Lusa
O parque Zoomarine está a testar um sistema pioneiro que usa algas para reciclar a água salgada dos aquários com animais marinhos, um projecto realizado em parceria com o Centro de Ciências do Mar do Algarve.
A técnica está por enquanto apenas a ser utilizada no tanque dos tubarões, mas o objectivo é estendê-la a todo o parque e exportar a ideia para outras estruturas do género, explicou o director de Ciência e Educação do Zoomarine, Élio Vicente.
Além de evitar o desperdício de água e reduzir as despesas de transporte de água bombeada do mar, as algas que a filtram podem também servir de alimento ao manatim (mamífero aquático) e de fertilizante para os jardins.
Em vez de ser devolvida ao meio ambiente, a água é reciclada com a ajuda das algas e reutilizada, através do projecto-piloto que já tinha sido usado em aquacultura mas nunca aplicado a parques.
O arranque do projecto "Filtralgae" representou um investimento de 100 mil euros e resulta de uma parceria entre o Zoomarine, o Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) e a Agência de Inovação.
A despesa mensal de transporte de água salgada para o tanque dos tubarões é de cerca de 500 euros, gasto que poderá desaparecer quando o sistema for implementado a 100 por cento, segundo Leonardo Mata, investigador do CCMAR.
Por mês, é possível renovar cerca de 50 metros cúbicos de água através das alfaces-do-mar - algas que estão a ser usadas neste momento embora haja outras com a mesma aplicação -, de acordo com Pedro Barroso, técnico do parque.
O objectivo é que no futuro todas as massas de água do Zoomarine - só o Delfinário (onde estão os golfinhos) tem 3,5 milhões de litros de água - sejam parcial ou totalmente filtradas por algas.
"É uma técnica natural, que usa pouca energia e permite não estragar água", resume Élio Vicente, que realça ainda o facto do sistema servir como exemplo de boas práticas ambientais.
Sem comentários:
Enviar um comentário