Lic de Biologia no ISA

A licenciatura tem um perfil técnico-científico de banda larga, com três anos iniciais seguidos de posterior de formação com carácter aplicado. O ISA é uma das escolas com maior experiência no domínio da Biologia Aplicada e os licenciados terão uma sólida formação científica e oportunidades de emprego generalista em todos os domínios da Biologia, nomeadamente nas áreas do ambiente e ecologia aplicada, genética e biologia molecular, conservação da natureza e utilização e conservação dos recursos biológicos, podendo desempenhar funções na investigação científica, em laboratórios especializados, bem como em tarefas de consultadoria.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Ver para Crer - no Parque de Natureza de Noudar

Com o Projecto - Experimentar Noudar – o Parque de Natureza de Noudar promove a Ciência fora da Escola. No dia 29 de Janeiro será desenvolvido um conjunto de actividades no âmbito deste projecto.

Parque de Natureza de Noudar

O Parque de Natureza de Noudar, propriedade da EDIA, Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva, S.A, leva a cabo no dia 29 de Janeiro de 2008, um conjunto de actividades dirigidas ao público escolar que integram o projecto Experimentar Noudar, apoiado pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
Neste dia os alunos irão desenvolver algumas das actividades que foram preparadas para Experimentar Noudar, concorrendo com a natureza na construção de ninhos, explorando os habitats do Parque, jogando o Pomar dos Sentidos ou conhecendo as raridades floristicas da região através de uma inovadora solução tecnológica, a Flora Digital.
Aliando a conservação da natureza e do património à manutenção de um espaço rural de características ímpares e a uma ponderada dimensão lúdica e pedagógica, o Parque proporciona um conjunto de actividades e aprendizagens único.
No Parque de Natureza de Noudar os conteúdos escolares são abordados de uma forma inovadora, integrando as aprendizagens efectuadas em sala, num espaço de descoberta e de aplicação de conceitos, desenvolvendo novos caminhos de pesquisa e experimentação, estimulando a curiosidade, o espírito científico e o trabalho de equipa.
Para conhecer o projecto vá a www.parquenoudar.com

domingo, 27 de janeiro de 2008

A caminho do primeiro organismo artificial? Investigadores norte-americanos criam genoma sintético de bactéria!


Bactéria 'Mycoplasma genitalium'
Bactéria 'Mycoplasma genitalium'

Investigadores norte-americanos do Instituto Venter anunciaram hoje ter conseguido criar em laboratório o primeiro genoma sintético de uma bactéria, um passo considerado crucial para a criação de uma forma de vida artificial. Trata-se da maior estrutura de DNA alguma vez fabricada pelo homem, destacam os autores deste estudo, publicado hoje na revista científica norte-americana Science.

"Isto representa um avanço entusiasmante para nós investigadores e para esta disciplina", afirmou hoje Daniel G. Gibson, principal autor do estudo, no qual também participou Craig Venter, fundador do Instituto e um dos mais controversos pioneiros da biotecnologia.

ND - Ver informação do Institute Venter em http://www.jcvi.org/cms/research/projects/chemical-synthesis-of-the-mycoplasma-genitalium-genome/overview/



Craig Venter já se tinha distinguido pela sequenciação do genoma
Craig Venter já se tinha distinguido pela sequenciação do genoma

Porém, o principal responsável pelo documento sublinhou que os trabalhos continuam com o "objectivo último" de "inserir um cromossoma sintético numa célula [viva] para criar o primeiro organismo artificial".

"Demonstrámos que é possível criar artificialmente grandes genomas e ajustar o seu tamanho, o que abre caminho para potenciais aplicações importantes, tais como a produção de biocombustíveis ou para o absorção de dióxido de carbono [CO2]", explicou Hamilton Smith, um dos co-autores da investigação.

De acordo com este investigador, através desta descoberta será também possível "produzir organismos artificiais para o tratamento biológico de resíduos tóxicos", entre outros. O principal autor do estudo, Dan Gibson, precisou que a pesquisa "representa a segunda das três etapas para a criação de um organismo vivo inteiramente artificial".

Para a etapa final - na qual os especialistas já se encontram a trabalhar - os investigadores do Instituto Venter vão tentar criar uma célula artificial de bactéria baseada inteiramente no genoma sintético da bactéria 'Mycoplasma genitalium', que acabam de produzir. Ou seja, este cromossoma será transplantado para uma célula viva, da qual poderá tomar o controle e transformar-se em uma nova forma viva.

Escrever o código genético

O genoma que os investigadores conseguiram criar em laboratório copia partes essenciais do DNA da bactéria "Mycoplasma genitalium" e foi baptizado pelos seus criadores de 'Mycoplasma laboratorium'. O Mycoplasma genitalium é um organismo relativamente simples quando comparado com um ser humano, já que é composta por 580 genes enquanto um humano é composto por 36.000 genes.

Citado pelo jornal britânico The Guardian, o fundador do Instituto, Craig Venter, já tinha afirmado que esta descoberta iria permitir aos investigadores "passar da leitura do código genético" para a possibilidade de "ter a habilidade de escrevê-lo".

"Isto dá-nos a capacidade hipotética de fazer coisas que não foram imaginadas antes", frisou.

De acordo com Pat Mooney, director da organização canadiana ETC Group, um grupo de reflexão sobre bioética, os investigadores estão a criar "um chassis sobre o qual se pode construir praticamente qualquer coisa".

"Pode-se tornar numa contribuição à humanidade tão grande como um novo medicamento, ou uma enorme ameaça, como uma arma biológica", advertiu.

Reacções cautelosas

Mas outros cientistas são mais cautelosos, considerando que Venter e sua equipa ainda estão longe de poder criar vida artificial. Eckard Wimmer, professor de Biologia Molecular do Departamento de Genética Molecular da Universidade de Nova York, pergunta-se por que o Instituto Venter já não pôde, com este genoma artificial, recriar um organismo artificial.

Ressaltou um comentário dos autores ao final do estudo indicando que "o vetor (genoma artificial) talvez não fosse viável para transplantes experimentais". Uma opinião compartilhada por Helen Wallace, bióloga e porta-voz do GeneWatch Grã-Bretanha, que considerou que embora a equipe de Venter tenha feito uma proeza técnica, não é vida artificial. "Venter não é Deus. Está a um longo caminho de criar vida", disse à AFP.

"É um tipo de engenharia genética que permitiria às pessoas realizarem mudanças genéticas muito maiores, o que significa que no futuro possam ser criados organismos com novas seqüências de genes", considerou.

"À Procura de Shakespeare" é o primeiro espectáculo com estreia na Internet e em directo


José Lobato criou o espectáculo
José Lobato criou o espectáculo
Pela primeira vez em Portugal, um espectáculo de teatro vai estrear simultaneamente na Internet e num palco: é a 1 de Fevereiro, na Casa do Artista, em Lisboa, e chama-se “À Procura de Shakespeare”.

Nesse dia, quem comprar bilhete para ver a estreia na TVNet, uma estação televisiva online, assistirá, às 22h00, via computador, a um formato de estreia teatral sem precedentes.

“Na Casa do Artista e em sua Casa” é o slogan escolhido pela companhia para anunciar o espectáculo, construído a partir de nove peças do dramaturgo inglês que dizia que “O Mundo inteiro é um palco”.


Criado e dirigido pelo actor e encenador José Lobato, o espectáculo, exercício final de um curso de teatro profissional e intensivo, conta a história de uma companhia teatral em busca de um espectáculo com base na obra de William Shakespeare.

O processo desemboca numa peça única, composta por cenas de nove peças de Shakespeare, todas as que ensaiaram: “Hamlet”, “Macbeth”, “Sonho de uma Noite de Verão”, “Como lhe Aprouver”, “Tempestade”, “Romeu e Julieta”, “Rei Lear”, “Júlio César” e “Otelo”.

A montagem do espectáculo fez-se com diálogos entre director e actores de uma companhia de teatro e as conversas, direcção de actores e forma de solucionar cenas que estavam a ensaiar e a experimentar são textos que foram retirados integralmente das peças “Hamlet”, “Como lhe Aprouver” e “Sonho de Uma Noite de Verão”.

Para a construção de raiz de um espectáculo shakespeariano - objectivo do curso de 2007 - a turma de 10 alunos, além de estudar intensivamente a obra do autor, teve de aprender a lidar com tudo o que o teatro envolve, criando cenários, figurinos, adereços e trabalhando também na produção.

