Lic de Biologia no ISA

A licenciatura tem um perfil técnico-científico de banda larga, com três anos iniciais seguidos de posterior de formação com carácter aplicado. O ISA é uma das escolas com maior experiência no domínio da Biologia Aplicada e os licenciados terão uma sólida formação científica e oportunidades de emprego generalista em todos os domínios da Biologia, nomeadamente nas áreas do ambiente e ecologia aplicada, genética e biologia molecular, conservação da natureza e utilização e conservação dos recursos biológicos, podendo desempenhar funções na investigação científica, em laboratórios especializados, bem como em tarefas de consultadoria.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Lulas polares: o próximo recurso a ser explorado na Antárctida?

Novo estudo de cientista polar português mostra que as lulas na Antárctida têm potencial pesqueiro e que usando alguns dos seus predadores naturais, se pode gerir e proteger este recurso eficientemente.

Centro de Ciências do Mar do Algarve - CCMAR


O estudo, publicado na edição de Dezembro do jornal Marine & Freshwater Research, revela que as lulas têm um papel importante nas cadeias alimentares do Oceano Antárctico e servem de alimento a uma grande variedade de animais, incluindo pinguins, focas e albatrozes. As lulas são vistas como o próximo recurso marinho a ser explorado comercialmente na Antárctida, onde as estimativas da sua abundância apontam para que haja muitos milhões de toneladas.

Os resultados obtidos por José Xavier - Investigador do Centro de Ciências do Mar do Algarve -, pelo Doutor Andy Wood, pelo Professor Paul Rodhouse e pelo Professor John Croxall - da British Antarctic Survey -, demonstram que as espécies de albatrozes que vivem na Antárctida podem servir de excelentes indicadores acerca da abundância de lulas, e, consequentemente, ajudar a proteger este recurso de uma possível sobre-exploração pesqueira no futuro. Modelos estatísticos de consumo de lulas por albatrozes foram usados para demonstrar grandes variações entre anos, evidenciando abundâncias muito diferentes. A partir destes modelos importantes medidas de gestão deste recurso foram sugeridas.

O autor principal deste estudo, José Xavier, salienta a importância desta descoberta “trata-se de um estudo muito importante pois evidencia que existem recursos marinhos ainda por explorar que podem de ser geridos e protegidos desde já, antes de se iniciar a sua pesca, usando para isso os seus predadores naturais.” Além disso, o investigador acrescenta que “os modelos utilizados neste artigo serão muito úteis para futuros estudos na Antárctida, incluindo em estimativas do consumo de crustáceos e peixe”.


Dados biográficos
José Xavier é doutorado pela Universidade de Cambridge, Inglaterra. Biólogo marinho com numerosas publicações nas áreas de Ecologia, Conservação e Gestão de recursos marinhos no Oceano Antárctico e no Oceano Atlântico. O seus estudos mais recentes focam a ecologia de cefalópodes em relação aos seus predadores e pescas no Oceano Antárctico e em águas europeias.
É um dos investigadores portugueses que desenvolve trabalho científico na Antárctida e pertence ao Comité para o Ano Polar Internacional, um programa científico e educacional sobre as regiões polares que se iniciou a 1 de Março de 2007 até Março 2009. O último Ano Polar Internacional foi há 50 anos e Portugal participa pela primeira vez na sua história. Os dados agora publicados serão usados para comparação com outros importantes estudos que irão decorrer no Ano Polar Internacional.

Artigo: “Interannual variation in cephalopod consumption by albatrosses at South Georgia: implications for future commercial exploitation of cephalopods”
Marine and Freshwater Research 2007, 58(12) 1136–1143

Acessível em: http://www.publish.csiro.au/nid/126/paper/MF06237.htm


Para mais informações:
Doutor José Xavier
E-mail: jxavier@ualg.pt
Tlm: 936728419

Sem comentários: