque os grupos cristãos e ligados à bioética preparam-se para lutar contra estes progressos na aprovação legal da genética humana, contestando aquilo a que chamam "ciência Frankenstein".

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Britânicos produzem vacina contra o cancro a partir de células do próprio tumor


Mladen Korbelik
Mladen Korbelik
Cientistas britânicos descobriram uma forma de produzir uma vacina contra o cancro a partir das células cancerígenas do paciente e que poderá ser usada para tratar o seu próprio tumor.

A técnica, descrita terça-feira no British Journal of Cancer, usa raios ultravioletas, num processo conhecido como terapia foto-dinâmica (PDT), para chegar a uma vacina personalizada em menos tempo do que se fosse produzida em laboratório. A descoberta aconteceu quando os investigadores da British Columbia Cancer Agency, em Vancouver, Canadá, procuravam novas aplicações para a PDT.

Esta técnica consiste no uso de raios ultra-violeta para activar fármacos quando estes se encontram próximo do tecido alvo, o que permite o uso de doses mais elevadas de medicamentos sem risco de reacções tóxicas noutras partes do corpo e que mostrou estimular uma resposta imune do organismo contra o tumor.

No novo estudo os cientistas retiraram amostras de tecido canceroso de ratos com tumores e incidiram nelas a luz ultra-violeta. As células cresceram então de um dia para o outro no laboratório antes de serem re-injectadas nos ratos através de raios ultra-violeta no dia seguinte.

Embora o mecanismo por detrás deste processo não esteja totalmente compreendido, os investigadores descobriram que o brilho da luz ultra-violeta nas células cancerosas cria uma potente vacina contra o cancro e que projectar as células através da técnica PDT produz um aumento da resposta imune nos ratos.

"Esta técnica pode significar que o tratamento é aplicado mais rapidamente e, mais importante, é produzido individualmente para cada cancro", com menos efeitos secundários para o paciente, realçou Mladen Korbelik, o investigador principal do estudo, em declarações ao jornal The Independent.

Prémio europeu Eppendorf para Mónica Bettencourt Dias


Mónica Bettencourt Dias
Mónica Bettencourt Dias
A investigadora portuguesa Mónica Bettencourt Dias recebe hoje o prémio europeu Eppendorf pelos seus estudos na área da multiplicação das células, tornando-se a primeira cientista da Península Ibérica a receber o galardão, anunciou a Fundação Calouste Gulbenkian.

O Premio Eppendorf foi criado em 1995 e é atribuído anualmente a jovens cientistas europeus, com menos de 35 anos, como reconhecimento pelas suas investigações na área da biomedicina.

Revelando ter ficado incrédula quando recebeu o telefonema da Alemanha a dar a notícia, Mónica Bettencourt Dias acrescentou que nunca pensou ser escolhida porque "na lista de vencedores anteriores estão nomes muito importantes".


A investigadora manifestou-se contente, não só pelo reconhecimento do seu trabalho, dos seus colegas e do Instituto Gulbenkian Ciência (IGC), mas também pela oportunidade de dar visibilidade internacional à ciência portuguesa. "Hoje já se pode fazer muito boa ciência em Portugal" e este prémio vai contribuir para isso, considerou a cientista, que começou a estudar a multiplicação das células - um processo alterado nos tumores - como Investigadora Associada na Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde esteve cinco anos.

Em Outubro de 2006, Mónica Bettencourt Dias iniciou o seu laboratório no IGC, onde tem desenvolvido o seu trabalho. Desde que trabalha nesta área de investigação, a cientista portuguesa já identificou várias moléculas envolvidas na multiplicação das células, e desvendou alguns dos segredos do centrossoma, uma estrutura que regula o esqueleto e a multiplicação das células e que está frequentemente alterada no cancro.

Estas descobertas, que poderão levar a novos métodos de diagnóstico e de ataque no combate ao cancro, mereceram publicação nas mais conceituadas revistas internacionais da especialidade, como a "Nature", a "Science" e a "Current Biology". Mónica Bettencourt Dias recebeu ainda recentemente o prémio Pfizer de investigação básica 2007, juntamente com Ana Rodrigues Martins.

O prémio Eppendorf, cuja cerimónia de entrega decorre na feira "Medica" de Dusseldorf, na Alemanha, foi julgado por um comité científico composto por quatro peritos na área e presidido pelo Director do Max Planck Institute for Molecular Cell Biology and Genetics, de Dresden (Alemanha). Os critérios de avaliação dos candidatos foram a criatividade, o trabalho apresentado, o significado dos resultados para a medicina e o significado dos trabalhos em relação à idade do candidato.