No blog do espectáculo é possível não só obter informações sobre reserva e compra de bilhetes para assistir ao espectáculo online ou em casa, como ver o “trailer” promocional e saber mais sobre o elenco e a equipa que o montou. “À Procura de Shakespeare” estará em cena no Teatro Armando Cortez, da Casa do Artista, até 01 de Março, às sextas e sábados, sempre às 22h00, iniciando depois uma digressão pelo país.

Primeiros bovinos reproduzidos em laboratório nos Açores deverão nascer até final do ano

Os primeiros bovinos reproduzidos nos Açores em laboratório, a partir de células estaminais de um único embrião, deverão nascer até ao final do ano, revelou hoje um investigador do Departamento de Ciências Agrárias da universidade do arquipélago.

Moreira da Silva, que rejeitou a ideia desta reprodução ser um “clone”, mas antes “gémeos”, sublinhou que o propósito principal “é produzir trabalho de investigação”, enquanto o objectivo prático “é produzir animais que se adaptem às melhores condições de maneio e reprodução”.


“Já temos reproduzido embriões em `in vitro´ e `in vivo´ destinados a lavradores que visam melhorar o seu efectivo através da eficiência e aumento da produção em quantidade e qualidade”, acrescentou o investigador à agência Lusa.

Os trabalhos são desenvolvidos pelo Laboratório de Reprodução do Centro de Investigação e Tecnologias Agrárias dos Açores (CITA), onde trabalham quinze técnicos, dois dos quais estrangeiros, uma sul-coreana, Sun Jin, e um chinês, Huang Ben, ambos investigadores reconhecidos internacionalmente.

Sun Jin trabalha na determinação dos sinais (proteínas interferons) produzidos pelo embrião o mais precocemente possível no reconhecimento materno da gestão, o que faz com que o animal perceba está em estado de gravidez, impedindo-o de ter um novo ciclo sexual.

O trabalho da investigadora sul-coreana tem por objectivo principal “produzir um kit de diagnóstico de gestação bovina idênticos aos que funcionam para determinar se a mulher está ou não grávida”. Huang Ben, que fez parte do primeiro grupo chinês que clonou um búfalo, trabalha em células estaminais para a produção de tecidos, órgãos e espermatozóides/óvulos (gâmetas).

Quinze investigadores envolvidos

Os estudos estão a ser desenvolvidos no CITA pelo grupo “animal science”, que envolve 15 investigadores entre veterinários, engenheiros zootécnicos e biólogos. Os investigadores, os únicos a efectuarem este tipo de trabalho em universidades nacionais, estão divididos em dois grupos de trabalho: o de estudo do sémen e o do desenvolvimento de embriões.

No primeiro caso, efectuam estudos sobre a alimentação, metabolismo solar e morte celular programada (apoptose) para perceber os factores que aceleram os factores apoptóticos. O segundo grupo, que estuda o desenvolvimento dos embriões voltado para a fisiologia da fêmea, analisa desde a idade da produção dos óvulos, a alimentação, tempos e factores de maturação e condições de desenvolvimento embrionário.

Segundo Moreira da Silva, o objectivo final do trabalho é “efectuar investigação fundamental sem a qual não se pode viabilizar a investigação aplicada”, trabalho que pode levar vários anos a concluir. O investigador da Universidade dos Açores admite que “os embriões possam vir a ter futuro na comercialização”, o que vai depender do sector privado.

Nos projectos, desenvolvidos por este grupo de trabalho, já foram investidos mais de um milhão de euros, assegurados, principalmente, pelo Governo dos Açores (Direcção Regional da Ciência e Tecnologia), fundos europeus e Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

A equipa de investigadores recorre a bolsas de investigação individuais concedidas pela DRCT, FLAD e do programa para jovens licenciados Estagiar-L. Nestes programas/projectos já estagiaram investigadores egípcios, espanhóis, angolanos, brasileiros, belgas e açorianos, entre outros.

Mais de 1,2 milhões de hectares de floresta do Alasca vão ser destruídos

Lusa

Mais de 1,2 milhões de hectares de floresta do Parque Florestal do Alasca vão ser destruídos ao abrigo de um plano do governo norte-americano, contestado por ambientalistas, mas apoiado por defensores da indústria madeireira.

A administração Bush aprovou ontem um plano de gestão da floresta na região do Alasca, o maior do género nos Estados Unidos, que abrange quase 6,8 milhões de hectares. Destes, mais de 1,2 milhões serão desflorestados ou substituídos por estradas e outras infra-estruturas.

Os ambientalistas receiam que a proposta vá devastar a floresta, enquanto apoiantes da indústria consideram-na essencial para a recuperação da actividade da extracção da madeira.

O guarda-florestal regional do Alasca, Denny Bschor, que aprovou o plano governamental, precisou que este se propõe defender a diversidade e a "saúde" da floresta, canalizar meios de subsistência para os moradores e assegurar uma fonte de distracção e interesse para os visitantes.

O responsável adiantou que há um compromisso para garantir a estabilidade do sector da indústria da madeira.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Investigadores de Coimbra desvendam função de enzima vital para novo antibiótico contra a tuberculose


Milton Costa
Milton Costa
Nuno Empadinhas
Nuno Empadinhas
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), coordenada por Milton Costa, do Departamento de Bioquímica, e Nuno Empadinhas do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNBC), abriu boas perspectivas de desenvolvimento de um novo antibiótico que permita combater a tuberculose, incluindo as variantes multiresistentes, ao descobrir a função de uma enzima de micobactérias (GPGS).

Esta descoberta resulta de um outro estudo sobre a bactéria Rubrobacter xylanophilus que se desenvolve a altas temperaturas e tolera sal, em que os investigadores descobriram uma enzima (MPGS/GPGS) que tem uma função ligeiramente diferente na micobactéria que provoca a tuberculose. Os investigadores procuram agora produzir moléculas capazes de bloquear a função desta GPGS, visto que, sem esta enzima, o bacilo da tuberculose não se desenvolve e a substância que a bloquear poderá ser um potencial antibiótico.

Uma pesquisa complexa porque, explica Milton Costa, “ ainda são necessários muito estudos. O percurso entre esta fase da investigação e a utilização e comercialização de um novo medicamento é sempre muito moroso, exigindo anos de trabalho e grandes investimentos. A próxima fase da investigação é encontrar moléculas que impeçam o funcionamento da enzima, mas que não sejam tóxicas para o ser humano, ou seja, que o tratamento não provoque efeitos secundários, como sucede com os actuais medicamentos disponíveis no mercado”.

Esta descoberta dos investigadores portugueses assume particular relevância, considerando o facto de há várias décadas não surgirem novos fármacos para o combate à tuberculose, e Portugal é um dos países da União Europeia com taxas de incidência da doença mais elevadas.

Uma patente de invenção foi já submetida ao European Patent Office através do BIOCANT.

Além da equipa de Coimbra, o estudo tem a colaboração da investigadora Sandra Macedo Ribeiro, do IBMC, Universidade do Porto. As equipas do Porto e de Coimbra também já têm a estrutura desta enzima quase concluida, sendo um passo fundamental para se desenvolveram inibidores da sua actividade.

Milton Costa foi recentemente empossado como Presidente da Federation of European Microbiological Societies (FEMS), que reúne 30.000 sócios, dispostos por 46 sociedades nacionais e internacionais de 36 países europeus. Formalmente constituída em 1974, a FEMS tem por missão promover a investigação e o ensino da Microbiologia na Europa.

Descoberto tratamento experimental que anula dor crónica


Um tratamento experimental por terapia genética permitiu que alguns ratos que sofriam de dor crónica não revelassem qualquer sintoma durante três meses, segundo um estudo publicado ontem no anuário da Academia Nacional das Ciências dos Estados Unidos.

Foi injectado nos ratos um gene que estimula o envio de endorfinas, um analgésico natural, para as células nervosas ao redor da medula espinal.


Este tratamento funciona como os medicamentos analgésicos, mas sem certos efeitos secundários, porque não atinge o cérebro ou outras partes do sistema nervoso central.

"Os pacientes que sofrem de dores crónicas não obtêm um alívio satisfatório porque os tratamentos existentes são pouco eficazes e provocam efeitos secundários intoleráveis como sonolência, bloqueio mental e alucinações", explicou Andreas Beutler, professor de hematologia e de oncologia na escola de Medicina do Monte Sinai em Nova Iorque.

