Apesar de o Governo ter aprovado, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que estabelece o regime jurídico de acesso e exercício das actividades de produção de energia eléctrica a partir da energia das ondas, essa decisão poderá não ser suficiente para impulsionar esta fonte de energia renovável. «A definição de uma zona-piloto é meritória, no entanto, essa zona tem características de ondulação boas para quando as tecnologias tiverem atingido outra fase de evolução», lembra João Bártolo, presidente da comissão executiva da Generg, empresa que tem atribuída uma potência de 3 MW para a instalação de equipamentos para aproveitamento da energia das ondas.
Situada a oeste de São Pedro de Moel, «para uma fase preliminar a zona piloto definida tem uma ondulação excessivamente forte. Apesar do empenho do Governo, se não forem criadas condições para acolher equipamentos de escalas mais pequenas, corremos o risco de perder a fase de maior criatividade no desenvolvimento das tecnologias. Neste momento há uma sensibilização para esta questão, mas até se passar à criação das condições necessárias ainda vai uma grande diferença».
A solução poderá passar, de acordo com o responsável, por uma «extensão» da legislação. «A criação da zona piloto foi importante para a facilitação do processo. Mas nada disso impede que seja criada outra zona. Se não for encontrada uma solução, provavelmente, apenas a tecnologia Pelamis terá condições para ali se instalar», avisa.
Esta tecnologia vai ser utilizada na instalação do primeiro parque de produção de energia a partir das ondas, situado ao largo da Póvoa do Varzim. A iniciativa da Enersis, que envolve um investimento de nove milhões de euros, será enquadrada na nova legislação.
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