Premiada descoberta de um novo mecanismo que controla progressão da esclerose múltipla

Ângelo Chora
Ângelo Chora
Um estudo que identificou uma nova possibilidade terapêutica para doenças neurodegenerativas como a esclerose múltipla, desenvolvido pelo investigador Ângelo Chora, venceu o prémio Citomed 2007.

A Esclerose múltipla é uma doença neuroinflamatória e autoimune que ataca o sistema nervoso central, atingindo cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No estudo "Heme oxygenese-1 and carbon monoxide suppress autoimmune neuroinflammation", publicado em Fevereiro deste ano no Journal of Clinical Investigation, a equipa liderada pelo investigador no Instituto Gulbenkian da Ciência revela como conseguiu controlar a progressão do processo inflamatório que ocorre no sistema nervoso central através da modelagem da expressão do gene protector Heme Oxigenase-1 em animais com esclerose múltipla.

Durante o processo neuroinflamatório, o aumento da expressão da enzima Heme oxygenase-1 aumenta também a produção do monóxido de carbono responsável pelo controlo da inflamação no Sistema Nervoso Central, de forma que, segundo o estudo, a enzima mostrou-se fundamental para dominar alguns dos pontos essenciais para a progressão do processo inflamatório.

Segundo os investigadores, este processo permitiu reduzir a evolução clínica da doença em cerca de 70 por cento. O trabalho premiado destaca ainda a possibilidade de estes resultados serem comuns a outras doenças com mecanismos inflamatórios em outros órgãos do organismo.

A expressão da enzima no controlo da inflamação

O investigador pretende continuar a investigar o papel da expressão da enzima no controlo da inflamação e a possibilidade da Heme oxygenase-1 ter também um papel protector para com os tecidos que são alvo da resposta inflamatória. A Esclerose Múltipla é uma doença inflamatória crónica, desmielinizante e degenerativa do sistema nervoso central que interfere com a capacidade deste em controlar funções como a visão, a locomoção e o equilíbrio, entre outras.

Os sintomas podem ser leves ou severos e aparecem e desaparecem, total ou parcialmente, de maneira imprevisível. Não tem cura actualmente, mas já existem medicamentos contribuem para o alívio dos sintomas. Atinge aproximadamente 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, cerca de cinco mil das quais em Portugal.

O prémio, concedido em conjunto pela Associação Viver a Ciência (VaC), Sociedade Portuguesa de Imunologia (SPI) e a empresa Citomed, atribui cinco mil euros ao melhor artigo publicado anualmente na área de Imunologia básica ou aplicada, desde que a investigação que lhe deu origem tenha sido total ou parcialmente desenvolvida numa instituição portuguesa.

Metade do valor do prémio pode ser usado livremente pelos autores, sendo a outra metade obrigatoriamente para aplicar em investigação científica. No ano passado, o prémio foi atribuído à investigadora do Instituto Gulbenkian da Ciência Leonor Sarmento, pela descoberta do processo que adia a maturidade das células.

Cultivar o Futuro


quarta-feira, 14 de novembro de 2007

NEBULis - Núcleo de Estudantes de Biologia da Universidade de Lisboa

NEBULis - Núcleo de Estudantes de Biologia da Universidade de Lisboa

Ciclo de Palestras "Biologia à Quarta"

"O funcionamento das bombas de protões durante a interacção micorrízica arbuscular: aspectos bioquímicos e moleculares"

(Alessandro Coutinho Ramos - Laboratório de Desenvolvimento Vegetal, Centro de Biologia do Desenvolvimento, Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC))

14 Novembro 2007 | 17h00
Sala 2.2.15


E-mail: nebulisboa@gmail.com

URL: nebulis.fc.ul.pt/

Diversas embalagens, como garrafas, podem ser utilizadas da produção de aço

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Tecnologia australiana permite utilizar plástico para fabricar de aço

PUBLICO.PT

Uma nova tecnologia desenvolvida por investigadores australianos permitirá reaproveitar sacos de plástico para produzir aço, em vez do tradicional coque, o que tornará possível reduzir em 30 por cento o carbono utilizado na produção.

O plástico de polietileno contém carbono, uma matéria-prima essencial usada nos fornos eléctricos das siderúrgicas. Nos fornos faz-se a reciclagem do pó de aço, responsável por 40 por cento da produção mundial de metal, ou seja, cerca de 1,1 mil milhões de toneladas por ano.