O tratamento administrado aos ratos de laboratório está ainda numa fase preliminar de testes, mas se ele se revelar inofensivo e eficaz para os humanos, poderá ser bastante útil para pacientes que sofram de cancros em fase avançada.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Cientistas britânicos descobrem origem da leucemia infantil

Um grupo de cientistas britânicos descobriu a mutação genética que origina a leucemia infantil, depois de seguir duas gémeas, uma afectada pela doença e outra sã.

O estudo, publicado na revista Science, é qualificado pela comunidade científica como um grande passo que permitirá o desenvolvimento de tratamentos específicos, menos intensivos e menos agressivos.


A investigação - feita pela universidade de Oxford, o hospital infantil Great Ormond Street, de Londres, e a associação de investigação médica Cancer Research - explica que o desenvolvimento do cancro das células sanguíneas na infância requer que um "reduzido, mas crucial grupo de células" sofra duas mutações.

A primeira produz-se durante o primeiro período de gestação, o que faz com que algumas células da medula óssea se convertam em "pré-leucémicas". Porém, para que a criança desenvolva a doença, é necessário que uma segunda mutação ocorra durante os primeiros meses de vida. Esta segunda modificação genética, provavelmente causada por uma infecção comum, como uma constipação, alteraria o estado das células pré-leucémicas para células malignas.

"Estas são células que causam e mantêm a doença", disse o professor Tariq Enver, responsável da investigação e membro da Unidade de Investigação Hematológica Molecular da Universidade de Oxford, salientando que, agora que são conhecidas estas células, é mais fácil "encontrar o seu calcanhar de Aquiles e combatê-las".

Os investigadores averiguaram que estas células resistem à quimioterapia, pelo que o risco de recaída é elevado. O estudo indica também que um por cento das crianças tem células pré-leucémicas, mas destas só um número muito reduzido sofre a segunda e perigosa mutação. Os cientistas britânicos chegaram a estas conclusões depois de estudar as gémeas Olivia e Isabella, de quatro anos, residentes em Kent, no Sul de Inglaterra. Ambas tinham células pré-leucémicas, mas só uma das meninas desenvolveu a doença.

Segunda mutação genética

Quando estavam no útero materno, as células de uma das pequenas sofreram uma mutação que as converteu em pré-leucémicas e foram transmitidas por sangue à outra. Uma infecção comum de que sofreu Olivia fez com que essas células sofressem a segunda mutação genética, o que levou a que a menina ficasse doente com leucemia.

Isabella ainda tem 10 por cento de possibilidades de sofrer este tipo de cancro - porque pode ainda produzir-se a segunda mutação -, mas o risco irá diminuindo até que desapareça na adolescência, quando as células pré-leucémicas serão erradicadas. A investigação foi recebida com entusiasmo pela comunidade científica no Reino Unido.

"A identificação das células que provocam a leucemia tem sido um dos mistérios mais perseguidos pelos investigadores do cancro e este estudo é um passo que nos aproxima da sua resolução", disse Bruce Morland, pediatra do Hospital Infantil de Birmingham (centro de Inglaterra). Esta descoberta abre, além disso, caminho à investigação de tratamentos menos agressivos, mais curtos e com menos efeitos secundários, já que procurará atacar unicamente as células que originam a doença.

Vaskar Saha, professor de Pediatria e Oncologia da Cancer Research, assinalou que o estudo "aumenta a esperança de poder identificar o risco de recaída nas crianças tratadas com quimioterapia e desenvolver tratamentos eficazes". A leucemia aparece quando a medula óssea começa a produzir glóbulos brancos de maneira descontrolada e, juntamente com o cancro linfático, é a modalidade de tumor que mais afecta as crianças.

NASA colabora em investigação sobre uso de nanotubos no combate ao tumor cerebral

Behnam Badie
Behnam Badie
O Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA anunciou que se uniu à Cidade da Esperança, um centro de investigação e tratamento do cancro, para explorar o uso de nanotubos no diagnóstico e tratamento de tumores cerebrais.

Segundo informou este laboratório, a nanotecnologia poderia revolucionar a medicina desempenhando um papel determinante na terapia selectiva do cancro.


Os investigadores da Cidade da Esperança esperam impulsionar a reacção imunológica do cérebro contra os tumores mediante o fornecimento de agentes anti-cancerígenos através de nanotubos - 50 mil vezes mais delgados do que um cabelo humano mas podendo ter vários centímetros de comprimento.

Estes nanotubos são fabricados para a Cidade da Esperança pelo Nano and Micro Systems Group no laboratório da NASA, que há mais de sete anos investiga potenciais utilizações desta tecnologia.

Segundo Behnam Badie, director de neurocirugia da Cidade da Esperança, se esta descoberta puder aplicar-se aos tumores cerebrais poderá também vir a ser usada no tratamento de derrames, traumas, transtornos neurodegenerativos e outros processos patológicos do cérebro.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Associação Nacional dos Industriais de Biocombustíveis nasce

Foi criada, na última sexta-feira, a Associação Nacional dos Industriais de Biocombustíveis (ANIB). A entidade tem como associados seis recicladores de óleos alimentares usados em biodiesel : a Space, a Socipole, a BioOeste, a Supermatéria, a Norgen e a Ecoldiesel, apurou o AmbienteOnline.

As empresas pretendem ter uma palavra activa na divulgação da problemática do resíduo «óleo vegetal usado» no quadro legislativo actual.

Segundo a direcção, os associados, que representam a quase totalidade dos recicladores de óleos vegetais usados em biodiesel em Portugal, pretendem uma clara regulamentação do sector através de legislação específica. A consciencialização ambiental, a nível empresarial e particular, será outra das principais preocupações da ANIB.


Autor / Fonte
Sofia Vasconcelos

FSC Portugal expande em 2008 sistema de certificação florestal

A Associação para a Gestão Florestal Responsável (FSC Portugal) irá proceder à conclusão e acreditação da Norma Nacional FSC (Forest Stewardship Council), bem como ao aumento da área florestal e do número de cadeias de responsabilidade na indústria certificadas pelo sistema FSC. Estes são, pelo menos, os objectivos do plano de actividades da associação para este ano.


A Norma Portuguesa do FSC irá ser apresentada no próximo dia 20 de Fevereiro, por ocasião do segundo fórum da associação, bem como o balanço da actividade da iniciativa nacional do FSC em 2007 e apresentar o programa português para 2008. Serão ainda apresentados alguns casos de compromisso com o sistema por parte da produção e da indústria portuguesa.


Neste momento, em Portugal, estão certificados pelo FSC cerca de 200 mil hectares de área florestal, existem 16 certificados de cadeia de responsabilidade industrial e vários produtos FSC no mercado, como rolhas de cortiça, produtos para a construção civil, papel, entre outros.


Até 2010, a WWF irá colaborar com o FSC Portugal para atingir a meta de meio milhão de hectares de área certificada, trabalhando, ao mesmo tempo. no desenvolvimento do mercado para os produtos florestais com esta certificação.

Novo aeroporto alarga Zona de Protecção do Estuário do Tejo

«Não é uma vantagem para a conservação da natureza fazer-se um aeroporto onde quer que seja», disse aos jornalistas Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, à margem da apresentação do Relatório de Estado do Ambiente 2006, que decorreu ontem, na Agência Portuguesa do Ambiente.

O responsável respondia assim às dúvidas que rodeiam a localização em Alcochete do novo aeroporto de Lisboa, acrescentando que a Zona de Protecção Especial (ZPE) do estuário do Tejo deverá ser alargada para minimizar os efeitos no ambiente, apesar de, no entanto, o campo de tiro de Alcochete não se situar dentro desta ZPE e estar fora das rotas migratórias das aves.

A avaliação ambiental estratégica, a cargo do Ministério das Obras Públicas, deverá estar concluída dentro de mês e meio e, segundo Humberto Rosa, deverá sempre considerar as outras alternativas e explicar porque foram excluídas.

Paulo Caldas, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, apesar de estar convicto que a localização do novo aeroporto de Lisboa na Ota era a que melhor servia o País, ao nível das acessibilidades, da centralidade e do ordenamento do território, considera que «a decisão política está tomada, e agora temos é de olhar para o futuro».

Com a consolidação da cidade aeroportuária a Sul do Tejo, o edil entende que o Governo deve criar condições para potenciar os recursos da zona Norte do Tejo, e activar mecanismos de investimento público para melhorar as condições de acessibilidade, e estimular os vectores turísticos e o tecido empresarial.

