Jacob Hanna, do Whitehead Institute for Biomedical Research |
O trabalho, liderado por Jacob Hanna, do Whitehead Institute for Biomedical Research, em Cambridge, Massachusetts, EUA, abre a esperança de que a técnica possa ser usada no futuro no tratamento de doenças nos seres humanos.
Investigadores já tinham anunciado recentemente que introduzir quatro genes específicos em células da pele pode fazer reverter estas células até um estado embrionário pluripotente, em que cada uma tem o potencial de evoluir para qualquer tipo de célula, possibilitando assim a criação ou 'remendo' de qualquer órgão do corpo.
No entanto, ficou então em aberto se estas células, chamadas 'iPS' (acrónimo em inglês para 'induced pluripotent stem cells', ou células estaminais pluripotentes), poderiam ser usadas para curar tecidos doentes em animais vivos.
A equipa de Hanna revela agora em "Treatment of Sickle Cell Anemia Mouse Model with iPS Cells Generated from Autologous Skin", o principal artigo da revista Science de sexta-feira, que produziu células 'iPS' a partir de células da pele retiradas das caudas dos ratinhos doentes. Os cientistas substituíram então o gene envolvido na doença das células com anemia falciforme por uma versão saudável.
Assim que algumas das células 'iPS' se desenvolveram em células estaminais hematopoiéticas (que formam glóbulos vermelhos do sangue), os investigadores transferiram-nas para os ratos, onde começaram a gerar células sanguíneas saudáveis. Os autores relatam que os sintomas da doença melhoraram então substancialmente nos animais, mas advertem que o uso de células 'iPS' em tratamentos de humanos ainda tem de superar alguns "obstáculos críticos".
Acrescentar quatro genes "reprogramados" ou substituir genes defeituosos em células doentes, por exemplo, pode ter efeitos secundários que conduzam ao cancro. Os investigadores alertam ainda que é preciso primeiro desenvolver métodos seguros para resolver estas e outras preocupações antes que as células 'iPS' possam ser usadas em terapias humanas.
A equipa inclui cientistas do Whitehead Institute for Biomedical Research, em Cambridge, Massachusetts, EUA, do Departamento de Bioquímica e Genética Molecular da Escola de Medicina e Cirurgia Dentária da Universidade de Alabama e do Departamento de Biologia do MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Cambridge.
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