Lic de Biologia no ISA

A licenciatura tem um perfil técnico-científico de banda larga, com três anos iniciais seguidos de posterior de formação com carácter aplicado. O ISA é uma das escolas com maior experiência no domínio da Biologia Aplicada e os licenciados terão uma sólida formação científica e oportunidades de emprego generalista em todos os domínios da Biologia, nomeadamente nas áreas do ambiente e ecologia aplicada, genética e biologia molecular, conservação da natureza e utilização e conservação dos recursos biológicos, podendo desempenhar funções na investigação científica, em laboratórios especializados, bem como em tarefas de consultadoria.

sábado, 18 de abril de 2009

Núcleo de planta rara destruído em Castro Marim

Obras em plena Reserva Natural do Sapal de Castro Marim destruiram um núcleo de uma rara planta endémica. A Picris willkommii, que apenas ocorre nessa região, tem estatuto de protecção legislado.

Almargem


Um dos poucos núcleos conhecidos de uma raríssima planta endémica – a Picris willkommii - acaba de ser destruído devido às obras em curso do Sistema Interceptor de Castro Marim para transporte de esgotos para a nova ETAR de Vila Real de Sto. António, obra da responsabilidade da empresa Águas do Algarve.


A Picris willkommii é uma espécie estritamente protegida, nomeadamente pela legislação comunitária e nacional, estando incluída no Anexo IV da Directiva Habitats (transposta pelo DL nº 49/2005 de 24/2). Ocorre, em Portugal, exclusivamente em cerros calcários da zona de Castro Marim, no interior da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim.


A maior parte dos restantes núcleos conhecidos desta planta, situa-se junto à EN 122, tal como o que acaba de ser destruído, pelo que se teme pela respectiva sobrevivência.


A Almargem questiona-se sobre como é possível uma obra, que já há vários meses está no terreno, possa ter avançado para uma zona tão sensível como esta, para mais situada no interior de uma Reserva Natural, sem que os serviços do ICNB e das Águas do Algarve tenham atempadamente alertado o empreiteiro da obra acerca da presença das populações desta planta, de forma a impedir a perpetração de mais este atentado ao património natural do Algarve.

SPEA sensibiliza público para a situação do Picanço-barreteiro

O Picanço-barreteiro é a Ave do Ano 2009. A SPEA promove durante este ano uma acção de sensibilização para a situação de uma espécie representante das aves rurais em declínio nas últimas décadas.



Este ano o Picanço-barreteiro é a Ave do Ano 2009 e o digno representante das aves rurais. Esta pequena ave é uma espécie com estatuto de “Quase Ameaçado” em Portugal e que, tal como outras espécies comuns de zonas agrícolas e agro-florestais, encontra-se em declínio por toda a Europa. De facto, as aves das zonas agrícolas em geral têm diminuído drasticamente, tendo decrescido cerca de 50%, desde 1980. A intensificação agrícola e florestal, o aumento do uso de pesticidas, a diminuição dos prados e sebes, a florestação com espécies exóticas e as alterações climáticas têm contribuído para esta situação.

O Picanço-barreteiro é a “espécie-bandeira” para sensibilizar o público em geral para a problemática da conciliação da agricultura e conservação da natureza, bem como para as alterações climáticas.

Inserido na campanha, pretende-se desenvolver um folheto informativo; produzir merchandising; desenvolver acções de censos de aves; desenvolver o Dia do Picanço-barreteiro, dedicado a actividades ambientais e saudáveis. É nesse sentido que a SPEA procura encontrar patrocinios que a ajudem a atingir os objectivos.

Para saber mais acerca do Picanço-barreteiro vá a www.spea.pt e se desejar saber mais acerca de como ajudar envio um e-mail para avedoano2009@spea.pt.

Gestão de sebes e de orlas de herbáceas para a fauna

Nos meios agrícolas e agro-florestais, a gestão de sebes e de orlas de hérbaceas, conjuntamente com a implementação de culturas para a fauna, constitui umas das principais medidas de ordenamento favoráveis ao incremento da diversidade biológica.