O autarca considera que deverá ser promovido o desenvolvimento do País como um todo, numa cooperação estratégica entre a administração central, os autarcas e os agentes económicos, numa leitura de potenciação dos recursos da margem Norte do Tejo.

Autor / Fonte
Sofia Vasconcelos

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Novo aeroporto com impactes potenciais «muito negativos» na biodiversidade

O novo aeroporto internacional de Lisboa pode implicar «impactes potenciais muito negativos» na biodiversidade e conservação da natureza tanto na Ota como no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), de acordo com o estudo coordenado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que faz a análise comparativa entre as localizações Alcochete e Ota.

O documento, divulgado quinta-feira pelo Governo depois de ter anunciado que voltava atrás na sua decisão e trocava a Ota por Alcochete, assinala que a implantação da infra-estrutura no CTA provocará uma redução no valor ecológico do território mais acentuada do que na Ota, devido aos maiores efeitos negativos previsíveis sobre o Sistema Nacional de Áreas Classificadas e sobre as ocupações do solo favoráveis à biodiversidade. Na vertente da conservação da natureza «considerou-se que os efeitos seriam piores em Alcochete, mas estes não impõem a exclusão da infra-estrutura naquela localização», salienta Pedro Beja, da Erena, empresa responsável pelo trabalho relativo à conservação da natureza.

Em Alcochete também são prováveis maiores efeitos negativos do que na Ota sobre habitats e espécies protegidos, se bem que o inverso aconteça no caso da flora, peixes dulciaquícolas e morcegos, refere Pedro Beja. Por outro lado, no caso do CTA são «particularmente relevantes» os impactes potenciais sobre as aves aquáticas, uma vez que para estas o Estuário do Tejo assume uma importância muito elevada para a conservação da biodiversidade à escala europeia. Em contrapartida, a localização no CTA pode induzir a criação de uma zona tampão para a Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo, incluindo as áreas ecologicamente mais importantes da sua envolvente, no âmbito das medidas de compensação de impactes, refere o estudo.

Ainda de acordo com o documento, a vulnerabilidade à poluição dos aquíferos é sensivelmente igual nas duas localizações, ambas inseridas na grande unidade hidrogeológica Bacia do Tejo-Sado. Segundo Luís Ribeiro, que coordenou o estudo das condições hidrogeológicas das potenciais localizações do futuro aeroporto, «qualquer uma das localizações tem riscos, mas Alcochete apresenta-se como menos susceptível à contaminação. De qualquer modo, existem mecanismos para remediar eventuais contaminações».

«Quando se diz que a construção das futuras infra-estruturas vem colocar em risco a contaminação de uma das maiores reservas de água subterrânea daquela área, isso não é totalmente verdade. O grande consumo de água subterrânea na margem sul é proveniente do aquífero mais profundo que existe naquela área. Entre este e o aquífero superficial há uma formação geológica que protege naturalmente qualquer contaminação que venha de cima. Não é à toa que, por exemplo, a Quimigal esteve décadas a contaminar os solos, mas esta contaminação não chegou ao aquífero mais profundo», ressalta o docente do Instituto Superior Técnico.

Relativamente ao escoamento das águas superficiais, estas serão afectadas, nas duas localizações, pela construção da plataforma do aeroporto. «Os condicionamentos associados ao reordenamento das linhas de água na zona da Ota, bem como o seu contacto hidráulico directo com o estuário do rio Tejo, conduzem a que nesta zona as necessidades de intervenção sejam de maior complexidade que na zona do CTA», refere o sumário executivo do documento.

A opção de localizar o novo aeroporto na margem sul do Tejo foi levantada com um estudo da Confederação da Indústria Portuguesa, apresentado em Junho de 2007, que obrigou o executivo a repensar a localização na Ota. Os protestos que se fizeram, entretanto, sentir nos mais diversos quadrantes da sociedade levaram a que o Governo pedisse ao LNEC um estudo comparativo entre as duas possibilidades, apresentado na semana passada.

Tânia Nascimento

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Internacional - 2008 - Ano Internacional do Golfinho

O Programa das Nações Unidas para o Ambiente e a Convenção sobre Espécies Migratórias, juntamente com o ACCOBAMS - “Agreement on the Conservation of Cetaceans of the Black Sea, Mediterranean Sea and contiguous Atlantic Area” e o ASCOBANS - "Agreement on the Conservation of Small Cetaceans of the Baltic and North Seas" (ambos acordos especializados na conservação de golfinhos) lançaram o Ano Internacional do Golfinho - 2007 para contribuir para a conservação dos golfinhos. Dado o sucesso, as comemorações prolongam-se para 2008.

Em Outubro de 2007, foi criada a base para um acordo sobre pequenos cetáceos. O acordo cobre uma área que se estende de Marrocos à África do Sul, incluindo as águas ricas em golfinhos e baleias em redor das ilhas da Macaronésia (entre elas as dos arquipélagos dos Açores e Madeira). Mais informações na página da Convenção em
http://www.cms.int/news/PRESS/nwPR2007/

10_Oct/Watch_Largest-Agreement.htm

O Documentário "Dolphins & Whales 3D: Tribes of the Ocean" (estreia nos EUA em Fevereiro de 2008), marcará o prolongamento do Ano do Golfinho para 2008. Este filme virá depois para a Europa e aborda a necessidade de proteger estes mamíferos marinhos, cada vez mais ameaçados.

A Campanha envolve Governos, ONGA e o sector privado, pretendendo aumentar a consciencialização do público acerca das espécies de golfinhos existentes e a necessidade de serem protegidas e ainda educar e informar os decisores políticos e envolver as comunidades locais na sua defesa.

O Ano do Golfinho faz parte da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, contribuindo também para se alcançarem os objectivos do Milénio em termos de diminuição da perda de biodiversidade.

Entre as várias ameaças à sobrevivência dos golfinhos contam-se a poluição da água (ex. químicos, sacos de plástico), a poluição sonora (perturba o seu sistema de orientação), as redes de pesca (ficam aí presos), a caça ou captura para cativeiro ou realização de espectáculos e a sobrepesca que tem conduzido à diminuição das presas de que os golfinhos se alimentam.


Consulte os "links". Se os mais pequenos conseguirem responder a uma série de perguntas sobre golfinhos e se participarem activamente na sua protecção (p. ex. retirando os resíduos que há na praia e à beira-mar) podem receber o diploma do Golfinho.

Informações gerais http://www.cms.int/
Informações do ano (incluiu Kit para educadores e dados sobre espécies)
http://www.yod2007.org/en/Start_page/index.html

Barreiro reverte valor da recolha de resíduos para bombeiros

São cerca de 700 quilos de tampinhas e 60 quilos de plástico e metal a quantidade recolhida dos cubos gigantes do Parque da Cidade no âmbito da campanha «Reciclar para Ajudar», que terminou no dia 6 de Janeiro.

A iniciativa da Câmara Municipal do Barreiro associou a necessidade de reciclagem a motivos de solidariedade, uma vez que o valor da recolha reverte a favor das duas corporações de bombeiros do concelho do Barreiro, salienta a autarquia em comunicado. O objectivo é aplicar o mealheiro na aquisição de material para as duas corporações.

Envolveram-se nesta campanha população, escolas, escuteiros e outras instituições, ao colocar latas, garrafas de plástico, embalagens e tampinhas, posteriormente recolhidos pela Amarsul para valorização.

Remade em Portugal expõe obras feitas com resíduos em centros comerciais

Humberto Rosa, secretário de estado do Ambiente, inaugurou hoje a exposição «Remade em Portugal», patente até dia 20 de Janeiro no Centro Comercial Colombo. A iniciativa realça o trabalho elaborado por 15 arquitectos, designers e estilistas a partir de materiais reciclados.

«Esta iniciativa, que começou em Itália, demonstra bem a nossa busca de sustentabilidade, evitando que os materiais se tornem resíduos ao dar-lhe um uso ou valor. Os trabalhos expostos mostram que o material reciclado pode, mesmo, ser melhor que o material novo», sublinhou o governante.

O Remade em Portugal conta com peças de Álvaro Siza, Filipe Alarcão, Nuno Gama, Adalberto Dias, Alda Tomás, Luís Buchinho, Pedro Sottomayor, entre outros, feitas com resíduos de lamas de estações de tratamento de águas residuais, vidro, plástico, textêis e outros materias reciclados. A exposição segue posteriormente para o GuimarãesShopping, CoimbraShopping e AlgarveShopping.

