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domingo, 9 de setembro de 2007

Portugal 1º da Europa com menores emissões de CO2 dos automóveis novos vendidos em 2006

Os construtores de automóveis ao nível da União Europeia estão numa situação estagnada em termos de redução de emissões e cumprimento de meta futura e a opção de compra por veículos novos com menos emissões também fica aquém das expectativas.

Quercus e European Federation for Transport and Environment (07-09-2007)

Os construtores europeus estão a falhar na promessa de reduzir as emissões de carbono, tal como prometeram à Comissão Europeia em 1998(1), com taxas de emissões para os veículos automóveis novos com uma redução de apenas 0,2% no último ano, a pior performance registada.

As novas figuras hoje publicadas pela Quercus / Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), mostram que os novos carros vendidos na Europa em 2006 por membros da Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA)(2) emitem em média 160 g de dióxido de carbono (CO2) por quilómetro, com uma redução de apenas meio grama desde o ano anterior. ACEA, que é responsável por 81% das vendas na Europa em 2006, comprometeu-se a atingir 140 g/km em 2008 mas vai quase de certeza ultrapassar esta meta.

As figuras de 2006 para os construtores Japoneses (JAMA) mantiveram-se em 161 g/km, seguidas dos produtores Coreanos (KAMA) com 164g/km em média. A figura para todos os construtores para a média dos novos veículos vendidos na Europa em 2006 ficou assim em 160 g/km, reduzindo 0,7% em relação ao valor de 161 g/km em 2005(3).

Portugal é no quadro dos 24 países da União Europeia com dados disponíveis sobre as emissões de CO2 nos veículos automóveis novos vendidos em 2006 aquele com menor valor médio – 144 g/km, seguido pela Itália com 148 g/jkm. Tal prende-se com o facto de os portugueses face ao seu poder de compra serem muito sensíveis ao preço do veículo e ao seu consumo de combustível. Os portugueses adquirirem assim veículos automóveis novos mais pequenos, de baixa cilindrada e com menores emissões.

Francisco Ferreira da Quercus disse: “Os dados de Portugal em comparação com o resto da Europa são animadores no combate às emissões de gases de efeito de estufa causadores das alterações climáticas. Porém, entre 2005 e 2006 não houve melhoria, pelo que se espera que a entrada em vigor do novo imposto automóvel que pesa o CO2 em 30% desde Julho desde ano, passando a 60% em Janeiro de 2008, venha a trazer melhorias. Pena é que Portugal com uma frota automóvel nova tão eficiente a esteja a renovar tão lentamente e que os portugueses usem demasiado o carro nas deslocações casa-trabalho”.

Aat Peterse do T&E afirmou: "Nos primeiros oito anos do seu compromisso voluntário, os construtores automóveis concentraram-se nos automóveis maiores, mais pesados, e mais consumidores de combustível, e os resultados falam por si. Claramente, o comprometimento voluntário não valeu o papel gasto e mais regulação é necessária. A União Europeia deve fixar-se numa meta legal de 120 g/kn a ser cumprida em 2012 e numa meta de longo prazo de 80 g/km para 2020.”

Há tecnologia que os construtores poderiam disponibilizar e não o têm feito. Thomas Weber, chefe de investigação e desenvolvimento da DaimlerChrysler, disse ao Automotive News Europe em Julho que a Mercedes poderia ter lançado um sistema de poupança de combustível para o pára-arranca nos veículos da sua segunda geração da classe A quando lançou os modelos há três anos atrás. "We had it ready behind the curtains, but no one asked for it -- so we held it back," disse. "Now everything has changed."(4)

Desde que foram anunciados planos para as primeiras metas de cumprimento obrigatório para as emissões de CO2 por parte da Comissão Europeia no ano passado(5), os construtores automóveis têm anunciado um conjunto de iniciativas de marketing verde incluindo Efficient Dynamics (BMW), ECOnetic (Ford), ecoFLEX (Opel/Vauxhall), eco2 (Renault) e BlueMotion (VW).

A ACEA tem vindo a pressionar activamente a UE para dar aos automóveis mais pesados como os SUVs, standards mais fracos em termos de CO2. As figuras actuais mostram também que a media de peso dos novos automóveis aumentou em 18 Kg em 2008, continuando uma tendência crescente de longo prazo. Porém, reduzir o peso é um dos mais importantes métodos de melhorar a eficiência de uso do combustível e de reduzir as emissões de CO2.

Peterse disse: "Os construtores automóveis estão a empurrar a Europa para novas metas de CO2 para 2012 baseadas no peso dos veículos, mas isso resultará em carros mais pesados e por isso mais perigosos em comparação com uma única meta."

A Quercus/T&E estão a apelar à União Europeia para determinar a meta de atingir 120 g/km em 2012 para a frota automóvel como um todo. Alternativamente, a Quercus/T&E consideram que a “pegada”, a área entre quatro rodas num veículo, pode ser usada como uma medida temporária para definir qual o standard individual de cada veículo. Esta forma de medição é já utilizada em veículos comerciais nos Estados Unidos e foi escolhida porque se mostra preferível ao standard baseado no peso do veículo, métrica que tem implicações perigosas em termos de segurança.

O Comité de Ambiente do Parlamento Europeu irá votar a sua denominada “opinião” sobre a nova regulamentação de CO2 nos novos automóveis, antes da proposta legal e formal da Comissão Europeia que está prevista para Dezembro deste ano.

O relatório de progresso de 2006 do T&E's 2006 sobre a indústria automóvel pode ser encontrado em: www.transportenvironment.org/docs/Publications/2007/2007-09_progress_voluntary_commitment_2006.pdf
(1) Em 1998 a Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA) comprometeu-se com a União Europeia a reduzir a média de emissões de CO2 dos novos carros vendidos na (então) UE15 para 140 g/km, reduzindo dos 186 g/km em 1995.

(2) Os membros da ACEA incluem as seguintes marcas: BMW Group, DaimlerChrysler, General Motors Europe, Porsche AG, PSA Peugeot Citroën, Renault, Fiat, Ford of Europe, Volkswagen, Volvo

(3) As figuras são baseadas em dados de vendas da UE25 excluíndo Malta.
Quercus/T&E analisaram as vendas e a informação de CO2 da base de dados da Comissão Europeia que configure a base oficial do mecanismo de monitorização nos veículos e CO2 (http://ec.europa.eu/environment/co2/co2_monitoring.htm ).
A Comissão Europeia não tornou públicas até agora as figuras relativas ao CO2 de veículos para os anos 2005 e 2006. A Quercus/T&E conseguiram-no através do acesso à base de dados com base na legislação de acesso a documentos prevista na EU. (ec.europa.eu/transparency/access_documents/index_en.htm)

(4) "Mercedes vows to out-green rivals", artigo publicado no Automotive News Europe, 23/07/2007

(5) A Comissão Europeia anunciou que a indústria automóvel poderia sofrer medidas legais se falhasse a melhoria das suas emissões de CO2 num relatório de monitorização publicado em Agosto de 2006 (www.transportenvironment.org/Article212.html). Tal viria a ser confirmado numa comunicação sobre automóveis e CO2 publicada em Fevereiro de 2007. Uma proposta legislativa não é esperada antes do final de 2007 início de 2008.

(6) Para mais informação nos standards de CO2 baseados no peso, por favor vejam a nota de imprensa do T&E de 29/08/07: www.transportenvironment.org/Article457.html

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