Susana Dias


A instalação de culturas especificamente destinadas à fauna, que têm sido extensivamente apresentadas no portal Naturlink, é apenas umas das abordagens possíveis para melhorar o habitat em áreas protegidas ou zonas de caça. Apresentam-se seguidamente algumas opções de gestão cuja execução não interfere grandemente na produção agrícola mas que são igualmente benéficas para os animais. Isto porque visam melhorar a qualidade dos habitat, maximizando as estruturas marginais como sebes, orlas, e cabeceiras de campos cultivados.



Sebes

As fiadas de árvores ou arbustos em limites de propriedades ou quebra-ventos, constituem habitat de nidificação, alimentação e abrigo para inúmeras espécies com interesse de conservação e espécies cinegéticas. No entanto, estas estruturas também podem ter um efeito negativo em algumas espécies características de áreas abertas, como os abibes, lavercas, codornizes e abetardas. Assim, enquanto que para umas espécies as sebes podem actuar como corredores mitigando o isolamento populacional em paisagens fragmentadas, para outras podem actuar como barreiras, dividindo potencialmente populações contínuas à escala regional. É claro que este efeito de barreira só existirá se a altura das plantas a isso se prestar. Havendo na região aves estepárias que se pretenda não perturbar, poder-se-á optar por fazer estas sebes com vegetação arbustiva de pequeno porte.



A gestão das sebes pode ser efectuada a nível dos elementos arbustivos e arbóreos, a nível da vegetação basal onde a sebe se ergueu, e na faixa de terreno imediatamente adjacente. A gestão destas componentes afecta a sua utilização pela fauna bravia. As sebes que não são geridas durante muito tempo crescem em altura tendendo a tornar-se ralas e esparsas, com clareiras, sendo consideradas com menos interesse para a biodiversidade. No entanto, estas clareiras podem servir de abrigo ou cama para lebres, ou mesmo de paragem preferencial para pequenos mamíferos. Porém, algumas plantas que rebentem bem de toiça, poderão permanecer muitos anos no terreno e terem tendência a voltar a revestir-se por baixo sempre que sejam podadas. Pode ser a caso de zambujeiros, pilriteiros e catapereiros, entre outras. Alguns ciprestes com tendência para produzir uma forte rebentação lateral junto à base proporcionam um excelente coberto para perdizes e comportam-se muito bem mesmo quando podados na parte apical.


Orlas de herbáceas

As orlas de terrenos com vegetação herbácea são um dos habitats não agricultados mais comuns, tendo vindo o seu valor potencial para a vida selvagem a ser cada vez mais reconhecido. Para além do seu significado para a biodiversidade, as faixas de herbáceas têm funções importantes na sua interacção com os sistemas agrícolas, funcionando como reservatórios de insectos polinizadores e de aranhas e insectos controladores de pragas. Estes, por sua vez, podem ser alimento de numerosas aves.

O valor das orlas de herbáceas depende fortemente do tipo e extensão da gestão. A aplicação de fertilizantes e pesticidas nas culturas têm efeitos adversos na orla. Por outro lado, semear mesmo até ao limite da parcela reduz a espessura da faixa marginal, tornando-a mais vulnerável à contaminação por agroquímicos a partir dos terrenos vizinhos.



A gestão destas áreas pode ser orientada para proporcionar locais de nidicação às aves e de invernada de insectos benéficos o que, por sua vez, permite aumentar a disponibilidade alimentar em insectos no Verão. Para isso, as faixas de herbáceas devem ser geridas de modo a existir sempre uma camada de manta morta dos anos anteriores, que possa ser usada na construção de ninhos. Os herbicidas não selectivos devem ser evitados nestas áreas, bem como as escorrências químicas das culturas agrícolas adjacentes. O gado não deve entrar nestas orlas.

