A regeneração e a co-incineração são as duas soluções equacionadas para os óleos usados em Portugal mas a primeira só é viável daqui a dez anos. A opinião é de Rui Lopes, gestor da Enviroil, a única recicladora de óleos em Portugal. «O investidor tem de ter estabilidade temporal para investir na regeneração, e o mínimo que se pode pedir são dez anos», concretiza. Ou seja, mais cinco anos a acrescentar à actual licença em vigor para a recicladora deste fluxo de resíduos. «As licenças duram-nos apenas cinco anos, e nesse espaço tempo, é impossível ao investidor reunir as condições para o investimento e ter garantias de fornecimento de matéria-prima. Precisamos de mais tempo, e o ideal era termos licenças de 15 anos», conclui o gestor da Enviroil.
O mais recente estudo da Sogilub conclui que, do ponto de vista técnico, é viável a instalação de uma unidade de regeneração de óleos usados em Portugal, por causa das tecnologias que estão agora a ser desenvolvidas. Contrariando as conclusões da entidade gestora de óleos usados, Rui Lopes não vê viabilidade técnica na regeneração pelo facto de não existirem garantias de funcionamento. «Não há massa crítica para garantir o seu escoamento», acrescenta.
Comparativamente com outros países, a quantidade de óleos usados que vai para regeneração é simbólica. «Portugal, nesta matéria, representa um sexto do mercado espanhol», compara Rui Lopes. A este constrangimento técnico alia-se o facto de não se conhecerem soluções para incorporar óleos base na produção de novos lubrificantes.
Mesmo com a subida do preço do petróleo, o gestor da Enviroil duvida da viabilidade de criação de uma unidade de regeneração em Portugal, pela «falta de dimensão». «Acompanharemos com muita cautela os próximos desenvolvimentos», assegura. Ainda assim, se o Governo decidir avançar com esta solução de tratamento, a Enviroil garante estar à altura do desafio.
Sem comentários:
Enviar um comentário