A tecnologia foi testada no último ano na siderúrgica OneSteel, em Sidney, e os resultados revelaram um aumento da produtividade, redução dos custos de energia e das emissões de gases. Neste processo é utilizado um considerável volume de plástico que, de outra forma, não poderia ser aproveitado.

Nos fornos eléctricos o carbono é acrescentado ao aço moído e aquecido a 1,6 mil graus Celsius. Quando o metal se funde, forma-se uma camada de espuma gasosa sobre o aço, o que permite que o calor se concentre aí e não nas paredes do forno, o que reduz a quantidade de energia e o tempo necessários para o processo.

“O plástico é apenas outra forma de carbono”, explicou o especialista em materiais da Universidade de New South Wales, Veena Sahajwalla. “Na produção de aço, não há diferença entre o polietileno de sacos de plásticos, embalagens ou recipientes de bebidas, já que são tão naturais como o carvão”, acrescentou.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Workshop “O Mundo dos Cogumelos"

Nos próximos dias 17 e 24 de Novembro, às 15h00, a Quinta Pedagógica, em colaboração com a Associação Fungos.Net

vai promover o Workshop “O Mundo dos Cogumelos”.

"Os cogumelos, incluídos no Reino do Fungos, despertam a nossa curiosidade, mas também nos incutem um respeito primário.

Nestes workshops poderá conhecer, estudar e degustar estes pequenos caprichos da natureza, que surgem com diferentes

cores, formas, cheiros e variedades", explica a organização.

Faz parte do programa uma breve introdução ao reino dos cogumelos, a identificação de espécies de cogumelos, a observação de cogumelos ao microscópio, uma visita a uma exposição de fotografias de várias espécies de cogumelos, a realização de jogos de identificação das espécies, com base na exposição fotográfica e uma degustação de cogumelos.

Contactos:

Telf: 21.855.09.30

Email: quinta.pedagogica@cmlisboa

SATIVA aderiu ao Business & Biodiversity

A SATIVA aderiu ao Business & Biodiversity, iniciativa da Presidência Portuguesa da União Europeia, através de um protocolo com o ICNB para o desenvolvimento de acções de preservação da biodiversidade.

A entidade de Certificação de Produtos SATIVA assina hoje a iniciativa do ICNB "Business and Biodiversity" para promover a integração da gestão da biodiversidade através das acções de controlo e certificação

António Mantas - SATIVA

A SATIVA, organismo de Certificação de Produtos, assina hoje com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade a um Memorando de Entendimento para adesão à iniciativa “Business and Biodiversity”, que Portugal promove como prioridade da Presidência Europeia no segundo semestre de 2007. Esta iniciativa do ICNB pretende colocar na ordem do dia da gestão empresarial acções que promovam a manutenção da biodiversidade nos mais diversos campos de actuação.

As razões que aponta para este protocolo são a “compreensão de que as acções que possa contribuir para a preservação da biodiversidade são urgentes e a responsabilidade da sua execução compete a todos”.

A SATIVA propõe-se aproveitar as acções de controlo e certificação que desenvolve junto dos operadores económicos com actividade agrícola, florestal e/ou agro-alimentar, para sugerir a integração de práticas preservadoras da biodiversidade na respectiva actividade. Simultâneamente promoverá a integração da gestão da biodiversidade e de práticas minimizadoras dos impactos negativos nos referenciais com que trabalha.

A esta iniciativa também aderiram já algumas outras empresas como a ALTRI, Banco Espírito Santo, CME, Corticeira Amorim, EDIA, EDP, Grupo Portucel_Soporcel, Nova Delta, Quinta do Valle do Riacho, REFER, Secil, SONAE Turismo, Sousa Cunhal SGPS.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Portugal quer convencer empresas europeias a investir na biodiversidade

Helena Geraldes

Mais de um século depois da criação dos primeiros parques nacionais, a biodiversidade prepara agora o seu perfil como oportunidade de negócio. Para aproveitar o momento criado pelos novos mercados ambientais, como os mercados de carbono, a presidência portuguesa da União Europeia lança o desafio Business and Biodiversity aos 27 Estados membros. Para salientar as vantagens competitivas das empresas investirem nas espécies e nos recursos genéticos e ajudar a travar a extinção.

Hoje, mais de 450 especialistas e empresários europeus reúnem-se na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, para definir o estado da arte e uma plataforma europeia com linhas de orientação comuns para as empresas interessadas em investir na biodiversidade. Em cima da mesa estarão indicadores e a metodologia a utilizar para avaliar resultados.