terça-feira, 10 de março de 2009

Segunda maior central solar em Portugal arranca hoje NACIONAL

(OJE/Lusa)
A segunda maior central solar fotovoltaica em Portugal começa hoje a produzir parcialmente em Ferreira do Alentejo (Beja), devendo começar a funcionar em pleno até final deste ano, após um investimento de quase 50 milhões de euros.
A central, com uma capacidade total instalada de 12 megawatts (MW), foi ligada segunda-feira à rede eléctrica nacional e começa a produzir hoje de forma parcial, com os primeiros sete MW já instalados, disse à agência Lusa Hélder Serranho, administrador do grupo português Generg, promotor do projecto.
Segue-se a instalação dos restantes cinco MW 'até final deste ano', altura em que a central deverá começar a funcionar em pleno, para produzir 21,3 gigawatts/hora de energia 'limpa' por ano, 'ligeiramente mais que o consumo anual de electricidade do concelho de Ferreira do Alentejo'.
Em termos de 'benefícios ambientais', a central, o primeiro projecto fotovoltaico do grupo Generg e que está a ser instalada num terreno de quase 60 hectares na Herdade da Chaminé, vai evitar anualmente a importação de sete mil toneladas de fuel (cerca de 48 mil barris de petróleo não refinado) e permitir poupar 12 mil toneladas de emissões de CO2, salienta Hélder Serranho.
Quanto a impactos socioeconómicos, frisa, o projecto da central, orçado em quase 50 milhões de euros, 'um dos maiores investimentos em energias renováveis no Alentejo', vai criar 'seis empregos, três dos quais permanentes', além dos postos de trabalho temporários nas fases de instalação.
Hélder Serranho salienta também os benefícios sociais do projecto, frisando que o grupo Generg celebrou um contrato de direito de superfície com a Santa Casa da Misericórdia de Ferreira do Alentejo (SCMFA), a administradora da Herdade da Chaminé. Através do contrato, o grupo, durante os 25 anos que a central irá funcionar ocupando cerca de 60 hectares da herdade, irá pagar uma renda anual à SCMFA que permitirá 'melhorar o apoio social à população do concelho, sobretudo aos mais carenciados'.
Quando estiver totalmente instalada e a funcionar em pleno, a central solar do grupo Generg, a segunda de três no concelho de Ferreira do Alentejo, será a segunda maior em Portugal, depois da maior do mundo (com 46,41 MW e a produzir em pleno desde Dezembro de 2008 perto da vila de Amareleja, no concelho de Moura).
Além da central do grupo Generg, em Ferreira do Alentejo já funciona em pleno, desde Dezembro de 2008, uma da empresa Net Plan, com 1,8 MW distribuídos por cinco pequenas centrais, e está em instalação uma outra da Sociedade Ventos da Serra, com 10 MW e que deverá começar a produzir parcialmente em Junho.
No distrito de Beja, que tem a maior potência fotovoltaica licenciada em Portugal, além das três centrais de Ferreira do Alentejo e da maior do mundo na Amareleja, existem outras quatro centrais, duas em Mértola, uma em Brinches (Serpa) e outra em Almodôvar.

quarta-feira, 4 de março de 2009

EXPO FCT 2009

A Ciência e Tecnologia ao Vivo em mais uma edição da EXPO FCT, promovida pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. O evento decorrerá no próximo dia 17 de Abril de 2009, no Campus de Caparica.


Uma vez mais a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL) no Campus de Caparica irá organizar o evento EXPO FCT, uma mostra de Ciência, Tecnologia e Inovação. A iniciativa terá lugar no dia 17 de Abril de 2009, e envolverá todos os sectores da Faculdade, nas várias vertentes científicas, tecnológicas e pedagógicas. Nesta exposição dar-se-ão a conhecer novos exemplos de inovação tecnológica e de investigação científica desenvolvidos na Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL e nos Centros de Investigação Científica aí alojados.

Na sua já terceira edição e à semelhança da EXPO FCT que em 2008 contou com a presença de mais de 5000 visitantes, o Campus terá as suas portas abertas ao longo do dia 17 de Abril de 2009, onde serão apresentadas várias experiências e demonstrações científicas, tecnológicas e de índole pedagógico; serão feitas visitas guiadas aos Departamentos e a Laboratórios de ensino; prevê-se uma exposição por parte de empresas com algumas das últimas novidades tecnológicas tais como a tecnologia dos veículos híbridos e a microgeração eólica e fotovoltaica; será apresentada a vida académica na sua vertente mais lúdica com a actuação das Tunas e de grupos de Dança e de Teatro, permitindo assim uma melhor visão da vida académica que se desenvolve numa Faculdade e de como uma instituição de Ensino Superior se encontra integrada na sociedade.

Trata-se de uma iniciativa que tem como principal objectivo aproximar a realidade Universitária, na sua vertente de Ensino, Investigação, Inovação e Tecnologia, com a população, em particular com os alunos do 9.o ao 12.o anos do Ensino Secundário, tendo uma especial atenção com os familiares destes alunos e com os residentes vizinhos ao Campus.

