Um grupo de investigadoras portuguesas descobriu uma molécula que serve de esqueleto à formação do centrossoma, uma pequena estrutura celular que regula vários processos biológicos e que se encontra alterada em caso de doenças como o cancro.
A descoberta da molécula SAS-6 pelas investigadoras Mónica Bettencourt Dias, Ana Martins e Inês Ferreira, do Instituto Gulbenkian da Ciência, encontra-se esta terça-feira publicada na revista «Currente Biology».
A mesma equipa já tinha em Maio publicado na revista «Science» um trabalho acerca da descoberta de uma molécula chamada SAK, responsável por comandar a montagem de centrossomas.
Os centrossomas são uma pequena mas complexa estrutura localizada junto ao núcleo da célula e que está envolvida em muitos processos biológicos, que vão desde a multiplicação até ao movimento e forma da célula.
A molécula hoje apresentada, denominada SAS-6, é considerada o braço direito da SAK, induzindo a formação de uma espécie de esqueleto em forma de tubo que serve de base à formação do centrossoma.
As investigadoras afirmam que há muitas mais moléculas a colaborar no complexo processo de formação destas estruturas.
O trabalho descobriu ainda que um excesso de SAS-6 leva à formação de centrossomas anormais, algo que acontece em estádios iniciais de cancro.
A descoberta do funcionamento dos centrossomas pode também ajudar a compreender outros problemas como a infertilidade masculina e malformações fetais.
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