Segundo o Instituto para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), mentor desta iniciativa de carácter voluntário, 30 empresas e organizações portuguesas já assinaram uma carta de compromisso para integrar as preocupações com a biodiversidade na sua actividade diária e elaboraram planos de acção, com uma duração entre os três e os cinco anos. “Em Maio inventariámos e contactámos 70 empresas, aquelas que achámos que tinham potencial. Apenas duas disseram não estar interessadas”, explicou João Menezes, presidente do instituto, num encontro com jornalistas na véspera do arranque da conferência, onde também participou o ministro do Ambiente Francisco Nunes Correia. “Esperávamos chegar à conferência com 15 empresas. Mas hoje temos o dobro, com mais algumas na calha”, comentou.

Não basta assinar um papel

No dia do arranque da conferência Business and Biodiversity, que termina amanhã, o ICNB estima em 500 mil euros o investimento médio anual, por empresa.

Mas para as empresas que aderiram à iniciativa – como a Brisa, Altri, Refer, Corticeira Amorim, Companhia das Lezírias, Galp, Nova Delta e Secil – não lhes basta assinar um papel. “Existem exigências a pedir a estas empresas. Têm que pôr alguma coisa na biodiversidade. Estamos ainda a trabalhar nos critérios”, lembrou João Menezes.

A iniciativa Business and Biodiversity não está isenta de “zonas cinzentas”. Enquanto uns questionam o que podem as empresas ganhar com esta aposta na biodiversidade, outros receiam que a adesão à iniciativa sirva apenas para lavar a imagem junto dos consumidores de uma empresa com “cadastro” ambiental.

Nas palavras do ministro do Ambiente Nunes Correia, as empresas que aderem à iniciativa terão um “ambiente mais amigável” para o negócio, nomeadamente junto dos consumidores e da administração. Nunes Correia referiu ainda que esta se insere numa “lógica de marketing”, facilitando e melhorando os ganhos das empresas.

Tanto o ministro do Ambiente como o presidente do ICNB garantiram ainda que só podem fazer parte deste grupo as empresas que cumprirem a legislação ambiental em todas as áreas, não apenas na biodiversidade. “Uma empresa que viole a lei geral do Ambiente não pode fazer parte” e poderá ser expulsa da parceria, disse Nunes Correia.

Durante a conferência de alto nível, além das sessões plenárias, serão realizados workshops sobre os tipos de compromissos voluntários que podem ser assumidos com as empresas, as formas de avaliação das parcerias e sua estruturação e ainda os novos mercados baseados na biodiversidade. Fazem parte do leque de oportunidades a agricultura biológica, exploração sustentável das florestas, pescas e aquacultura, sem esquecer o ecoturismo. Durante a conferência será apresentado um estudo internacional sobre as áreas onde as empresas podem investir e explorar negócios.

Apesar de ser iniciativa da presidência portuguesa da União Europeia, o Business and Biodiversity pretende manter-se nas presidências seguintes. Segundo João Menezes, a iniciativa já conta com o apoio da Eslovénia e da França e a Comissão Europeia manifesta um interesse crescente. Para o ministro Nunes Correia, esta é já “uma aposta ganha”, num cenário onde “cerca de dois terços da economia mundial está baseada nos recursos naturais”.

O Business and Biodiversity aspira a ser o contributo europeu na COP9 (conferência das partes) da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, a realizar de 19 a 30 de Maio de 2008, em Bona, Alemanha. Em 2001, a União Europeia comprometeu-se a parar a perda da biodiversidade até 2010.

Empresas cuidam do lobo, de carvalhos, de aves e outras espécies

As áreas em que as empresas do Business and Biodiversity se movem são diversas. Vão das florestas, à produção de vinho e café, passando pela electromecânica, turismo, banca e geração de energia. Mas também são diversas as formas como se põem em campo. Para isso têm a ajuda de universidades e organizações ambientais.

A CME – Construção e Manutenção Electromecânica tem um plano de conservação do Lobo ibérico entre a Reserva Natural da Serra da Malcata e o rio Douro. O Banco Espírito Santo comprometeu-se a conservar a águia-imperial, a cegonha-negra e a lontra numa herdade do Parque Natural do Tejo Internacional.

A Secil surge como patrocinadora da recuperação das pradarias marinhas na Arrábida e a Sonae a preservar a avifauna das salinas do rio Sado e a aliviar as pressões à comunidade de golfinhos roazes do Sado.

A Nova Delta vai a Angola promover o Comércio justo e a Brisa aposta na observação de aves na Ponta da Erva/Salinas de Saragoça.

