«Estamos num novo século em que o potencial vai estar nas plantas e na biologia, por oposição ao último século, cujo potencial esteve nos químicos», referiu ontem David Clayton, do Centro para Novos Produtos Agrícolas, da Universidade de York.
Para o especialista, num futuro próximo, teremos «zero resíduos e múltiplos produtos derivados dos cereais, como produtos bioquímicos e biocombustíveis, em que os pilares essenciais serão as bio-refinarias». As declarações tiveram ontem lugar no seminário internacional «Sobre a agricultura sustentável e as bioenergias», promovido pela Embaixada Britânica, em colaboração com o Instituto Superior Técnico. No evento, foram apresentadas e debatidas algumas das soluções tecnológicas mais recentes tanto na agricultura, como nas bioenergias, e identificadas as tendências internacionais de evolução da agricultura, num quadro de crescentes exigências ambientais e de procura de alternativas aos combustíveis fósseis.
«Promover o debate sobre as tecnologias, o conhecimento e a experiência de Portugal e do Reino Unido, e evidenciar as vantagens de uma estreita cooperação entre os dois países, com o objectivo de desenvolver uma utilização sustentável dos recursos agrícolas e bioenergéticos», foram, segundo Alex Ellis, embaixador do Reino Unido, os objectivos do seminário. A iniciativa representa ainda «o esforço do Reino Unido para melhorar as políticas e reformar a Política Agrícola Comum, no sentido se assegurar uma agricultura mais sustentável e mais próspera», acrescentou.
David Crespo, director científico da Fertiprado, empresa de sementes e nutrientes, relevou o papel dos pastos ricos em leguminosas biodiversas, no desenvolvimento sustentável da agricultura portuguesa, afirmando que «os sistemas portugueses de agricultura extensiva não são sustentáveis, e os agricultores culpam a política e o clima». O especialista lembrou ainda que, em Portugal, «há um milhão de hectares de cultivo estão abandonados, o que eleva os riscos de incêndio e se reflecte na baixa criação de gado».
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