Mais informação pode ser obtida no site do evento www.fct.unl.pt/expofct.

Contacto: Carla Mota - Tel. 21 294 8587

e-mail: jcs@dq.fct.unl.pt ou sec-ciidi@fct.unl.pt

Foi morto um macho de Águia-imperial nidificante em Portugal

Foi abatido a tiro um macho de Águia-imperial nidificante. O ICNB vai apresentar queixa-crime pelo atentado ao representante de uma das espécies mais raras do Mundo.

Foi encontrado morto um macho de Águia-imperial (Aquila adalberti) numa zona de caça associativa na área do Vale do Guadiana. Este macho terá sido abatido com tiros de caçadeira entre os dias 21 e 23 de Fevereiro.

Este macho era representante de uma espécie com estatuto de conservação classificada como Criticamente em Perigo nacionalmente, em Perigo pelo IUCN e como Espécie ameaçada a nível global através da SPEC. A Águia-imperial constitui um endemismo Ibérico e é uma das espécies mais raras do mundo.

A Águia-imperial extinguiu-se como nidificante em Portugal nos anos setenta do século passado. Já nos primeiros anos deste século foi recuperado o estatuto de nidficante para esta espécie no nosso país, com novos registos no interior do País. O macho encontrado morto representava um dos escassos registos de nidificação sucedida dos últimos anos (entre os estimados 2 a 5 casais nidificantes).

O ICNB irá apresentar queixa-crime contra incertos por uma acção que juridicamente se enquadra numa contra-ordenação ambiental muito grave.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ecovia que atravessa todo o Algarve está praticamente terminada

A "Ecovia do litoral algarvio", projecto-piloto em Portugal que ligará Sagres a Vila Real de Santo António numa extensão de 214 quilómetros, está praticamente terminada, faltando apenas alguns troços em Lagos e Portimão, disse hoje fonte ligada à obra.

Fonte da Área Metropolitana do Algarve (AMAL), organismo que coordena o projecto Ecovia, explicou que em alguns troços nos concelhos de Lagos e Portimão falta "avançar com o processo de aquisição de terrenos ou expropriação".

Em Novembro, algumas das 16 autarquias algarvias envolvidas na obra estavam em risco de perder financiamentos comunitários se não terminassem as obras até final de 2008. Vila do Bispo, Lagos, Portimão, Silves, Faro e Olhão eram os seis municípios em falta, mas entretanto só Lagos e Portimão se mantêm.

A via amiga do ambiente, que vai pertencer à "Eurovelo 1", uma rota europeia de ciclovias, vai ter uma extensão de 214 quilómetros e estava previsto que fosse inaugurada em Novembro de 2007, mas atrasos vários levaram a AMAL a pedir à União Europeia a prorrogação do prazo das candidaturas até final de 2008, adiamento que foi concedido.

O caminho ecológico, propício às bicicletas e aos caminhantes, mas também a passeios de burro ou cavalo, terá em quase toda a extensão cerca de um 1,80 metros de largura, mas nalguns sítios vai estreitar e ter piso íngreme e sinuoso.

O quilómetro 1 da Ecovia fica marcado no Forte do Farol, em São Vicente (Sagres) e Vila Real de Santo António será a localidade onde termina a via, assinalada no marco com o quilómetro 214.

Orçada em três milhões de euros, a empreitada é co-financiada por fundos nacionais e comunitários, como o Programa Operacional para o Algarve, o Programa Transfronteiriço Interreg e o Programa Investimentos Públicos de Interesse Turístico para o Algarve (PIPITAL).

A Lusa visitou alguns dos troços já concluídos. Restos das pedreiras da região e outros inertes e madeiras foram matérias-primas utilizadas para construir de raiz alguns pedaços da via, que terá cerca de 21 pontes e passadiços previstos ao longo dos 214 quilómetros.

Estradas secundárias e caminhos rurais abandonados ou desactivados estão a ser recuperados e as linhas de água limpas de entulho, porque a "Ecovia" não é apenas uma viagem ecológica pelo litoral algarvio, mas também uma descoberta dos campos de golfe, bosques, centros de cidades agitadas e praias.