A Edia compromete-se com os charcos temporários de Alqueva e a Finagra a testar a produção de vinho biológico.

Os bosques de carvalhos e de medronhais terão o apoio da Quinta do Valle do Riacho e o cordão dunar em Espinho será consolidado com a ajuda da Refer.

A EDP cuida dos peixes migradores do rio Cávado e das aves do Douro Internacional e tenta estimar os impactos das alterações climáticas na biodiversidade.

Estes são só alguns dos exemplos, entre a criação de prémios para distinguir práticas e trabalhos de investigação ou ainda a contabilização e compensação das emissões poluentes.

Cerca de 140 países reunidos em Valência para preparar futura estratégia climática mundial

PUBLICO.PT

Delegados de 140 países reúnem-se a partir de hoje em Valência, Espanha, para preparar a cimeira de Bali, em Dezembro, que deverá lançar as bases para a nova estratégia mundial de combate às alterações climáticas. Em Valência será publicado um relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) que resume três documentos publicados este ano.

Este relatório síntese, a aprovar em Valência na 27ª sessão do IPCC, poderá encerrar as linhas orientadoras da futura estratégia de combate ao sobre-aquecimento do planeta. O documento resume em 70 as 2500 páginas de alertas e conselhos políticos, publicados ao longo de 2007, em três relatórios.

O esboço do relatório síntese foi preparado por 40 cientistas dos grupos que elaboraram os três relatórios e será debatido parágrafo a parágrafo por cientistas e governos.

Facto inédito, a apresentação do documento contará com a presença de Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, que quer mostrar o seu apoio ao IPCC, rede criada em 1988 e que hoje reúne 600 cientistas de todo o mundo.

O resultado desta sessão de Valência pretende contribuir para o sucesso da cimeira de Bali, em Dezembro, onde serão lançadas as bases para o sucessor do Protocolo de Quioto, que termina em 2012. Este obriga 36 países industrializados a reduzir, em média, as suas emissões de gases com efeito de estufa em 5,2 por cento, em relação a níveis de 1990.

“Este relatório é o mais convincente do ponto de vista científico relativamente à urgência das alterações climáticas”, considera John Hay, porta-voz da Convenção Quadro da ONU para as Alterações Climáticas, citado hoje pela edição online do “International Herald Tribune”.

O presidente do IPCC, o indiano Rajendra Pachauri, comentou que este é “o documento mais relevante para a tomada de decisões políticas alguma vez produzido pelo IPCC”. “Será lido por políticos, empresários, chefes de governo e de estado antes de Bali, um encontro de importância crítica”, acrescentou.

Em Fevereiro, o IPCC apresentou em Paris um relatório onde mostra que as alterações climáticas são inequívocas e devido à acção humana. Um mês mais tarde apresenta em Bruxelas o segundo relatório, onde alerta que os impactos das alterações vão prejudicar gravemente as economias, espalhar doenças e promover migrações em massa. Em Abril, o IPCC divulgou em Banguecoque que algumas das piores consequências serão inevitáveis sem uma acção imediata.

Relatórios do IPCC acusados de omitir dados

Este fim-de-semana, a organização não governamental espanhola WWF/Adena criticou que “os governos omitiram informação importante nos documentos de síntese do IPCC, destinado aos responsáveis políticos”, lembrou o “El Mundo” online.

“Há um grande contraste entre a grande riqueza dos relatórios realizados pelos grupos de trabalho do IPCC e a informação que aparece nos documentos de síntese para os responsáveis políticos”, comenta Hans Verolme, director do programa de alterações climáticas da WWF/Adena.

Segundo esta organização, parte da informação omitida refere-se ao aumento da frequência de furacões potencialmente destruidores, do sobre-aquecimento da superfície do Oceano Pacífico e da perda de glaciares nos Alpes.

No mês passado, o cientista britânico James Lovelock (pai da teoria de Gaia) disse em Londres na Academia Real das Ciências que mesmo as estimativas mais negras do IPCC subestimam a gravidade das alterações climáticas.

Parque Nacional da Peneda-Gerês integra rede de excelência de parques europeus

O Parque Nacional da Peneda-Gerês vai integrar a rede europeia de parque naturais certificadas pela PAN Parks. Esta rede pretende agrupar as melhores áreas naturais da Europa, ao garantir espaços onde a natureza se encontra sem intervenção humana. O contrato do único parque português a fazer parte desta «rede de excelência» será assinado hoje, afiançou Nunes Correia na sexta-feira.