Resioeste distribui 3250 compostores a famílias

As famílias da região oeste vão poder, a partir de agora, reciclar restos e outros resíduos biodegradáveis, como aparas de jardim. A Resioeste vai distribuir 3250 compostores domésticos, possibilitando a transformação desses resíduos em adubo orgânico, através do processo da compostagem.

A iniciativa, inserida no projecto «Compostar, outra forma de Reciclar», tem a missão de cumprir o objectivo de colocar em aterro até cerca de 40 por cento dos resíduos biodegradáveis urbanos produzidos na região.

É no âmbito desta acção que a Resioeste vai inaugurar amanhã o «Quintal do Raposinho», um centro pedagógico de compostagem que ficará instalado no centro de tratamento de resíduos do oeste. Neste espaço «grupos escolares e público em geral poderão aprender a contribuir para a protecção do ambiente com pequenos gestos do dia-a-dia», salienta a Resioeste em comunicado.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Ministério do Ambiente dá luz verde a plataforma logística em leito de cheia do Tejo

Ricardo Garcia

O Ministério do Ambiente aprovou a construção da Plataforma Logística de Lisboa Norte, um projecto PIN (de "potencial interesse nacional", segundo o Governo) que ficará sobre terrenos inundáveis às margens do Tejo, em Vila Franca de Xira. O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, assinou sexta-feira uma declaração de impacte ambiental favorável ao empreendimento do grupo espanhol Abertis, mas com uma série de condicionantes.

Entre elas está a revisão do projecto de regularização hidráulica e a realização de estudos para avaliar, afinal, quais são os riscos de inundação na zona do projecto. Agricultores temem que a plataforma agrave as cheias nas áreas adjacentes.

A plataforma logística vai ocupar inicialmente 100 hectares de terrenos, em Castanheira do Ribatejo, junto à Linha do Norte da CP e a curta distância do Tejo. Implica a construção de um extenso aterro, sobre o qual ficarão grandes armazéns, edifícios de apoio, áreas de estacionamento e zonas de comércio e de negócios. Hoje, a zona é essencialmente agrícola.

A declaração de impacte ambiental salienta que o projecto terá consequências negativas substanciais. A zona de implantação colide com a Reserva Ecológica Nacional e a Reserva Agrícola Nacional. Está em "leito de máxima cheia do rio Tejo" e confina com "espaços naturais de grande sensibilidade". Além disso, a construção implicará uma grande sobrecarga na rede viária da região.

O Grupo Abertis promete investir 370 milhões de euros e criar seis mil postos de trabalho directos e 14 mil indirectos. Ambientalistas têm sustentado que há alternativas menos gravosas de localização. Uma delas seria a zona do Sobralinho, que o próprio Governo apontou como local para uma plataforma do género, no seu Plano Portugal Logístico, de Maio de 2006. O projecto da Abertis não estava na lista de 11 plataformas previstas nesse plano.

Em termos de transportes, o Ministério do Ambiente espera ganhos ambientais apenas quando a plataforma estiver servida por camiões, comboios e barcos. Mas ainda não está definido nem o traçado ferroviário, nem a ligação a um futuro cais fluvial.

O promotor terá três anos para viabilizar a conexão entre os diferentes modos de transporte, exige o Ministério do Ambiente. E, entretanto, não poderá ocupar os terrenos com "acções desnecessárias e prejudiciais".

Para viabilizar o projecto, o Governo já suspendeu parcialmente dois planos de ordenamento: o PDM de Vila Franca de Xira, que classifica aquela zona como agrícola; e o Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa, que tem várias disposições contrárias ao empreendimento.

Gripe das aves - Confirmado primeiro contágio por via humana na China

Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde, Mao Qunan, este é o primeiro caso confirmado na China de transmissão do vírus por via humana. O responsável enfatizou, porém, que «não se trata de um vírus mutante com capacidade de transmissão humano a humano» e que o caso «não tem as características biológicas de uma transmissão entre seres humanos».

Não se conseguiu apurar como o filho, de 24 anos, contraíu um vírus, já que não teve contacto com aves mortas, destacou um comunicado do ministério, segundo o qual não se detectaram quaisquer novos casos na provícia afectada por esta morte nas semanas seguintes.

O governo chinês salienta ainda que o pai da vítima conseguiu recuperar da enfermidade.

A organização Mundial de Saúde alertou há anos que uma mutação do vírus H5N1 que consiga transmitir-se com facilidade entre humanos poderia desencadear uma pandemia capaz de causar milhões de mortes.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Estudo da “Science” diz que etanol pode ser mais nocivo ao Ambiente do que a gasolina

Lusa

A utilização de etanol produzido a partir de cana-de-açúcar, soja e de milho pode ser mais nociva ao Ambiente do que a gasolina, segundo um recente artigo de um investigador norte-americano na revista “Science”.

Segundo William Laurance, do Instituto de Pesquisas Tropicais Smithsonian, com sede no Panamá, o etanol produz um volume até 60 por cento menor de gases com efeito estufa do que a gasolina, mas há outros parâmetros a ponderar.

"Se considerarmos outros parâmetros ambientais, como o uso de fertilizantes, a grande quantidade de água e a desflorestação de áreas para o plantio, os efeitos ambientais do etanol são muito maiores", disse o investigador.

"As pessoas precisam ficar atentas aos impactos negativos do etanol, até porque os interesses da indústria da cana-de-açúcar não são necessariamente os mesmos interesses da sociedade", afirmou.

O artigo, publicado numa recente edição da revista científica “Science”, foi baseado num estudo divulgado no ano passado na Suíça.

Ao analisar 26 tipos de biocombustíveis produzidos actualmente, o estudo concluiu que 21 deles reduzem em mais de 30 por cento as emissões de gases com efeito estufa, na comparação com a gasolina.

Nos tipos analisados, doze foram considerados mais nocivos ao Ambiente do que os combustíveis fósseis, entre eles o etanol de milho dos Estados Unidos e o de cana-de-açúcar do Brasil.

A lista dos biocombustíveis mais nocivos ao Ambiente inclui ainda o biodiesel a partir de soja, produzido no Brasil, e o biodiesel a partir de palma, produzido na Malásia.

William Laurance salientou que a crescente produção de etanol de cana-de-açúcar e do biodiesel de soja tem ocupado grandes áreas agrícolas, o que reduz a produção de grãos e aumenta o preço dos alimentos.

"A produção de combustível, seja de soja ou de cana, também causa um aumento no custo dos alimentos, tanto de forma directa quanto indirecta", afirmou, referindo-se à subida do açúcar por causa da maior produção de etanol.

A procura de mais áreas para o plantio de cana-de-açúcar e de soja tem sido responsável pela desflorestação de matas nativas na Amazónia, Mata Atlântica (ao longo do litoral) e Cerrado (savana), na região Centro-Oeste do Brasil.

"A produção de cana-de-açúcar utiliza grande quantidade de água, isso sem falar na poluição dos rios e os fertilizantes que, após serem quebrados em óxido nitroso, também vão afectar a camada de ozono", afirmou.

William Laurance salientou ainda que os produtores queimam as plantações para facilitar a colheita manual da cana-de-açúcar, o que emite grande quantidade de gases com efeito estufa. "É importante até mesmo para o futuro do etanol o desenvolvimento de novas tecnologias que garantam uma produção mais eficiente e mais limpa", afirmou.

O investigador norte-americano defendeu a mudança de estratégias na produção de biocombustíveis, com a criação de uma certificação internacional para evitar que sejam mais danosos ao ambiente do que a gasolina.

De acordo com Laurance, uma das questões que precisa rapidamente ser revista é a política de concessão de 11 mil milhões de dólares (7,4 mil milhões de euros) anuais de subsídios agrícolas aos produtores de milho, nos Estados Unidos. Os subsídios estimulam a produção de etanol a partir do milho, como substituto da gasolina, eleva o preço do produto no mercado internacional, com graves consequências globais.

Governo britânico deverá autorizar amanhã o regresso do país ao nuclear

AFP, PUBLICO.PT

O Governo de Gordon Brown deverá autorizar amanhã o regresso do país ao nuclear, com a construção de dez novas centrais no Reino Unido, algo que já não acontece desde a década de 1970. Estas deverão produzir 20 por cento, ou mais, da electricidade do país.

