Um estudo elaborado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Barcelona (UB) e do Instituto Pasteur de Paris afirma que os morcegos podem eliminar o vírus da raiva.
Segundo a universidade da Catalunha, a infecção viral, ao contrário do que ocorre no caso de mamíferos terrestres, não aumenta a mortalidade na colônia de morcegos e desencadeia uma grande resposta imunitária dos mamíferos frente ao vírus.
"Tudo indica que, mediante a infecção, os morcegos são capazes de produzir anticorpos que perduram por 12 meses", diz o estudo.
Outras novidades apresentadas pelo trabalho são a estimativa da taxa básica de reprodução do vírus e o período durante o qual um morcego tem a capacidade de infectar outros, que é de cinco dias.
Os resultados obtidos têm uma grande relevância para a saúde pública, já que mostram que o risco sanitário de transmissão é muito baixo na espécie.
A resposta imunológica dos morcegos diante da infecção abriu novas expectativas na pesquisa de estratégias sanitárias contra a doença mortal. Ela é considerada "uma zoonose (doença que se manifesta entre animais ou é transmitida a humanos por animais) emergente de ampla distribuição mundial".
O estudo é o resultado de 12 anos de acompanhamento da dinâmica da infecção do vírus em duas colônias selvagens de morcegos na Espanha.
São apresentados dados científicos obtidos a partir do estudo contínuo de mil morcegos de duas colônias separadas geograficamente por 35 quilômetros.
Os autores da pesquisa são Blanca Amengual, Marc López-Roig e Jordi Serra-Cobo, do departamento de Biologia Animal da UB, e Hervé Bourhy, do Instituto Pasteur de Paris.
Em 2002, a equipe de cientistas publicou outro trabalho no campo da pesquisa em virologia. Este representou a primeira detecção do vírus da raiva em sangue de morcegos através de técnicas de genética molecular.
Fonte: EFE
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