A adesão do Parque Nacional da Peneda-Gerês começou há três anos e só deverá estar concluída dentro de 15 anos, altura em que todos os requisitos exigidos pela PAN Parks deverão estar implantados. Entre os requisitos estão possuir uma área, não inferior a 5000 hectares, onde existam valores naturais de carácter excepcional; integrar uma zona sem intervenção humana com uma área mínima de 10 000 ha; desenvolver uma política de gestão da visitação; além de programar, implantar e monitorizar uma estratégia de desenvolvimento do turismo sustentável, de forma participada.

A tutela tentou que outras cinco áreas nacionais fossem integradas neste programa de certificação, no entanto, «os apertados resiquisitos apenas permitiram que a Peneda-Gerês conseguisse o feito», adiantou Nunes Correia. Os espaços candidatos são sujeitos a um rigoroso processo de auditoria independente ao longo dos vários anos, onde são considerados critérios como a qualidade do ambiente e os valores naturais, a gestão da conservação da natureza e da biodiversidade, bem como a ligação às comunidades locais.


Lúcia Duarte

82 unidades podem encerrar já por falta de licença ambiental

Das 623 instalações abrangidas pela Directiva de Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP, da sigla em inglês), 82 podem ser encerradas a qualquer momento por falta de licenciamento ambiental. Isto caso a tutela cumpra a legislação nacional, que estipula que estas licenças deveriam ser obtidas até ao passado dia 30 de Outubro.

Até à data referida apenas 130 unidades apresentam a licença. 119 instalações entregaram os elementos necessários ao processo de licenciamento dentro do prazo, contudo, a tutela não conseguiu emitir a licença por acumulação de processos nos últimos meses. Assim, adianta o Ministério do Ambiente, «as licenças serão emitidas até 31 de Dezembro, com efeitos a 30 de Outubro, se os pedidos estiverem em condições de ser deferidos».

Existem ainda 211 instalações que entregaram todos os elementos (em apenas dois dias), apesar de este ter sido já efectuado fora do prazo estipulado. Para estes casos, a tutela decidiu prolongar o processo de licenciamento até Março de 2008, se os pedidos estiverem em condições de serem deferidos. Cerca de 163 processos estão, entretanto, suspensos por não terem sido apresentados todos os elementos pedidos pela tutela.

Além das instalações que não iniciaram o seu pedido de licenciamento, outras poderão ser objecto de contra-ordenações e sanções acessórias, nomeadamente, «as que não tenham deferimento dos pedidos de licenciamento, ou porque não entregaram os elementos adicionais indispensáveis à avaliação das condições de operação conducentes à atribuição da licença, ou porque não cumprem as condições exigíveis na legislação ambiental», explica a fonte.

Entre as sanções a aplicar encontra-se ainda a perda, a favor do Estado, de máquinas e de utensílios utilizados ou a suspensão do exercício de actividades cujo exercício dependa de título público ou de autorização ou homologação de autoridade pública.

A legislação foi publicada em Agosto de 2000, altura em que ficou conhecida a lista de todas as instalações nacionais abrangidas e os requisitos necessários ao licenciamento. O licenciamento é obtido mediante o cumprimento de parâmetros ambientais definidos para cada um dos sectores industriais envolvidos, sendo que o seu cumprimento está decorrente da implantação das chamadas Melhores Técnicas Disponíveis.

Tânia Nascimento

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Durão Barroso diz que alterações climáticas ameaçam segurança global

Lusa

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, dramatizou hoje as consequências de uma eventual paralisia a nível mundial no combate às alterações climáticas, sublinhando que este fenómeno constitui uma "ameaça" para a segurança global.

"As alterações climáticas constituem uma ameaça para a segurança global. Basta imaginar a luta com que nos iremos confrontar, no final do século, pelo acesso às fontes de energia e aos recursos naturais, e as migrações potencialmente geradoras de conflitos", declarou o ex-primeiro-ministro português.

Durão Barroso falava na sessão de abertura da 2ª Edição das Jornadas Europeias do Desenvolvimento, que decorrerá até sexta-feira na Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações.

Depois da intervenção do primeiro-ministro, José Sócrates, em que sublinhou a importância de um acordo global na luta contra as alterações climáticas, o presidente da Comissão Europeia seguiu a mesma linha, sublinhando que o mundo está perante "um problema de desenvolvimento".

"Se não travarmos desde já o aumento do aquecimento global, os efeitos das alterações climáticas e consequentes catástrofes naturais serão dramáticos, pondo em risco a própria existência de certos países insulares, de zonas costeiras e a sobrevivência das populações em muitos pontos do globo", advertiu Barroso.