O secretário de Estado para as Empresas, John Hutton, deverá anunciar no Parlamento a decisão final de Downing Street sobre este assunto, depois de quase quatro anos de debate interno.

Segundo o "The Guardian", as novas centrais deverão ser construídas nos locais onde se situam as já existentes.

No entanto, o Governo já se pronunciou a favor desta forma de energia em 2006, quando Tony Blair ocupava o poder. Mas nessa altura, a Justiça não validou o debate público, o que obrigou a reabrir o processo de consulta pública.

Actualmente, 18 por cento da electricidade consumida no Reino Unido é produzida por dez centrais nucleares dos anos 1960 e 1970. Na França, essa percentagem é de 78 por cento.

Hoje, o Governo é confrontado com um parque de centrais envelhecidas, um aumento dos consumos e o elevado preço do petróleo e gás natural. Também pesam na balança as emissões de gases com efeito de estufa que estes combustíveis fósseis acarretam.

E se Downing Street se comprometeu com as energias renováveis, como a solar e a eólica – com múltiplos projectos por todo o país -, estas ainda são demasiado caras e tecnologicamente pouco avançadas para constituírem a principal fonte de energia.

Gordon Brown já preparou o terreno ao declarar, por várias vezes nos últimos meses, que “novas centrais nucleares terão um papel no combate às alterações climáticas e na melhoria do abastecimento energético”.

Depois da provável autorização do Governo, caberá aos produtores de electricidade pedir licenças para construir e explorar as novas centrais. O francês EDF, presente no Reino Unido através da EDF Energy, já propôs construir quatro centrais até 2025.

O grupo alemão EON também já manifestou interesse.

Empresas especializadas no nuclear e em infra-estruturas energéticas – como os franceses Areva e Alstom ou o americano Westinghouse (do japonês Toshiba) – também já ofereceram os seus serviços para a construção da nova geração de centrais.

Os industriais deverão assumir todos os custos com o desmantelamento das novas centrais e uma “parte razoável” do preço da gestão dos resíduos radioactivos que gerarem, avisou Downing Street.

A organização ecologista internacional Greenpeace já criticou este provável regresso ao nuclear e ameaçou pedir a anulação da nova consulta pública na Justiça, considerando que não passou de uma farsa, na medida em que o Governo já estava decidido.

Steve Webb, o porta-voz para o Ambiente dos democratas liberais, condenou a decisão. "Deviamos estar a concentrar os nossos esforços nas renováveis e na maior poupança de energia", disse, citado pelo "The Guardian". "Os ministros deviam também promover e apoiar o sequestro e armazenamento de carbono".

Dezenas de flamingos voltam a pousar na baía do Seixal

Lusa

Nos últimos dias, a baía do Seixal, no estuário do Tejo, tem registado o maior número de flamingos dos últimos sete anos, um fenómeno justificado pela melhoria ambiental do ecossistema.

O aparecimento de flamingos na Baía do Seixal não é um fenómeno inédito, mas há cerca de sete anos que não se assistia ao aparecimento destas aves migratórias em tão grande número nesta zona.

Os flamingos pousaram pela primeira vez nesta baía em 1998, o que poderá justificar-se pela concretização da nova Etar (Estação de tratamento de águas residuais) de Fernão Ferro e da estação elevatória do Porto da Raposa, na Arrentela, o que provocou uma melhoria ambiental e do ecossistema propícias ao aparecimento deste tipo de aves.

Estas aves procuram ainda as zonas húmidas da Ponte da Fraternidade e os sapais de Corroios, Azinheira e Talaminho.

"Com o abrandamento das indústrias poluentes e construção de estações de tratamento de águas residuais assistimos a uma melhoria sensível da qualidade da água e consequentemente do alimento, a principal razão pela qual os flamingos procuram estes poisos", adiantou Manuel Lima, professor de ciências naturais e estudioso da fauna e flora no Concelho do Seixal.

Estima-se que existam no estuário do Tejo “entre seis a oito mil flamingos”.

Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro ou até a zona do Parque das Nações e Póvoa de Santa Iria têm sido os locais privilegiados de chegada destas aves, sempre na altura do Outono ou Inverno.

"Na Primavera, procurarão outros poisos, porque os flamingos não nidificam aqui, põem os seus ovos preferencialmente em Málaga, Sul de França e Norte de África", explicou.

O desaparecimento temporário dos flamingos na Baía do Seixal poderá justificar-se, segundo Manuel Lima, pelo facto de, em 2001, algumas crianças terem perseguido e apedrejado os animais, "tentando vê-los voar, o que poderá ter afastado e ameaçado as aves".

domingo, 6 de janeiro de 2008

FDA deve autorizar consumo de alimentos provenientes de animais clonados

FDA aceitou que leite e carne de animais clonados não são diferentes
FDA aceitou que leite e carne de animais clonados não são diferentes
A Agência Norte-Americana para os Medicamentos e Alimentos (FDA, sigla inglesa) deverá autorizar o consumo de leite e de carne provenientes de animais clonados a partir da próxima semana, segundo a edição de ontem do Wall Street Journal. De acordo com este jornal, esta decisão surge após seis anos de deliberações várias sobre o assunto.

Contactado pela France Presse, Kimberly Rawlings, uma porta-voz da FDA, afirmou que a agência federal esta ainda a “avaliar os riscos” e não fixou nenhuma data para a autorização.


A FDA decretou em 2006 que o leite e a carne proveniente de vacas, porcos e cabras clonados não eram diferentes dos produtos provenientes do gado nascido e criado de forma tradicional mas pediu aos produtores que não comercializassem os produtos antes da publicação de regras de segurança alimentar.

Segundo o Wall Street Journal, caso a FDA autorize de facto os produtos alimentares provenientes de gado clonado, serão necessários entre três a cinco anos para que os consumidores os vejam nas prateleiras das lojas alimentares.

Uma vez que o custo de clonagem se encontra entre os 15 mil e os 20 mil dólares por animal, a maioria será utilizada para reprodução.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Descoberto factor de protecção para a hemocromatose hereditária

Equipa do IBMC liderada por Maria de Sousa publicou ontem resultados da investigação

Um grupo de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) encontrou um novo interveniente nos mecanismos da hemocromatose hereditária. A doença que em Portugal pode afectar duas a três pessoas em cada mil tem maior incidência no norte do país. Quando não diagnosticada e tratada a doença pode levar a cirrose hepática, diabetes, impotência, problemas cardíacos e cancro do fígado. Esta descoberta foi publicada ontem no Free Radical Biology and Medicine.

A equipa de investigação do IBMC, liderada por Maria de Sousa, demonstrou que os doentes com maior quantidade de uma proteína nas células, a calreticulina, apresentam sintomas mais ligeiros da doença. Segundo Jorge Pinto, primeiro autor do artigo, esta proteína tem um papel protector contra o “stress” causado pela acumulação de ferro e de proteínas com conformação incorrecta em células do fígado, típicos da hemoromatose.

A hemocromatose hereditária é uma doença do metabolismo do ferro caracterizada pela deposição excessiva deste elemento nos tecidos, especialmente no fígado. O grupo de investigação do IBMC tem vindo a relacionar esta doença com a acumulação de uma proteína defeituosa no interior das células, a HFE. Na realidade, em 80% dos casos de hemocromatose existe uma mutação num gene específico que leva à produção e acumulação da HFE com estrutura incorrecta. No entanto, apenas uma fracção dos indivíduos com a mutação apresenta os sintomas da hemocromatose. Por este motivo, os investigadores deste grupo têm procurado identificar outros factores que poderão condicionar a manifestação da doença em portadores desta mutação.

Evitar proteínas defeituosas

O nosso organismo tem formas de evitar acumulação de proteínas defeituosas através de um mecanismo complexo que inclui a calreticulina. A abundância desta proteína está associada à capacidade das células corrigirem esses problemas, razão que a tornou num dos alvos de investigação deste grupo.

O estudo, agora publicado, teve duas abordagens distintas, uma in vitro, com a utilização de células com origem no fígado, e outra in vivo, onde foram estudadas células do sangue de doentes com hemocromatose. Ambas provaram que a calreticulina tem um papel protector no contexto da hemocromatose.