O presidente da Comissão Europeia avisou ainda que, caso não se atinjam as metas de redução de CO2 em pelo menos 50 por cento até 2050, "tomando como referência os níveis de 1990, as consequências das alterações climáticas em termos sociais, económicos e ambientais poderão tornar-se simultaneamente irreversíveis e incontroláveis". "Essas consequências afectarão directamente os nossos esforços para reduzir a pobreza e a fome no mundo", acrescentou.

Neste contexto, o ex-primeiro-ministro defendeu que a Europa deverá "assumir uma posição de forte liderança nas negociações com vista a um acordo internacional em matéria de alterações climáticas para o período pós-2012".

"As alterações climáticas implicam, sem dúvida, o reconhecimento de um dever de solidariedade para com os países em desenvolvimento mais vulneráveis aos seus efeitos", salientou.

Por essa razão, segundo Barroso, a Comissão Europeia propôs "uma nova aliança entre a UE e os países em vias de desenvolvimento mais afectados pelas alterações climáticas e com menos recursos para lutar contra os seus efeitos".

"Assumiremos a nossa parte de responsabilidade, oferecendo maior apoio financeiro para a aplicação das medidas de adaptação e atenuação dos efeitos das alterações climáticas e para a transferência de tecnologia de que os países mais vulneráveis necessitam", assegurou o presidente da Comissão Europeia.

Durão Barroso fez ainda alusões à cimeira entre UE e África, que se realizará em Dezembro, em Lisboa, designadamente em relação à projectada parceria estratégica na área da energia.

"Um dos objectivos desta parceria consiste em desenvolver os recursos financeiros e humanos necessários para uma política energética sustentável em África. Pretende-se promover as condições favoráveis ao investimento em infra-estruturas no domínio da energia, incluindo as energias renováveis, bem como a transparência e a estabilidade do mercado", explicou.

Falta de chuva preocupa agricultores no Alentejo, que temem "fantasma" da seca

Lusa

A falta de chuva e as altas temperaturas para a época estão a afectar algumas culturas de Outono/Inverno no Alentejo, como cereais e olival, preocupando os agricultores da região que temem o "fantasma" da seca.

"Os agricultores alentejanos andam preocupados com o tempo e temem um novo ciclo de seca", disse hoje à agência Lusa o responsável no Alentejo da Associação de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), Nelson Figueira, lembrando que "o fantasma da seca de 2005 ainda acompanha" os homens da terra.

"A falta de chuva e as altas temperaturas deste Outono são sintomas que não auguram nada de bom", vaticinou o responsável, acrescentando que "fazem lembrar o Outono de 2004, quando começou a grave seca que afectou o país em 2005", com especial incidência no Alentejo.

"Os agricultores estão muito apreensivos", confirmou também hoje à Lusa o presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), Fragoso de Almeida, manifestando-se "preocupado" com a possibilidade de um novo ciclo de seca afectar o Alentejo.

Neste momento, "não existem casos graves", garantiu Fragoso de Almeida, alertando, contudo, para eventuais "sérios problemas na gestão agrícola das explorações", se as actuais condições metrológicas se mantiverem.

De acordo com os representantes associativos, o tempo seco e quente deste Outono está a afectar algumas culturas de Outono/Inverno no Alentejo, como as de cereais praganosos (trigo, cevada e aveia), olival e pastagens naturais.

Quanto às culturas cerealíferas, "os agricultores que semearam cedo não vêem a semente desenvolver e os que estavam agora a semear tiveram que parar os trabalhos", explicou Fragoso de Almeida.

A manter-se a falta de água, "os agricultores vão adiar ou desistir de fazer sementeiras cerealíferas", sublinhou Nelson Figueira, salientando que, "ainda é cedo para diagnósticos, mas é provável que haja uma quebra na produção de cereais".

Os olivais também estão a "ressentir-se" da falta de água e do tempo quente, que "estão a provocar o aparecimento nas azeitonas de fungos, como a gafa", cujos estragos "poderão reflectir-se na quantidade e qualidade da produção", alertou Nelson Figueira.

No que respeita às pastagens naturais para alimentar o gado, "a chuva que caiu no final do Verão, ainda muito cedo, estragou os pastos secos que havia nos campos e fez nascer novas ervas, que estão a secar porque não chove", explicou Nelson Figueira.