Os investigadores avançam agora para a compreensão dos mecanismos por detrás deste fenómeno protector. Segundo a equipa, o aumento de calreticulina em alguns doentes com hemocromatose pode ter duas razões, não exclusivas: em primeiro lugar, a calreticulina aumenta em resposta aos radicais livres, altamente reactivos e prejudiciais, originados pela acumulação de ferro nas células do fígado ou, em segundo lugar, a produção desta proteína protectora integra o mecanismo global de resposta das células à presença da proteína de conformação incorrecta, causadora da doença.

Jorge Pinto conclui que “os níveis de calreticulina em cada indivíduo, os quais são controlados por uma grande variedade de factores, parecem ser importantes para que uma pessoa com a mutação no gene HFE venha a desenvolver sintomas mais ou menos severos de hemocromatose”.

Energia eólica bate recorde de produção de electricidade em Dezembro

PUBLICO.PT

Nos dias 19 e 20 de Dezembro, os parques eólicos contribuíram com mais de 20 por cento para satisfazer as necessidades de consumo nacional, batendo recordes de produção, revelou hoje a APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis.

Nos dias 19 e 20 de Dezembro, os parques eólicos contribuíram com 20,6 e 20,9 por cento, respectivamente.

A 18 de Dezembro, dia em que se registou o máximo nacional de consumo eléctrico de 183,7 Gw, a contribuição eólica foi de 13,3 por cento.

Segundo diz a APREN em comunicado, “em termos médios, durante todo o ano de 2007, em cada hora de electricidade consumida em Portugal, cinco minutos tiveram origem em parques eólicos”.

Estes números revelam que “a energia eólica nacional está a contribuir de forma significativa para a nossa independência energética na vertente eléctrica, sem causar danos para o ambiente”, escreve a associação.

Biólogo português vai estudar crocodilos do deserto Sahara

Lusa

O biólogo português José Carlos Brito, da Universidade do Porto, está a preparar um projecto de investigação sobre os crocodilos que vivem em pequenas lagoas no deserto do Sahara, financiado com 20 mil euros pela National Geographic Society.

"Pode parecer um bocado estranho, mas há mesmo crocodilos no meio do deserto, são populações que sobreviveram à desertificação", afirmou hoje o investigador, recordando que "o Sahara não era um deserto há quatro ou cinco mil anos". Estes animais vivem actualmente em pequenas lagoas, algumas apenas com cem metros quadrados, nas montanhas do Tagant, na Mauritânia, onde José Carlos Brito chegará em Setembro para iniciar os trabalhos de campo.

Um dos principais objectivos desta investigação está relacionado com o processo de evolução destes animais ao longo dos últimos milhares de anos em que viveram em pequenos micro-habitats isolados.

"Vamos recolher amostras do máximo número possível de crocodilos para tentar perceber a evolução que houve (relativamente aos animais que ali ficaram isolados há quatro ou cinco mil anos)", salientou.

A bolsa de investigação, que a National Geographic atribuiu ao biólogo português, envolve um trabalho sobre a população de peixes, anfíbios e répteis existentes na Mauritânia, destacando-se a questão dos crocodilos como um objectivo específico.

"A ideia é fazer uma espécie de atlas da distribuição dos peixes, anfíbios e répteis em todo o território da Mauritânia", frisou o investigador, que acabou de chegar daquele país africano, naquela que foi a primeira viagem ao terreno para começar a preparar o trabalho que tem pela frente.

José Carlos Brito, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, prevê regressar à Mauritânia em Setembro de 2008 e na Primavera de 2009, em ambos os casos para permanências de dois meses e meio.

Este investigador é o primeiro português a receber duas bolsas de investigação da National Geographic, depois desta instituição lhe ter financiado, em 2004, um projecto sobre as lagartixas-de-dedos-denteados (Acanthodactylus erythrurus).

Na sequência desse trabalho, que o levou a percorrer vários países da África Ocidental, José Carlos Brito publicou dois artigos científicos, que se juntaram aos mais de 30 trabalhos que já publicou em várias revistas científicas mundiais.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Lulas polares: o próximo recurso a ser explorado na Antárctida?

Novo estudo de cientista polar português mostra que as lulas na Antárctida têm potencial pesqueiro e que usando alguns dos seus predadores naturais, se pode gerir e proteger este recurso eficientemente.

Centro de Ciências do Mar do Algarve - CCMAR


O estudo, publicado na edição de Dezembro do jornal Marine & Freshwater Research, revela que as lulas têm um papel importante nas cadeias alimentares do Oceano Antárctico e servem de alimento a uma grande variedade de animais, incluindo pinguins, focas e albatrozes. As lulas são vistas como o próximo recurso marinho a ser explorado comercialmente na Antárctida, onde as estimativas da sua abundância apontam para que haja muitos milhões de toneladas.

Os resultados obtidos por José Xavier - Investigador do Centro de Ciências do Mar do Algarve -, pelo Doutor Andy Wood, pelo Professor Paul Rodhouse e pelo Professor John Croxall - da British Antarctic Survey -, demonstram que as espécies de albatrozes que vivem na Antárctida podem servir de excelentes indicadores acerca da abundância de lulas, e, consequentemente, ajudar a proteger este recurso de uma possível sobre-exploração pesqueira no futuro. Modelos estatísticos de consumo de lulas por albatrozes foram usados para demonstrar grandes variações entre anos, evidenciando abundâncias muito diferentes. A partir destes modelos importantes medidas de gestão deste recurso foram sugeridas.

O autor principal deste estudo, José Xavier, salienta a importância desta descoberta “trata-se de um estudo muito importante pois evidencia que existem recursos marinhos ainda por explorar que podem de ser geridos e protegidos desde já, antes de se iniciar a sua pesca, usando para isso os seus predadores naturais.” Além disso, o investigador acrescenta que “os modelos utilizados neste artigo serão muito úteis para futuros estudos na Antárctida, incluindo em estimativas do consumo de crustáceos e peixe”.


Dados biográficos
José Xavier é doutorado pela Universidade de Cambridge, Inglaterra. Biólogo marinho com numerosas publicações nas áreas de Ecologia, Conservação e Gestão de recursos marinhos no Oceano Antárctico e no Oceano Atlântico. O seus estudos mais recentes focam a ecologia de cefalópodes em relação aos seus predadores e pescas no Oceano Antárctico e em águas europeias.
É um dos investigadores portugueses que desenvolve trabalho científico na Antárctida e pertence ao Comité para o Ano Polar Internacional, um programa científico e educacional sobre as regiões polares que se iniciou a 1 de Março de 2007 até Março 2009. O último Ano Polar Internacional foi há 50 anos e Portugal participa pela primeira vez na sua história. Os dados agora publicados serão usados para comparação com outros importantes estudos que irão decorrer no Ano Polar Internacional.

Artigo: “Interannual variation in cephalopod consumption by albatrosses at South Georgia: implications for future commercial exploitation of cephalopods”
Marine and Freshwater Research 2007, 58(12) 1136–1143

Acessível em: http://www.publish.csiro.au/nid/126/paper/MF06237.htm


Para mais informações:
Doutor José Xavier
E-mail: jxavier@ualg.pt
Tlm: 936728419

Pequim atinge objectivo de “céu azul” para os Jogos Olímpicos 2008

Lusa

As autoridades de Pequim puderam respirar de alívio quando a cidade anfitriã dos próximos Jogos Olímpicos atingiu o objectivo de qualidade do ar, dois dias antes do final de 2007, informou hoje a agência noticiosa estatal.

Segundo a agência Nova China, Pequim registou um total de 245 dias com céu azul na cidade, atingindo o objectivo de melhoria de qualidade do ar a apenas dois dias do final de 2007.

Uma corrente fria expulsou o nevoeiro que ameaçou Pequim até sexta-feira e devolveu à cidade um céu azul esperado há muito e necessário para a cidade atingir dois terços do ano com melhor qualidade do ar.

"Antecipámos o último 'céu azul' do ano há mais de 10 dias, mas um nevoeiro persistente e as tempestades de areia impediram esse objectivo na semana passada", referiu Du Shaozhong, o director delegado do gabinete municipal de protecção ambiental.

Du admitiu que estava preocupado com a possibilidade de o objectivo não ser atingido. A falha representaria mais um revés na diminuição da poluição na cidade, que tem sido uma das maiores dificuldades de Pequim na preparação para os Jogos Olímpicos.

A capital chinesa lançou a campanha "Defendendo o Céu Azul" em 1998, quando a cidade só conseguia atingir 100 dias de boa qualidade do ar.

Em 2008, a cidade que vai receber a XXIX edição dos Jogos Olímpicos pretende que em 70 por cento dos dias do ano os chineses possam vir a respirar um ar mais saudável. "Isto significa que deverão haver mais onze dias de 'céu azul' no próximo ano", acrescentou Du.

Pequim multou 7467 locais com trabalhos de construção pela falta de controlo do pó, num total de dez milhões de renminbi (cerca de 930 mil euros), segundo as autoridades ambientais.

O município emitiu também mais de quatro mil multas pela realização de churrascos ilegais ao ar livre e pela incineração de lixo em instalações não autorizadas.

A poluição é um dos objectivos que Pequim pode falhar até Agosto, data de início dos JO, apesar de alguns esforços para reduzir a poluição atmosférica na cidade e assegurar um evento desportivo mais "verde".

Por exemplo, o município reduziu as taxas dos transportes públicos para dissuadir os residentes da cidade de utilizarem os seus veículos privados e já substituiu 18 mil caldeiras de carvão e instalou 20 mil aquecedores eléctricos em habitações.

A cidade também anunciou anteriormente à imprensa que vai substituir mais de sete mil autocarros poluentes por outros mais amigos do ambiente, e que vai proibir os espectadores dos Jogos de se deslocarem aos estádios em automóveis privados.

Apesar das medidas para tornar Pequim "mais respirável", o Comité Olímpico Internacional (COI) já reiterou várias vezes desde o início da contagem decrescente para os Jogos, em Agosto deste ano, que a poluição atmosférica continua a ser uma das maiores dificuldades que a capital chinesa enfrenta, e que pode ameaçar o sucesso do evento.

O COI admitiu que a poluição pode fazer adiar competições mais longas, como a maratona, por "um ou dois dias", se a qualidade do ar não for a melhor.

Pequim é uma das cidades mais poluídas do mundo, a China é um dos principais poluentes do globo e um país com graves problemas de poluição atmosférica, da água e dos solos.

A maioria dos grandes rios do país estão poluídos e mais de um terço da China sofre chuvas ácidas, de acordo com relatórios oficiais que estimam que a maioria dos moradores urbanos respiram ar poluído e que mais de 300 milhões de moradores das áreas rurais não tem acesso à água potável.

Modelo Continente aumenta reciclagem

Segundo o Relatório de Sustentabilidade de 2006 da Modelo Continente encontra-se no primeiro quartil do ranking elaborado no âmbito do projecto Responsabilidade Climática em Portugal - Índice Alterações Climáticas e Gestão de Empresas da iniciativa da Euronatura relativo ao ano de 2005, onde foram avaliadas 30 das principais empresas nacionais, incluindo empresas integradas no Comércio Europeu de Licenças de Emissão.

A empresa recolheu e enviou para reciclagem 4,64 milhões de pilhas, o que equivale a 73 por cento das pilhas vendidas e 27 por cento do total das pilhas recolhidas pela Ecopilhas, em todo o País. Foram ainda enviados para a reutilização e reciclagem 198 toneladas de cabides.

Foram recolhidas 5,2 toneladas de lâmpadas usadas nas lojas e entrepostos, e enviadas para reciclagem 5,8 toneladas de consumíveis informáticos. Em 2006, a Modelo Continente enviou para reciclagem mais de 1,5 vezes o peso das embalagens colocadas no mercado sob a sua responsabilidade (marcas próprias e importações).

O consumo de água potável nas lojas de maiores consumos – Continente e Modelo - foi de 593 mil metros cúbicos, no ano em análise, o que representa um crescimento de cerca de 3,5 por cento face a 2005, devido à abertura de novas lojas. No entanto, significou uma redução de 4,2 por cento no indicador de consumos metro cúbico/metro quadrado.

Governo disponibiliza 500 mil euros para apoios florestais

O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Rui Nobre Gonçalves, homologou 21 candidaturas no âmbito do programa de apoios do Fundo Florestal Permanente, num montante que ultrapassa os 507 mil euros.

Dos 20 projectos apresentados foram aprovados 18, enquanto que ao nível das candidaturas consideraram-se ainda três para projectos de funcionamento das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF).

O objectivo é «ordenar e gerir de forma activa a floresta», justifica o Ministério da Agricultura, em comunicado. A Viver Serra, responsável pela gestão da ZIF do Arade, recebeu 166,3 mil euros, o montante de apoio mais elevado. À ZIF de Alfátima, gerida pela Urze – Associação Florestal da Encosta da Serra da Estrela, foi disponibilizada a quantia de 51,6 mil euros. Já a Caule – Associação Florestal da Beira Serra, que gere as ZIF de Mondalva e Santa Comba Dão, acumulou um montante de apoio na ordem dos 68 mil euros.

Hidroprojecto regista facturação superior a sete milhões de euros

No seu balanço de fim de ano, a Hidroprojecto adianta que a facturação expectável para 2008 ultrapassa o valor esperado para o exercício de 2007, ambas superiores a sete milhões de euros, o que, segundo a empresa, «permite encarar o futuro imediato com alguma expectativa positiva», refere a empresa.

O valor das novas encomendas vai ficar muito próximo dos oito milhões de euros orçamentados, mas quase dois terços foram adquiridos apenas no segundo semestre do ano. Consequentemente, «a facturação e as cobranças sofreram um desfasamento temporal em relação ao previsto, que levará a que parte significativa dos respectivos valores venha a concretizar-se apenas no exercício subsequente», acrescenta.

Para a empresa, o sector ainda não saiu da conjuntura recessiva, para a qual têm contribuído, segundo a mesma, o grande atraso no lançamento dos estudos no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional, a ser financiado por fundos da UE, no período 2007-2013), o não lançamento dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica que, segundo a Directiva Quadro da Água, deverão estar terminados até ao final de 2009, e as dificuldades ocorridas na entrada em novos mercados internacionais.

Previsões para 2008: queixas na água e tribunal nos resíduos

As consequências da queixa da Associação das Empresas Portuguesas do Sector do Ambiente (AEPSA) contra o Estado português e a estratégia para a energia das ondas são dois dos temas mais aguardados em 2008. Sem os holofotes da presidência da União Europeia, Portugal procura manter-se na rota de um bom ambiente.

Em 2008 os recursos hídricos e a concretização do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR II) deverão permanecer na ordem do dia. A animar o sector está já a queixa apresentada pela AEPSA junto da Comissão Europeia. A suspensão dos fundos comunitários volta a pairar sobre Portugal. Com o mercado nacional da água a marcar passo, os destinos além-fronteiras deverão continuar a ser interessantes para os empresários portugueses, num ano em que se prevê que sejam conhecidos os contornos da venda da Aquapor.

No seio do grupo Águas de Portugal deverá continuar a haver novidades ao nível da agregação dos sistemas. De forma a optimizar a gestão operacional, está já prevista a fusão das empresas Águas do Ave, Águas do Cávado e Águas do Minho e Lima, bem como da Águas do Mondego com a Simlis, além do alargamento da Águas do Douro e Paiva, Simria, Águas do Centro Alentejo e Águas do Norte Alentejano.

O mercado do ambiente está igualmente expectante relativamente à transposição da Directiva sobre Responsabilidade Ambiental para a ordem jurídica nacional, cujo prazo terminou em Abril de 2006. O documento comunitário vem impor a constituição de reservas financeiras ou seguros de elevados montantes para a preservação dos danos ambientais das actividades industriais. As empresas poderão ter de provar a ausência de culpa ou negligência na barra dos tribunais, a menos que assumam financeiramente todos os custos de eventuais acidentes.

Aguarda-se também pelos últimos episódios da novela co-incineração, que este ano andou a correr pelos tribunais. Com a apresentação do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico também se esperam movimentações empresariais ao nível da grande hídrica.

À semelhança de 2007, as alterações climáticas prometem continuar a marcar a agenda do Executivo. O encontro de Bali, na Indonésia, realizado em Dezembro, foi o pontapé de saída para preparar as bases do acordo que se seguirá ao Protocolo de Quioto. Conhecido é já o tecto do Plano Nacional de Alocação de Licenças de Emissões para 2008 a 2012, que impõe uma atribuição anual de 34,8 milhões de toneladas de licenças de emissão de dióxido de carbono, menos 3,1 por cento do que Portugal propusera. Falta saber quem é que vai pagar este corte.