Agora, a falta de chuva está a "prejudicar" o nascimento das novas pastagens, afirmou Fragoso de Almeida, alertando que a situação começa a ser "preocupante" e a tornar-se "dispendiosa" para os agricultores, que têm que adquirir forragens e rações para alimentar os animais.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Companhia das Lezírias assume compromisso para promover biodiversidade

Lusa

A Companhia das Lezírias está disposta a alterar práticas, como o pastoreio ou a silvicultura, para promover a biodiversidade nos 200 quilómetros quadrados que ocupa, num compromisso, "Business & Biodiversity" (B&B), que assume hoje com o ICNB.

Rui Alves, o responsável pela área florestal da Companhia das Lezírias (CL), disse que o "desafio B&B" veio abrir a possibilidade de pegar em projectos que estavam pensados de forma avulsa e, de forma global, intervir sobretudo na zona da charneca, que ocupa 115 quilómetros quadrados da CL.

O compromisso com o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) vai permitir "perceber a situação actual" e ir "melhorando práticas agrícolas, silvícolas e pecuárias com impactos nas populações de aves, insectos e mamíferos", explicou.

Um dos projectos, que está já a ser desenvolvido pela equipa florestal da CL e que vai passar a ser monitorizado por duas equipas externas, visa repor a população de coelhos a um nível que já existiu no passado, "antes das doenças e de medidas de gestão que contribuíram para a sua diminuição", afirmou. O coelho, frisou, é importante na alimentação das aves de rapina e mamíferos predadores.

Outra linha de acção visa a recuperação das bandas ripícolas (vegetação que acompanha as linhas de água, formando corredores), "fundamentais para a biodiversidade, quer pela ligação entre zonas húmidas quer como refúgio de muitas espécies, como a emblemática lontra", acrescentou.

A monitorização e reforço das espécies insectívoras, nomeadamente através da colocação de caixas-ninho, é outro projecto a desenvolver no âmbito do "B&B", com o objectivo de ajudar no controlo das populações de insectos e na prevenção de pragas tanto no montado como no pinhal, em particular o bravo, que tem sido afectado por pragas e doenças como a processionária e o nemátodo do pinheiro.

Por outro lado, vai ser feito o levantamento dos mamíferos "e perceber as relações existentes entre o seu uso de recursos e as diferentes actividades desenvolvidas, particularmente a silvopastorícia", disse Rui Alves, frisando que os vários projectos se cruzam.

O compromisso vai ainda permitir dar continuidade a um projecto iniciado há três anos e alargá-lo para fora da área da CL, o Tyto-Tagus, que procura a preservação da Coruja-das-torres, nomeadamente conhecendo quais as áreas de procriação e estabelecendo relações com as zonas de abundante alimentação onde se concentram os jovens desta espécie, o estuário do Tejo.

Este projecto é liderado pelo Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora, que participa igualmente nos projectos de recuperação das bandas ripícolas e da avifauna insectívora do montado e pinhal.

Já o levantamento dos mamíferos, o chamado "atlas dos mamíferos da CL", é desenvolvido pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Rui Alves afirmou, ainda, que estes projectos são complementados por dois outros, cujo compromisso "B&B" foi assinado a semana passada com a Brisa, que se assumiu como "sponsor", em particular do EVOA, que contará com apoio técnico do World Wild Fund.

O compromisso que vai ser assumido hoje com o ICNB vigora até ao final de 2012, não implicando financiamentos mas funcionando como um "garante da qualidade científica" das intervenções, acrescentou.

Lagos torna-se na primeira zona livre de transgénicos


O concelho de Lagos tornou-se na primeira zona livre de cultivo de milho geneticamente modificado. Foi hoje publicado em Diário da Republica o Despacho nº 25306, que reconhece o estabelecimento dessa zona à totalidade da área daquele município.

Com o estabelecimento desta zona, Portugal é o primeiro país da União Europeia a regulamentar uma zona livre de organismos geneticamente modificados (OGM) com base na legislação nacional e comunitária.

«O facto de ter sido estabelecida esta zona livre de OGM constitui um importante marco na política de isenção que o Governo definiu relativamente aos Organismos Geneticamente Modificados», refere o Ministério da Agricultura.

Em declarações ao AmbienteOnline, Pedro Fevereiro, presidente do Centro de Informação de Biotecnologia, «salientou que esta é uma decisão política e que cabe aos cidadãos fazer a sua opção». No entanto, não deixou de ressalvar que «não existe razão para as pessoas estarem preocupadas com as variedades de milho aprovadas pela Comissão Europeia».

Tânia Nascimento